O velho Young em forma
Se há um mestre no rock que soube envelhecer e continua na ativa, produzindo trabalhos relevantes, ele se chama Neil Young. O canadense, que inspirou gente com Kurt Cobain, continua fazendo diferença e parece não estar disposto a pendurar as chuteiras. Ele está lançando um novo disco, “Living with War” (Convivendo com a guerra), que traz dez faixas criticando a política do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Talvez seja até chover no molhado detonar o Bush filho, mas uma crítica contundente vinda de alguém de tão relevância pesa bastante. Como nas faixas “To Never kill again” e “Shock and Awe”, que criticam a postura pró-guerra dos Estados Unidos. Young vai mais longe quando em uma das faixas, aperta o discurso e pede a cassação do presidente norte-americano. “Impeach the president” conta com um coro de cem vozes cantando pela saída de Bush. Em outras faixas, o músico critica a cultura de consumo, a obsessão religiosa e a corrupção. O velho Young, no alto de seus 40 anos de carreira, se mostra atualizado não só politicamente falando, mas sintonizado também com a nova realidade do mercado. Ele está disponibilizando o novo disco em seu site (www.neilyoung.com), na íntegra e totalmente de graça. Não pára por ai, Neil Young vai cair na estrada com seu antigo grupo, o Crosby, Stills & Young, que se reuniu pela última vez em 2002. A turnê, chamada “Freedom of Speech Tour”, vai correr 35 cidades dos Estados Unidos dando ênfase a canções políticas.

Mombojó novo
Chega às lojas essa semana o esperado segundo disco da banda pernambucana Mombojó, “Homem Espuma”. Depois do sucesso de críticas e até uma boa vendagem (em se tratando de um disco independente) do primeiro álbum, “Nada de Novo”, o grupo lança um trabalho por uma gravadora de grande porte, a Trama, e se propõe a ampliar seu público. Potencial para isso a banda tem. Uma das apostas é conquistar platéias na Europa, seguindo um caminho já trilhado há alguns anos por outras bandas pernambucanas. Para isso já agendaram uma turnê pelo Velho Continente. Nesse novo disco, a banda aproveitou mais as possibilidades do estúdio e fez um disco mais trabalhado. Daqueles que o ouvinte não se anima tanto na primeira audição, mas aos poucos vai absorvendo até compreender estar diante de um belo trabalho. Com preciosa produção de Ganjamen (Instituto) e Lúcio Maia (Nção Zumbi) é um disco mais leve, calmo e bonito, cheio de detalhes, menos dançante e sem muito apelo comercial. O disco, que será integralmente disposto na Internet, tem participações especiais de gente do quilate de Tom Zé (contribuição dispensável), Fernando Catatau (Cidadão Instigado), Maurício Takara (Hurtmold) e da excelente cantora Céu. Como diz o vocalista Felipe S. na música que abre o disco: “Não quero ser o mais vendido / eu quero entrar no seu coração”. É topar ou não a proposta.

Um meteoro em nossas cabeças
Nada contra a existência de uma banda que só repete as fórmulas ruins de sucesso do atual rock para adolescente da MTV. Elas sempre vão existir, infelizmente, e o grupo baiano Meteora faz isso até com certa competência, se é que se precisa disso para imitar algo que já é ruim na fonte. Nada contra o vocalista da banda ser (ex)dançarino de axé, isso não impediria dele ser bom em outra seara musical (o que também não é tanto o caso). Incomoda sim, o espaço que se dá para um engodo, que só vem conquistando algo por pertencer a um selo de uma cantora de sucesso, que não por acaso é a namorada/ mulher do vocalista da banda. O modo desigual com que o grupo é tratado e beneficiado faz pensar como funciona todo um sistema de mídia, imprensa, rádio, festivais, leis de incentivo, shows etc. Para participar da parte rock da Micareta de Conquista, por exemplo, precisou da intervenção da “dona” do grupo, a cantora Ivete Sangalo, junto aos organizadores do evento. Uma exigência que surpreendeu até os produtores do palco rock. Já não bastasse invadir rádios e TVs com seu axé destemperado, a cantora agora quer enfiar goela abaixo uma banda de rock de quinta categoria.

Indies para sempre
A banda carioca Pelvs, uma das pioneiras do indie rock brasileiro (na época que indie era sinônimo de guitar bands), prepara seu quarto disco. “Anotherspot” já está gravado e deve ser lançado ainda este mês pelo selo (também carioca) Midsummer Madness. Uma das novidades do grupo é a nova formação, deixando de ser um quarteto e se tornando um septeto, agora com quatro guitarristas e um teclado. O Midsummer Madness pretende voltar a intensa atividade em 2006, lançando, além do disco novo da Pelvs, o novo trabalho dos pernambucanos da Superoutro e um disco de banda estrangeira. O selo vai também disponibilizar todo seu catálogo de demos, EPs e CDS em MP3 gratuitamente.

Curtas
* Na lista de shows que pintam por aqui nas próximas semanas estão Nação Zumbi e Pedro Luís (no PercPan), Velhas Virgens (SP) e Banzé (SP).

* A maioria não deve conhecer, mas deveria. Um minuto de silêncio pela morte do compositor Guilherme de Brito, sambista e parceiro do mestre Nelson Cavaquinho.

* O Festival Porão do Rock, em Brasília, começa a soltar a escalação para a edição desse ano (2 a 4 de junho). As hermanas Supersônicos (Uruguai) e Los Natas (Argentina) são por enquanto a porção gringa do evento, que deve revelar ainda a banda norte-americana Black Crowes como atração principal.

