Entrevista: Pessoas Invisiveis

Pessoas Invisíveis no Calypso
Mais uma entrevista da série em que ouvimos nomes da nova música baiana. Conversamos hoje com Bruno Carvalho, jornalista e músico, que toca em várias bandas, mas que vem se destacando pelo seu projeto mais pessoal, a banda Pessoas Invisíveis. O grupo já abriu show de Maria Rita e com apenas um EP lançado colheu elogios Brasil afora.

– Você acha que existe uma nova música baiana sendo formada? Você se insere nela?
Eu acho que existe sim. Tem surgido muita novidade em vários estilos musicais fora axé e pagode e muita coisa de qualidade, como Formidável Família Musical, Marcela Bellas e o próprio Ênio. Acho que gente se insere sim nessa música, não com a força que esses nomes jé têm, não sei bem porque. Acho que a gente acaba sendo mais suesso de crítica do que de público.

– Como você apresentaria e definiria sua música para um desconhecido?
Eu toco em algumas bandas de estilos muitos diferentes. Vendo 147 é uma banda quase de metal, a The Honkers que eu toco há mais tempo é uma garage band. Já a Pessoas Invisíveis é uma banda de rock com um conceito mais pop que tenta chegar mais perto da música brasileira.

– Você circula no universo independente. Como avalia o meio aqui em Salvador? Qual você considera a principal dificuldade do meio?
Eu acho que tem melhorado esse universo. Eu tenho tocado e frequentado os shwos desde 95 e acho que de lá para cá melhorou bastate. Mas mesmo assim ainda é capenga. Para ser um artista independente você tem que rebolar mesmo, produzir seu show, arranjar som, divulgar, torcer pra que vá gente. Uma coisa que às vezes me incomoda é a falta de interesse do público pelas bandas que são mais novas. Os caras às vezes gasta 15 conto para ver uma banda horrorosa achando que é O alternativo e tem uma banda muito legal tocando por 5 conto e o cara não quer ver. Na verdade, existem dois problemas principais. Um é a falta de curiosidade do púbico pelo que está rolando. Segundo é a falta de um espaço bacana, agora até menos porque acho que a Boomerang é um lugar legal. Durante muito tempo faltava um lugar adequado, mas isso parece que está sendo resolvido.

– Essa música baiana atrapalha de alguma forma a viabilidade de trabalhos como o seu?
claro, na verdade de várias maneiras, desde aquele boicote velado que existe até essa hegemonia que é velada também e que faz com que as pessoas acabem não se interssando em conhecer coisa que não façan parte desse universo. Planta-se que a Bahia é terra de todos os ritmos e etc, mas na verdeade o que a gente vê não é isso. Existe pouco incentivo para rock, música eletrônica etc.

– Com essas mudanças no universo da música, com novas tecnlogias, pirataria, há espaço para nomes novos como você? Como você encara essas mudanças?
Com certeza. Eu acho que isso acaba funcionando para democratizar violentamente a música. Hoje você tem acesso a um monte de coisa. Coisas que você não ia ter normalmente e sua própria bagagem musical acaba fortalecida porque você acaba conhecendo mais músicas, mais cultutra em geral, você tem mais acesso a informação.

– Quais seus projetos para 2007?
Estamos fechando repertório, fazendo mais algumas músicas para gravar o disco da gente. Logo que a gente apareceu rolou um certo namoro com a Trama, mas acabou não rolando. Queremos fazer o disco de maneira independente e se alguém se interessar em lancar, massa. Vamos repetir 2006, a gente não tinha expectativa nenhuma e acabou tocando em dois fetsivais fora do estado (Rio e Aracaju). Vamos continuar 2007 sem ter nenhuma expectativa e continuar fazendo muita coisa.

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