Política não é votar e falar mal do governo
Não há nada de fácil em governar o Brasil. Todo mundo sabia disso. O PT, Lula e quem votou neles sabia disso. Em 2002, o país estava em frangalhos, a beira do precipício, a previsão para 2003 era da mais profunda crise e a situação deixada pelo governo anterior era desesperadora. Com a entrada de um partido de esquerda, temido por muitos, inclusive pelo mercado internacional, a previsão era que tudo fosse piorar. 2003 passou, o Brasil aparentemente não melhorou (se formos seguir o que fala a imprensa e os tais especialistas pior ainda), a política econômica é a mesma da era FHC. Mas será mesmo?
Vamos entrar num campo pouco falado por aqui, mas que esses tempos estão deixando os mais atentos bem alertas. É como se um papo de golpe passasse insconsciente pela cabeçaa de muitos, na de outros nem tão insconsciente assim. E não há nada de muito distante da realidade nisso, infelizmente.
Não dá para negar que o Governo Federal está muito aquém do que se vislumbrava, mas isso depende do ponto de vista de quem diz isso, claro e de como essa pessoa vê a situação.
Se íamos enfrentar um colapso em 2003, não foi o que aconteceu e a economia se sustentou. Melhor, vários de seus índices mostraram evolução.
Há mesmo continuísmo?
Concordo que não há um rompimento drástico, mas estamos na mesma política? E um rompimento seria o melhor para o país na atual situação? Quem mais esperava por isso? Os radicais de esquerda a favor, torcendo por uma ação radical e os de direita, torcendo por isso para poderem cair em cima e quem sabe mudar o quadro político na marra. Seria um prato cheio.
Na verdade era esperado um governo autoritário, em que o Presidente governasse por decreto, assim como está acostumado a fazer na América Latina. Os tempos são outros.
Mas vamos a alguns dados, que claro não são a verdade suprema, mas mostram alguma coisa.
Durante o governo FC a taxa de juros selic atingiu 45%, o último aumento daquele governo aumentou a taxa de 22 para 25%.
Ou seja, o Governo Lula pegou a taxa em 25%. Em 14 meses a taxa baixou para 16,25%.
Enquanto um tinha uma politica de aumentar os juros, Lula vem diminuindo, longe do ideal, debaixo de pressões, mas o fato é que vem demonstrando que a idéia é mesmo abaixar ainda mais. O argumento de ser precavido não é falso, vide que o país ainda não tem a força econômica necessária.
A redução nestes meses de Governo Lula já mostra os aspectos positivos na economia brasileira.
O Risco Brasil era outro índice que colocava o país em situação de temor.
O risco chegou a atingir 2.390 pontos-base, em 2002, hoje gira em torno de 500 pontos-base, em janeiro chegou a 397, o menor desde 1997, quando era de 347.
E o dólar que aumentou só com a idéia de Lula se tornar presidente? No govero FHC chegou a beirar os R$4, hoje varia em torno de R$2,90, beneficiando inclusive as exportações.
Vocês lembram de outro momento em que o governo federal sinalizou que iria romper com o FMI?
Pois o atual governo está anunciando que não vai renovar o acordo como Fundo Monetário Internacinal, coisa que todo mundo hoje comemora, até quemnão fez nenhum esforço para isso antes. Não de forma drástica, mas sem estardalhaço e com os pés no chão. O atual acordo, que permite ao Brasil um saque de US$14 bilhões e que serviu apenas como uma garantia, se encerra em dezembro e não deve ser renovado.
É a mesma coisa?
Tudo bem (bem não) que o desemprego ainda está em alta, que o custo de vida só cresce, que a economia não mostre grandes avanços práticos, mas são consequências do que vinha acontecendo há anos (Olha que nementrei no sdados das dívidas públicas). Alguém estava mesmos esperando uma mudançaa rápida? Impossível, a mudança de governo (mudança real e não só de pessoas) é só uma parte de um processo.
Mas vão deixar isso se concretizar?
Com a revelação de novas fitas sobre o caso Waldomiro (comecei a escrever esses comentários antes disso), o Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, declarou que havia um clima de cospiração contra o governo.
Nada difícil de se imaginar, já que o Governo Lula pode colher frutos nas eleições municipais desse ano e pode estar mexendo em casa de marimbondo, gente que não está acostumada a perder o poder.
Aí deve ter quem ache esse papo conspiratório demais.
Paulo Henrique Amorim comenta, num excelente texto, como seria fácil dar um golpe de estado no Brasil.
E não custa lembrar que os americanos fincanciaram, bancaram, promoveram e sustentaram golpes nos anos 60/ 70, no Brasil, Chile, Paraguai e por ai vai. O Governo Americano revelou ontem alguns documentos provando isso mais uma vez. Leia a respeito aqui. Não custa lembrar também que na Venezuela em 2002 os americanos também estimularam o golpe fracassado para tirar Hugo Chavez do poder. Você pode ler mais sobre isso aqui.
Para onde estamos indo? Quem sabe?

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