Selos e bandas procurando caminhos

nullSe o papel das gravadoras e dos CDs é uma grande incógnita, vários caminhos diferentes tem sido seguidos por quem continua no mercado. O universo independente também busca encontrar novos rumos. Os selos independentes, que bancaram boa parte da safra dos últimos anos da música independente brasileira, também procuram opções. Vender CD já deixou de ser o grande apelo e eles partem para novas frentes. Um dos caminhos é se consolidar como mediadora, como filtro, entre público e artistas. Seja disponibilizando músicas em seus sites, seja servindo de base para informações sobre as novidades do mercado. Um outro caminho é atuar como produtora, articulando turnês, produzindo festivais e armando shows. Assim mesmo os selos independentes continuam despejando novidades no mercado. Na Bahia, a Estopim vai lançar os novos discos do grupo A Sangue Frio e da banda Catarro de Mossoró. A aposta vai para internet com disponibilização de músicas de suas bandas. Outro selo mais novo, o Torto Fono Gramas, deslancha com material de novas bandas. Os próximos lançamentos são os CDs da banda Yun-Fat e Satânia. Além disso, eles acabam de assinar com a banda de heavy metal Templarius e com Pessoas Invisíveis. A banda, que termina no fim do ano a gravação do primeiro disco, tem uma proposta interessante. Sintonizada com o modelo do mercado atual, pretende lançar o disco no formato SMD pelo preço de R$5. Melhor, quem pagar mais R$5 leva um DVD com os clipes de todas as 13 faixas do disco. Quem também se alia com a nova mentalidade é a Theatro de Séraphin. A banda disponibilizou faixas do primeiro trabalho, que lançam em dezembro, em novos formatos. Duas delas, Pânico e Doralice, estão em áudio no formato ringtone para celular, além do vídeo de Cólera, também disponibilizada. A estréia em formato físico virá num EP com seis músicas lançado pelos selos Atalho e Big Bross. O CD de estréia, “Tristes Trópicos”, que já estava pronto antes de mudanças de formação, vai ser disponibilizado integralmente na internet. A aposta em disponibilizar material exclusivamente na rede sem intermediários vem ganhando força, vide o Radiohead. No Brasil, o ex-Legião Urbana Marcelo Bonfá e o cantor e trompetista da Orquestra Imperial, Max Sette, acabam de colocar seus trabalhos solos apenas na internet para download.

Malditos independentes
Muitos devem perguntar qual a importância de um mundo independente que não tem grande público e onde a maioria dos artistas são desconhecidos. Só por permitir a produção de música que não seja dentro da fórmula do mercado já é garantida sua importância. A música brasileira tem uma longa história fora do circuito da indústria fonográfica, não é uma novidade. Um dos nomes desse meio é o capixaba Sérgio Sampaio, taxado como maldito e que morreu praticamente esquecido aqui na Bahia. O autor do sucesso “Eu Quero Botar meu Bloco na Rua” tem ganhado novas chances com relançamentos de seus trabalhos. Depois de colocar no mercado o disco póstumo “Cruel”, o selo de Zeca Baleiro, Saravá, vai lançar no início de 2008 o último dos três discos de Sampaio. “Sinceramente”, que dá para encontrar em vinil em alguns sebos por bons preços, foi lançado de forma independente em 1982 e nunca havia saído em CD. Uma excelente oportunidade de conehcer mais desse grande nome da música brasileira.

Para os que não tem o que fazer
Uma agenda caprichada com muita gente vindo tocar em Salvador nas próximas semanas. Este fim de semana tem praticamente um festival de rock na Concha Acústica, com Lobão e Cascadura na sexta, Mundo Livre S/A, Otto e Pirigulino Babilaque no sábado, e Titãs e Paralamas, com participação de Marcelo Camelo e Carlinhos Brown, no domingo. Tem mais: Cidadão Instigado, Forgotten Boys, UDR, B-Negão, Bunny Wailer, Ponto de Equilíbrio, Matanza, Céu, Pato Fu, Lucas Santana, Eta Carinae e Mr Spaceman. Outros nomes que podem pintar por aqui nas próximas semanas: Cordel do Fogo Encantado, Cachorro Grande e Wado.

Los Strokes
Los Hermanos e Strokes são dois dos maiores fenômenos musicais dos anos 2000. As duas bandas estão mais juntas do que nunca. Depois de gravar com Devendra Banhart, Rodrigo Amarante vai entrar em estúdio com Nick Valensi e Fabrizio Moretti, do Strokes. A idéia, a princípio, é gravar para o projeto-solo dos dois. Enquanto isso continuam as especulações sobre o primeiro disco solo de Marcelo Camelo, voltado para o samba.

