Cobertura: Festival Abril Pro Rock reafirma vigor e prova que tem sobrevida com geração de novos e veteranos

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O Festival Abril Pro Rock cumpriu bem sua proposta nesse último fim de semana no Pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda, Pernambuco. Os 18 anos completados pelo evento comprovaram que o formato ainda tem lenha para queimar e que há muito para ser mostrado do cenário musical. Reunindo bom público (5 mil no total) e bons shows, o festival só pecou na maratona exagerada e cansativa de artistas, com dez shows na sexta-feira e quatorze no sábado.

Quem conseguiu agüentar a longa sequência, porém, teve a oportunidade de assistir um apanhado do que anda sendo feito pelo Brasil, com bandas de várias partes do país e do exterior de diversos gêneros e ritmos. A fórmula de uma noite voltada para os sons pesados e outra mais eclética ainda funciona, com os “camisa preta” marcando forte presença na sexta e um misto de tribos e estilos no dia seguinte.

Quem teve pernas e conseguiu esperar até o último show do último dia de festival pôde conferir a melhor apresentação do evento. Também completando 18 anos, o Pato Fu mostrou porque é uma das poucas bandas surgidas na geração dos anos 90 que ainda tem muito o que falar e mostrar. Um desfile impressionante de hits e de simpatia, com Fernanda Takai perfeita no comando, com o tom certo entre a diversão e a leveza. Banda precisa, produção caprichada e um show bem pensado para agradar quem gosta ou não da banda. Showzaço

wado1Outros veteranos também fizeram bonito. O Ratos de Porão, com seu punk sempre muito bom, produziu as melhores rodas de pogo do Abril Pro Rock, que já são marca no Recife com seu formato de girar freneticamente em frente ao palco no ritmo da música. O Afrika Bambaataa jogou pra galera e fez um grande baile dançante, descendo o braço no ritmo, com rap, black music, funk carioca e até rock, com direito a inserção de trechos de músicas de Prince, AC/DC, James Brown.

O alagoano Wado foi um dos que mais souberam aproveitar o espaço, com um show dançante, bem pra cima, desfilando ritmos e um apanhado de músicas de seus cinco discos lançados. Terminou agradando bastante e ganhando mais público do que parecia já ter no começo da apresentação. Assim também foi com a 3 na Massa, que fez um show bonito e sedutor – que funcionaria melhor num lugar menor – com as cantoras Marina de La Riva, Nina Becker, Lurdez da Luz e Karine Carvalho.

A nova geração

Entre os nomes mais desconhecidos, os baianos da Vendo 147 chamou atenção. Mesmo fazendo um rock instrumental, foi entre as bandas novas quem mais balançou o público. Afiadíssimos, eles não sentiram a pressão de tocar num dos principais festivais do país e desceram a madeira com seu clone drum (duas baterias juntas) e um rock vigoroso e pesado da melhor qualidade.
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Os paranaenses da Nevilton era uma das maiores apostas do festival. Não fizeram por menos e, apesar do público não reagir tão animadamente quanto o som pedia, fizeram um grande show com seu rock visceral e ao mesmo tempo pop, impressionantemente bem executado e muito divertido. A sensação é que se tivessem 50 mil pessoas no público, eles fariam o mesmo show quente, animado e dançante.

Destaque ainda para o peso da Claustrofobia, que, na primeira noite, estremeceu o Centro de Convenções com sua porrada metal. Ainda fizeram boas apresentações os sergipanos do Plástico Lunar, os mexicanos do Instituto Mexicano Del Sonido e os pernambucanos do The River Raid. A Plastique Noir aproveitou até bem a oportunidade, mas acaba não brilhando tanto num festival tão diverso e cheio de opções. A Mini Box Lunar aparentemente sentiu ser logo a segunda banda da noite do sábado, com pouca gente na platéia e um aparente nervosismo, além da equalização do som, aquém do que o som da banda pede, fez um show bem inferior à expectativa, sem conseguir passar o brilho que costumam. A Mullet Monster Mafia pareceu mais interessante do que teve oortunidade de mostrar, já que seu interessante surf rock instrumental ficou perdido na noite tão pesada de sexta-feira.

As gringas Agent Orange e The Varukers fizeram shows corretos, sem muito brilho, mostrando mais competência do que vitalidade e nergia, algo que o punk rock que fazem pede e o tempo parece ter tirado um pouco. Assim como o ex-Iron Maiden, Blaze Bailey, que não agradou nem aos fãs da ex-banda.

O Abril Pro Rock segue agora com sua programação esparsada até maio com diversas atrações no projeto batizado como APR Club, com nomes como Siba, Dead Fish e Mundo Livre S/A.

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