Coletânea

Nada morre…
Já mataram o rock um milhão de vezes, a música eletrônica outras tantas (para quem acha que ela é algo dos anos 90, antes disso ela já havia “morrido” algumas vezes). Sai uma moda, entra outra, mas no submundo chamado underground, o rock e suas vertentes, a música eletrônica e seus sub-estilos e tantos outros ritmos se mantêm vivos e criando novidades a todo tempo. Quem cria essas mortes e outros renascimentos é a grande indústria, que já nem controla o mundo da música tanto assim. Então nem merece muita atenção. Nesses tempos de mudanças, aos poucos os guetos começam a se dissipar. Quem nasceu e cresceu com o gigantesco mundo da Internet absorve um pouco de tudo, mesmo que isso não signifique sempre mais qualidade. Mas nunca foi o gênero musical o que definiu qualidade. Essa mudança pode ser vista no gosto musical da turma abaixo dos 25 anos ou mesmo na música que vem sendo feita mundo afora. Enquanto bandas de rock fazem músicas se preocupando também com pistas de dança, nomes da música eletrônica enxertam guitarras a seu som, DJs incluem rock em seu repertório e todos convivem em shows, festivais, festas e nas tais pistas. A junção de rock e beats, loops e canções funcionando em shows e pista nem é novidade. New Order, Happy Mondays, Stone Roses, entre outros, já fizeram isso muito bem em Manchester, no final dos anos 80, abrindo portas para a explosão mais recente da música eletrúnica logo em seguida, com Chemical Brothers e Prodigy caprichando nas batidas com guitarras.

…Tudo se recria
Uma nova geração vem se consolidando, numa mistura ainda mais sutil que às vezes não dá para diferenciar muito bem se é uma banda de rock ou um projeto de música eletrônica. É o caso do LCD Soundsystem, que recentemente fez um showzaço com banda no Skol Beats, ou do Rapture que em setembro lança seu terceiro trabalho três anos após o sucesso de “Echoes”. O grupo pertence a um estilo estourado nos últimos três anos, o electro-punk, que envolve ainda nomes como Peaches, Fischerspooner, Ladytron (que deve tocar no Curitiba Rock Festival em setembro), Miss Kittin, além dos brasileiros Cansei de Ser Sexy, Jumbo Electro e Montage. Nem é mais a moda do momento, mas quem se importa? No mesmo rastro vem se destacando bandas de rock perfeitas para pista, que bebem nas fontes pós-punk e new wave dos anos 80. É o caso do Kasabian que lançaa o novo disco “Empire” também em setembro; Bloc Party, banda sensação na Inglaterra com apenas um disco lançado, Bravery, entre tantos. Outros nomes começam a se destacar, como o Radio 4, que lançou este ano seu quarto disco, “Enemis Like This”; os canadenses do Death From Above 1979, o Hot Chip com o semi-hit “Over and Over”; o Infadels, com seu disco de estréia desse ano, o Klaxons e por ai vai, os nomes se sucedem. Não precisa mais fazer cara de mal para ser rock nem soar como máquina para ser eletrônico.

Mutantes
Já valeu a pena a volta da provável maior banda de rock brasileira de todos os tempos. O show de retorno em Londres foi elogiadíssimo por quem viu e quem não viu. O melhor é que não será preciso esperar algum TV passar ou alguém lançar em DVD, ele já está inteiramente disponível na internet (olha ela de novo). Assim mesmo já é certo que a turnê no exterior vai gerar o primeiro DVD da banda, além de um disco ao vivo. O contratao com a Sony & BMG, abre a possiblidade ainda de um disco de inéditas em 2007. Outra novidade a cerca da banda é o relançamento da biografia “A Divina Comédia dos Mutantes”, de Carlos Calado pela Editora 34, que estava fora de catálogo. Quanto aos boatos, os mais novos falam que Rita Lee topou participar dos shows que serão realizados nos Estados Unidos.

Para quem gosta de música sem preconceitos.

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