Assistindo música

Lá fora já se faz isso com maior intensidade, mas aos poucos o Brasil vai descobrido como contar mais a história de sua música através do cinema. Se filmes sobre artistas, bandas e cenas já são comuns para os gringos, só ultimamente no Brasil os principais nomes no campo da música tem sua história contada além das biografias. Mais alguns nomes estão ganhando as telas. O malandro Wilson Simonal, um dos nomes mais importantes de nossa música nos anos 60, finalmente começa a ter sua história contada. Ultra famoso naquele período – chegando a apresentar um programa de TV e era uma estrela do quilate de Roberto Carlos – o cantor entrou no ostracismo devido a uma acusação de dedo-duro da ditadura militar. A decadência começou em 1971 quando mandou dar um surra num contador que o estaria roubando. O problema foi que contratou dois policiais do DOPS. A história é contada no documentário “Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei”, de Claudio Manoel (da turma do Casseta e Planeta), Micael Langer e Calvito Leal, que será lançado no festival É Tudo Verdade. Uma história que nunca fui esclarecida como deveria e marcou negativamente a carreira desse grande nome de nossa música.

No festival também será apresentado o curta “Remo Usai – Um Músico Para o Cinema”, de Bernardo Uzeda. Nele uma chance para conhecer um pouco mais sobre Antonio Remo Usai, um dos compositores mais prolíficos do cinema brasileiro, autor de mais de 150 trilhas para curtas e longas, como “Mandacaru Vermelho” (61), “O Assalto ao Trem Pagador”” (62) e “Kuarup” (89).

Por aqui o mestre sambista Batatinha va ganahr um documentário sobre sua trajetória sob a ótica de seus filhos. Apesar de não ser reconhecido como deveria, Batatinha é um dos maiores sambistas baianos e brasileiros da história. Gravado por nomes como Caetano Veloso e Jussara Silveira, o músico fazia belos sambas, melancólicos e carregados de poesia. Ele nunca ganhou o status de nomes do samba carioca, mas deveria. Agora o baiano vai ganhar um documentário contando um pouco de sua vida e obra com direção de um operário da culutra baiana, Marcelo Rabelo. Lembrando que em 2006, foi lançado um vídeo-documentário sobre o músico, chamado “Batatinha e o Samba Oculto da Bahia”, tinha direção de Pedro Abib.

Tem mais. Em julho será lançado “Alô alô, Terezinha”, que se não aborda um músico/ artista/ banda, mas é sobre um dos nomes responsáveis por alguns dos principais sucessos de nossa música. Sim, trata-se de um documentário com um pouco de ficção sobre a vida do apresentador e comunicador Abelardo Barbosa, o Chacrinha. O filme é de de Nelson Hoineff.

Aproveite para ir no cinema conferir “Não estou lá”, o badalado “I’m not there”, filme que traz Cate Blanchett, Christian Bale, Richard Gere e Heath Ledger vivendo Bob Dylan em diferentes fases. Em abril estréia por aqui “Rolling Stones – Shine a Light”, o documentário de Martin Scorsese sobre o Rolling Stones.

Para quem gosta de música sem preconceitos.

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