  1. om meteora é foda mesmo, argghh. mas essas bandas q vao tocar neste festivalzinho da revista capricho.. quequéisso??? revista capricho?? e neguinho ainda acha q tem moral pra detonar o meteora

  2. David, nada a ver esse lance da Capricho. Caso vc não saiba, o editor chefe da revista é o Lúcio Ribeiro (pelo menos, era até pouco tempo). Ela tá abrindo espaço para bandas de verdade aparecerem e tocarem em São Paulo, trata-se de uma vitrine como qualquer outra. Eles podiam contratar o RBD pra fazer um oba-oba e pronto. Mas não, quem vai tocar são algumas da melhores bandas independentes daqui e de lá. Bandas de verdade, não é o “Merdeora”. Qto à revista em si, tá certo, é uma revistinha bobinha para adolescentes bobinhas, mas e daí? Ela tá aí há mais de 20 anos se dando bem no segmento (minha irmã, hoje quase quarentona, lia na adolescência). Se não fosse ela, seria outra, não faz a menor diferença. É uma demanda de mercado.

    Qto à Merdeora, é uma merda que exista e esteja tomando espaço de bandas de verdade (e é bom que alguém como Luciano bote o dedo na ferida) mas acho que a melhor política no momento é ignorar solenemente. Merda é aquele coisa: qto mais mexe, mais fede. Aliás, não tá mais nem aqui quem falou.

  3. olha meu, revista capricho é revista capricho e fim de papo. revisttinha pra garotinhas idiotas. e dane-se o lucio ribeiro. a mtv tem a assessoria da alê da pin ups, do joão gordo. e aí? para ficar dando explicação para a banda da panelinha tocar nesta coisa ridicula de revista capricho tem um bocado de elogio e pro merdeora é tudo armação. caras do los canos e cia e da merdeora deixem de ser bobos q vcs não enganam ninguem.

  4. Olha só…
    Não conheço ninguém dessa Meteora…nenhum deles é meu amigo…eu não gosto da banda…
    Mas…
    Ao invés de falar e falar e falar….vamos pôr a mão na massa, e fazer o nosso.
    Tô cansado desse lance de neguinho tá falando, falando e falando.
    Foi essa mesma Meteora, junto com Ivete, que abriu espaço lá no Arena 1 para uma pá de banda de rock da cena (ex: Los Canos, Automata, entre outras).

    Bandas “ruins” sempre existiram e irão existir…
    “Quem indique” também não é novidade , e TAMBÉM rola com as bandas da cena underground.

    Então, penso assim.

    Abraços

  5. Acho mesmo que as bandas devem procurar ocupar os lugares que lhes parecerem mais adequados. Quem quer tocar no festival da Capricho é quem almeja o público (adolescente) da revista. Los Canos toca pra essa meninada.

    O mesmo vale para a Meteora. A banda tem uma produção que quer inseri-la no mercado alternativo? Que seja. Ela se sustentará na cena se conseguir uma boa resposta do público.

    No final é a música que prevalecerá. Ter apenas uma boa produção não lhe garantirá sustentabilidade. Ajudará? Ajudará, sim. No entanto, não adiantará uma boa produção se a banda não conseguir encontrar um lugar entre o público – coisa que, não duvido, eles podem conseguir; o público new metal/emo core não vai muito além disso, salvo raras exceções.

    O sistema está aí pra ser usado; mas ele te usará também.

  6. Olha, David, acho que vc tá confundindo as coisas. A Los Canos vai ficar tocando aqui, pro mesmo público véio de guerra a vida toda? Não, tem que se picar pra SP mesmo e tocar onde der, do boteco da esquina ao evento da Capricho. E de mais a mais, antes o público bobinho da Capricho ouvir Los Canos e ZecaCuryDamm a Kelly Key. É esse público que vai comprar disco, pagar ingresso e sustentar a banda no cenário. E só para terminar, ponha a mão na consciência: entre Los Canos e Merdeora vai um abismo, meu irmão, se liga. Abraço.

  7. q abismo q nada. é tudo igual. é aquela estoria sou independente mas topo qualquer coisa pra entrar no sistemão. ser independente é outra coisa e não conveniencia. é a estoria da garotinha q diz que é virgem mas tá louca pra fazer michê pra comprar roupinha da moda

  8. Minhas bandas são independentes até o osso, mas se vier uma gravadora com um contrato bacana pra mim eu abro as pernas na hora. Quem não quer que ouçam a sua música deveria gravar um cd quadrado!

  9. Uma coisa é abrir as pernas, outra é ter controle sobre o seu trabalho. Assinar com uma grande gravadora não é o problema. O problema é deixar que algum executivo que entende mais de marketing do que de música controlar o seu trabalho, como acontece com Pitty, Meteora, etc. Você pode assinar com uma grande e manter sua integridade, como Marisa Monte, por exemplo. Ou pode assinar e deixar que façam o que quiserem com sua música, e estraga-la. Infelizmente esse risco prevalesce em 90 % dos casos. Mas se a proposta é ser pop até o osso, não há problemas pois ta tudo de acordo, nada mais conveniente para quem tem a proposta pop que desejar audiência. mas audiência não é sinonimo de qualidade. REPITO: AUDIÊNCIA NÃO É SINONIMO DE QUALIDADE! POR ISSO SER POP NÃO AVALIA NADA! Eu posso desejar ter público, e desejo MUITO ISSO, quero também que escutem minha música, mas quero, mais do que isso mudar alguma coisa nesse universo de merda em que Bandas como meteora acham que são grandes músicos. Não são! E isso não é questão de gosto! E se fosse, gosto se discute até a raíz do pentelho. Afinal, dizer que Papê e Nemnem são boas cantoras é algo sintomático. Elas são ruins, e isso é indiscutivel.

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