Nos caminhos da internet

nullCada vez fica mais claro que as brechas fora da grande indústria permitem que artistas deixem o anonimato e consigam sobreviver. Um dos principais canais para isso é a internet, que o universo independente no Brasil já vem sabendo aproveitar, enquanto as gravadoras maiores ainda não sabem muito bem o que fazer. Além de utilizar meios como MySpace, fotologs, Orkut, sites próprios, várias bandas brasileiras já viram que o You Tube é um ótimo canal de divulgação. Além de clipes, agora é possível ver vídeo-releases, entrevistas coletivas, shows etc. Estão também aproveitando as possibilidades da rede para deixarem o CD de lado e lançarem singles e EPs apenas virtualmente, como os goianos do MQN que estão lançando compactos apenas em vinil e na internet. Há ainda aqueles que disponibilizam integralmente discos já esgotados em sites. Uma novidade vinda do universo independente é o projeto Compacto.Rec, que vai utilizar um software livre para distribuir singles virtuais via rede de sites. Já são mais de 35 sites cadastrados que lançarão a cada quinze dias um mesmo compacto virtual. Outra idéia bacana é o iJigg, uma espécie de YouTube para áudio, onde qualquer um pode arquivar músicas e disponibilizar links para audição em sites e blogs. Uma outra novidade vem do site Trama Virtual. Se já era o principal catálogo de bandas independentes brasileiras, o braço da gravadora Trama se atualizou e ampliou os serviços. Além de agora oferecer perfis no estilo MySpace para os usuários, vai ratear um valor mensal para as bandas, através de um sistema de download remunerado.

Majors perdidas
Algumas gravadoras brasileiras já estão encarando a rede de forma mais inteligente. A Deckdisc lançou o mais novo disco da banda Cachorro Grande, “Todos os Tempos”, primeiro na internet, num site que disponibiliza músicas, vídeos e outras informações. A contramão da história é oferecer apenas download pago para o disco. Pior é a nova aposta da Sony BMG. A major está lançando o CD Zero, um novo formato de disco. É mais barato (custa cerca de R$10), mas é um engodo, já que vem com apenas cinco músicas. É uma espécie de single, mas com cada música custando cerca de R$ 2. Não vai conseguir nem combater os piratas, um dos objetivos do formato. Lá fora a Apple já abriu mão e liberou que as músicas adquiridas através do iTunes possam ser reproduzidas em qualquer aparelho eletrônico digital. Melhor, a EMI é a primeira grande gravadora que topou disponibilizar um novo formato desistindo do sistema DRM que restringia a cópia das músicas baixadas e com qualidade de som superior. As mudanças devem ir além, com as músicas podendo ser compradas em qualquer site de música. Importantes bandas como Nine Inch Nails, que demonstrou interesse em lançar um próximo disco direto na internet, e Travis, que vai distribuir no My Space centenas de músicas inéditas gratuitamente, mostram que os rumos continuam pendendo para o ocaso das gravadoras.

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