Quem vai ver?
Os fãs de Marcelo Nova vão poder ver o cantor e compositor nos cinemas a partir dessa sexta-feira. O líder do Camisa de Vênus faz participação no filme “O Magnata”, criação de ninguém menos do que Chorão, do Charlie Brown Jr.

  1. Alguém conhece alguém q pagou pelo donwload de In Rainbows?

    Quem irá pagar pelos custos de uma gravação?

    Sabem quanto custa gravar um CD profissional? No mínimo, no esquema super-enxuto, aqui em SSA, R$ 3.500,00. Sem contar a grana dos ensaios e pré-produção.

    E aí? Quem paga por isso?

  2. Mirdad,
    O Radiohead vendeu bastante no site deles. Claro que eles são famosos e podem, mas o lanc é que mostraram um caminho. Não existe O caminho, não existe ou não deveria existir mais o sonho da gravadora bancando tudo, é descobrir os caminhos, não é fácil para ninguén. Para ser jornalista, par aser radialista, para ser qualquer coisa há investimentos, o profissional pode até fazer coisas de graças e clher os frutos depois. É escolher que caminhos seguir e como se manter do próprio trabalho, as opções estão ai jogadas, é definir qual ou quais escolher.

  3. oi pessoas. alguem aí me consegue uma cópia daquele show da mtv patrocinado pela coca cola que teve skank e nação zumbi tocando juntos? foi d+. skank e nação são as bandas mais fodásticas do brasil ainda mais juntas.

  4. Quais opções?

    Custear tudo (como sempre fizemos, os independentes), colocar na Net, ganhar alguns elogios, e fazer uns showszinhos eventuais?

    O prejuízo continua no bolso do artista. Produzir música, q já era dispendiosa, nessa realidade evidente música free, faliu com a porra toda. Virou “cachaça” fazer música, pra qualquer um. Mesmo falidos, mais do q nunca, continuaremos a gastar, sem retorno algum pra sustentar o vício.

  5. Acho que quem se organiza e trabalha de maneira profissional ganha mais q elogios e alguns shows… eu que toco em bandas desde os 16 anos (e ja estou com 27) e observo que nunca houve tanto interesse pela música independente como hj. Cascadura, FFM, Ronei e os Ladrões (só pra citar os locais) são grandes bandas com um público constante e o melhor: crescente. Lançar um disco é um investimento, uma maneira de fazer sua música circular, e chegar nos ouvidos certos. Mas no caso do Radiohead é uma jogada de marketing. Das boas, principalmente pq eles podem ($$) fazer isso… Acho foda a ideia. Li recentemente uma entrevista com Lucio Maia da Nação Zumbi na Folha de São Paulo em q ele diz que no Brasil ninguem pagaria nada por uma ideia dessas! Tb concordo 100%…

  6. Jamari França informa:

    “O novo álbum do Radiohead “In rainbows” foi baixado de graça por 62% das mais de 1 milhão de pessoas que pegaram o álbum no site da banda inglesa.”

    Tá vendo o que dá apostar na decência do ser humano – fã de rock ou não?

    Como diria Johnny Rotten – perdão, Roger Moreira – “A gente somos inútil”.

    Mais aqui:
    http://oglobo.globo.com/blogs/jamari/

  7. só mesmo mané para pagar pra ter CD de radiohead. marketing puro e o tiro saiu pela cú-latra do cara de rato thom yorke. tudo foi uma puta jogada publicitária pq uma coisa é certa: radiohead é banda queridinha de qualquer gravadora e não precisava apelar pra isso. apelou e deu prejuizo para a jogada de marketing e vão ser obrigados pelos donos da gravadora a correr atrás do prejú.
    e outra qualquer banda independente brasileira pode gastar 3.500 reais para gravar um CD, mas para uma banda do padrão ($) radiohead gravar um CD é no mínimo uns 300 mil dólares.
    radiohead já foi até uma banda meeira nos 2 primeiros discos e depois o marketing engrossou o pescoço deles e se acham a última coca cola gelada do deserto. radiohead é banda para bunda moles never mind the bollocks é tudo filho da puuuuuuuuta, é tudo filho da putá

  8. Minha pergunta é: Cascadura, FFM ou RJLB já ganharam algum $$ suficiente pra cobrir ao menos os gastos com ensaio e locomoção?
    Bruno, minha pergunta é: como iremos custear o nosso vício? Eternamente sempre e imutável tirado do trampo principal?
    Quando romperemos essa barreira?
    Como?

  9. cara, anota ai: pode apostar q sim…
    Cara, ter uma banda de rock em SSA pode ser apenas uma diversão. Mas quando essa banda se organiza, fica bem estruturada, tem boas composições, faz e participa de festas bacanas pode vir a ser mais q uma diversão… E eu achco honestamente que nao to falando nenhuma bobagem…

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