Recife/ Olinda – segundo dia de Carnaval
É mais ou menos assim. Você assiste um grnade show, segue um bloco e perde várias outras coisas bacanas que rolaram no mesmo horário. Não tem jeito, é escolher e estar preparado para dar umas boas paletadas (grandes andadas para os não-baianos). Neste segundo dia (na verdade o sábado de Carnaval), fui para Olinda. Vi alguns grupos de frevo, maracatu e tal, mas parei mesmo neste dia para ver um novo festival criado pela prefeitura de Olinda, o Cena PE. Neste dia quem abriu foi Maciel Salu, peguei do meio pro fim do show. Muito bom, música pernambucana tradicional, ciranda, maracatu, côco e o povo dançando e se divertindo, como em qualque coisa que toque por aqui. Qualquer mesmo. No sábado, por exemplo, é dia de Galo da Madrugada, aquele que junta um milhão de pessoas (deve ser isso mesmo, porque é gente demais de todo canto da cidade), e durante o desfile do bloco se apresentam diversos trios tocando muito frevo, mas também muito axé de péssima qualidade. Mas como disse, eu estava em Olinda. Depois de Maciel Salu, vieram RDA e Marinambuco, duas bandas que, na verdade, não tinham muito o que mostrar, a não ser, como são herdeiros de Chico Science. O pessoal de Pernambuco ligado ao rock costuma reclamar desses clones, lamentável, relamente, mas são os ossos do ofício. É sempre assim quando surge algo inovador e bacana, traz muitas coisas positivas, mas também negativas. Fechando o evento em Olinda quem se apresentou foram as meninas da Comadre Fulozinha. Belo show. Apesar da preocupação delas com o som (não tieram passagem), elas são fantásticas. Em questão de minutos conseguem criar um astral altíssimo, com uma parede de percussão acompanhada apenas por saxofone, cavaquinho e gaita em monetos diferentes. Desfilam os ritmos bem conhecidos no local, ciranda, côco e por ai vai. A hipnotizante voz de Issar e a capacidade e competência de Karina tocando diversos instrumentos e cantando de forma tão bela contagia e todos caem na dança. Ainda mais no carnaval, que elas homenageiam com uma linda versão para “Jardineira”, aquela velha canção…
Quase sem descanso, toca pra Recife, que a noite lá promete. E ai começou aqueles problemas que falei no início, cheguei tarde e perdi o show dos locais do Astronautas no Rec Beat. A Narguilé Hidromecânico foi a atração seguinte do evento. Peguei o finzinho do show, me pareceu interessante a mistura de ritmos, forró, hardcore, pop e um monte de coisa. Pelo menos deu pra assistir A Roda, uma das novas bandas da moda em Recife. É bacana e tal, mas não tem nada demais. Ôtimos músicos, levam jazz com um pouquinho de black music. Aquela coisa, bacana para se ouvir de vez em quando.
Lan Lan e Os Elaines fizeram um show muito bom. Ela está com uma excelente presença de palco, a banda é excelente e fazem um rock de peso. O problema é que faz parte da escola Márcio Mello de fazer rock (até aquel merda do “Vem ver o dia nascer… pra gente fuder” rolou). Palavrões como se fossem uma banda punk, letras detonando, sempre gritadas, mas num ódio não convicente, contra amores, traições e banalidades do cotidiano. Claro, que se pode odiar tudo isso e daí surgirem boa letras. Até se gritar, berra, contra pode, mas assim…não convence mesmo. Pior que as letras vem embaladas num pacote de rockinho pra adolescente que mai sradical que conhece é Offspring. Ela ainda incluiu duas versões da ex-Cássia Eller (“Paranóia Delirante”, de Xis e “Quando a Maré Encher”, de Fábio Trummer,mas sucesso através da Nação Zumbi). Tev eainda Jimi Hendrix e acredite, duas covers dos Titãs, “Diversão” e uma inacreditável “Bichos Escrotos”, com um cara do Pedro Luís e a Parede. Nessa hora me senti numa micareta de um interiorzinho, com aquelas bandas que na hora que querem fazer a parte “rock´n roll” da apresentação tocam a digníssima música dos Titãs.
No intervalo deu tempo de pegar um trechinho do show do Cordel do Fogo Encantado na praça principal do Carnaval de Recife. O show não estava dos melhores, sem um percussionista e com o som bem ruim ,a banda agradou memso os fãs, mas já fizeram shows melhores. Fechando a noite no Rec Beat uma das bandas locais com maior público, Devotos. Eles fazem punk rock hardocre, sujo pesado e feio, no sentido rock do termo. Já vi show bom deles, mas numa hora daquelas, eu só queria cama. Amanhã tem mais.

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