Entrevista: Ted/ Starla

A série de entrevistas com nomes da nova música baiana, traz hoje o guitarrista e vocalista da banda Starla, Ted Simões. A banda existe há cerca de cinco anos, circulando no circuito independente de shows. Para 2007, o grupo está preparando o primeiro CD que terá a produção de Luizão Pereira, ex-Penélope.

– Você acha que existe uma nova música baiana sendo formada? Você se insere nela?
Não acho que existe uma nova música baiana, mas uma música baiana renovada. Hoje, as bandas estão mais preocupadas em fazer algo autoral do que antigamente. Antes o lance de tocar cover era o caminho mais fácil. Não só em músicas próprias como buscando também uma identidade própria.

– Como você apresentaria e definiria sua música para um desconhecido?
É uma coisa meio nossa, não é um som pré-definido. É um som com nossas particularidades. No final das contas contas é rock mesmo, rock alternativo.

– Você circula no universo independente. Como avalia o meio aqui em Salvador? Qual você considera a principal dificuldade do meio?
Acho que esse meio está um pouco mais organizado. Antigamene a gente sentia que faltava bastante coisa, não só em termos de equipamento. E hoje acho que está mais organizado, produtores e bandas se organizando, mais eventos na cidade. A maior dificuldade é a falta de espaço e a falta de público, que ainda é pequeno. Mas acho que as coisas vão melhorando aos poucos.

– Essa música baiana atrapalha de alguma forma a viabilidade de trabalhos como o seu?
Não acho que atrapalhe. A música não atrapalha, o que a atrapalha é a indústria, a monocultura. Só agora que a gente tem finalmente uma rádio de rock em Salvador. Sou a favor de todos estilos, tem espaço para tdos, mas eles não deram esse espaço para o rock durante uns 10/ 15 anos.

– Com essas mudanças no universo da música, com novas tecnologias, pirataria, há espaço para nomes novos como você? Como você encara essas mudanças?
Acho que é uma faca de dois gumes, atrapalha e ajuda. Por exemplo, seu som se torna acessível para milhões e milhões de pessoas, gente que está morando no interior da Finlândia. Ao mesmo tempo, você não consegue vender seu produto e você precisa de dinheiro para investir em seu trabalho. Se botar na balança acaba sendo favorável.

– Quais seus projetos para 2007?
A gente vai acabar de gravar o CD agora, deve sair em abril ou maio no máximo. A intenção é divulgar noso trabalho fora do estado. A partir de agora vamos mesmo para São Paulo, Rio e outros estados. Já temos alguns shows marcados por aqui também. Vamos tocar no Palco do Rock (N.R.: evento que acontece em Piatá durante o Carnaval) e temos ouros shows marcados para março.

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