Alguém ainda duvida que Salvador é outra cidade? Bom, se ainda falta um show internacional, mesmo de médio porte, garanto que isso não vai passar de 2006. E não estou sabendo de nada, não tô sabendo de nada…
A capital baiana há muito já se livrou do estigma de cidade do axé, pelo menos para quem mora aqui, tem bom senso e não fica apenas reclamando.
Vamos falar um pouco do Axé, que considero que tem lá sua importância. O problema nem é existir, é existir da forma que monopolizou tudo nos anos 90 principalmente. Praticamente todo investimento da iniciativa privada e do Governo da Bahia foi direcionado para o meio axé e afins. Até trio do Chiclete com Banana no Bloco Camaleão (um dos mais rentáveis e que nem pagava imposto) teve apoio do FazCultura. Axé hoje é sucesso lá fora, Jammil é considerado rei em BH, mas não coloca mais ed 300 pessoa em show em Aracaju, por exemplo. Qual o último grande show de Axé que você tem notícia em Salvador? Ah! Você vai falar, mas Calypso lota o Parque de Exposições (deve ter lotado, não soube de nada)? Mas isso é em qualquer grande cidade do país. A grande população, a massa, consome Calypso e afins hoje em dia, normal.
Agora, podemos concordar que Jorge Vercílio, Zeca Baleiro, Ana Carolina, Chico César, Luciana Mello não sejam o que consideramos a melhor música para se ouvir, mas temos que concordar que são os artistas que tem tocado nas grandes metrópoles com sucesso. Você vai em uma cidade com uma vida cultural agitada e vê lá cartaz de shows desse povo, mais Belchior, Zé Ramalho, Nação Zumbi O Rappa, Los Hermanos… além de um monte de shows de bandas locais e festas…
Se você não reparou Salvador foi assim nos últimos meses e o verão nem chegou ainda. “Vixe, o cara tá doido, dizendo que Salvador já é uma grande cidade com mil opções culturais”. Não rastaquera. Nada disso. Estamos ainda longe de chegar no que achamos bom. Mas, ô limitado das idéias, tudo é um processo. Paramos dez anos culturalmente, as coisas não podem acontecer de vez. Há três anos no mínimo venho dizendo e repetindo (muito aqui no el Cabong) que as coisas estão mudando. E estão de fato, mas é um processo, um passo de cada vez, dois pra frente, um pra trás. Se você prefere reclamar, SÔ reclamar, paciência, vá fazer companhia a sua vó.
Se Salvador há sei lá, dois anos, vivia do Calypso, hoje mesmo aind afaltando casas decentes para shows (eu já escrevi isso aqui), já existem opções. Algumas opções. Se comemoravámos um show legal no mês, hoje temos opções no mesmo dia e todo final de semana escolhemos o que vamos perder. Falta muito, claro. Mas hoje você pode dançar ou ver shows no Miss Modular e Zauber, que contam com uma boa estrutura, dá até pra convidar sua namorada, sua irmã patricinha ou até sua mãe, sem problemas. O Casarão Santa Luzia é outra opção, que tem uns problemas de estrutura, mas prova de que estamos num processo de melhoria é que os proprietários do lugar estão investindo e vão mudar tudo lá. Ar condicionado novo, novos banheiros, novo espaço para shows e a reabertura com um festival bacana só com bandas baianas (veja os shows na agenda ao lado). O Calypso, ah o Calypso, ainda está lá, vivo, tendo showss porádicos e cumprindo sua função. O Rock in Rio, que tem uma estrutura de alto nível, resolviu abrir as portas para coisa melhor do que o que vinha rolando por lá. O Tapioca, lugar tradicionalmente playboy, também abre para shows sem problemas, apesar da consumação míinima (que paga o otário que quer). E ninguém mais fica se lamentando que o World Bar faz show de graça, tem público para tudo nessa cidade. O shows lá continuam rolando, como semrpe tem também no World Bar.
Falta banda gringa? Como falei no início questão de tempo. As relevantes do circuito nacional já estão passando. O Skol Tropical Beats desse ano, por exemplo, abriu mais pro pop rock e trouxe pela primeira vez na cidade os gaúchos da Cachorro Grande. Que fizeram aliás um de seus costumeiros grandes shows. Melhor, um bom público foi lá só para vê-los cantando junto e tudo (eles voltam a tocar po raqui mês que vem). Pena foi ter que sair do lugar (porque tava difícil ficar para o resto dos shows) ao som de LS Jack, algo constrangedor que não merecia existir.
E a lista de bandas que estão vindo por ai ou podem vir, anima: Sapatos Bicolores, Bonsucesso Samba Clube, Wry, Eddie, Wado, Los Hermanos, Ludov, Nação Zumbi, Automarams, Pitty, Cachorro Grande e por ai vai. Que venha o verão.

Para quem gosta de música sem preconceitos.

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