Carnaval de Recife e Olinda; dia de frevo, forró, Cena PE e Rec Beat

Carnaval de Recife/ Olinda – terceiro dia de frevo, forró, Cena PE e Rec Beat, com shows de Eddie, Rogério Skylab, Erasto Vasconcelos, entre outros. 

Domingo, já não estou meio perdido. Esse dia tirei para me dedicar totalmente ao Carnaval. E aqui se você vacilar passa o dia pulando e dançando. Logo de manhã, fui ver o bloco Enquanto Isso na Sala de Justiça em Olinda. Já é uma tradição do Carnaval. O pessoal mais jovem de Recife e Olinda, além dos turistas, se reúnem pra mostrar um dos lados mais criativos da festa. Todo dia tem gente fantasiada em Olinda, mas é com esse bloco que aparecem as melhores fantasias e quase todo mundo se veste com alguma coisa engraçada. O motivo básico são os super-heróis, mas tem de tudo. Um grupo com uns 20 caras de Tartaruga Ninja, super-colchão, superbonder, tudo quanto é herói imaginável, Bin Laden, Jesus Cristo, Elvis Presley, Absorvente… Muito engraçado. Fora as cenas hilárias que acontecem em volta de você.O bloco passa pelas ruas de Olinda arrastando uma multidão ao som de muito frevo.

O frevo merece um parágrafo especial. Quem não conhece o Carnaval de Olinda e vê pela TV imagina que seja apenas “Vassourinhas”. Não, o repertório de frevos é fantástico, muito bonito e o impressionante é que mesmo fora da grande mí­dia todo mundo sabe cantar e cantam com um orgulho danado. “Vassourinhas” sem dúvida é especial, é como se fosse o hino e quando toca parece que aperta um botão em todo mundo, inclusive turistas, e todo mundo se acaba. Os pernambucanos sabem respeitar seus nomes consagrados, como Capiba e tantos outros.

São vários blocos que passam pelas ruas, no meio da multidão tocando frevo. Mas daqui a pouco aparece um diferente. Um senhos com uma sanfona, outro com um triângulo, mais um com sanfona e outros na percussão. Sim, forró dos bons, entoado pelo povo que se arrasta cantando clássicos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, entre outros. De chorar, mas o sol de rachar não deixa.

Nesse domingo rolou o segundo dia do Cena PE. Abrindo a tarde, Erasto Vasconcelos, irmão de Naná, com um show belí­ssimo. Frevo de rua, frevo canção, frevo de bloco, ciranda, coco, uma aula de cultura pernambucana. O público quer mais é se divertir, com música boa então nem se fala. Último show, com um belo coro feminino, um grupo que juntava violoncelo, violão, flauta e muita percussão. Muito, muito bom.

A série de cópias mal feitas de Chico Science viria a seguir com Marzulu e Etnia. Fechando a programação do evento, Bonsucesso Samba Clube. Prata da casa, forma muito bem recebidos e levaram seu som que mistura música brasileira, dub, reggae e um pouco de música eletrônica. Como eles dizem fazem música pernambucana moderna. Original Olinda Style (depois falo disso). Show pra dançar, dançar no astral que Olinda tem, na tranquilidade, na paz, como declarava Roger Man, vocalista da banda no iní­cio do show. A música “O Samba Chegou” já é sucesso local e sem dúvida o melhor momento do show. Grande banda.

Mas tem mais. De noite o bicho pegou em Recife. Difí­cil pegar o Rec Beat do iní­cio. Perdi Eleonora Falcone (PB)e Maciel Salu. O primeiro show do festival que vi na noite foi do carioca Rogério Skylab. Sinceramente não consigo ver graça no cara. Sempre me vem à cabeça o Zumbi do Mato (banda carioca que também faz música “doida”, mas melhor). Um rock normal, com algumas mudanças no meio da música, que torna a coisa até melhor, mas incomoda no sentido sem graça mesmo, ver o cara estrebuchando um monte de asneira parecendo ser modernice. Achei careta de dar dó.

Os holandeses do Bernie’s Lounge são a atração seguinte. Aquela coisa. Bacana de se ver, mas não no meio do Carnaval pernambucano, pelo menos não cansou pra o show da noite e um dos melhores do festival, o Eddie. Não vou contar a história da banda, mas só lembrar que a banda tem mais de dez anos e Fábio Trummer é o único que continua da formação original. Mais, Fábio é um maiores compositores da música brasileira moderna. Referência? Ele é autor de “Quando a Maré Encher”, petardo conhecido pela Nação Zumbi e regravado por Cássia Eller. O grupo nasceu mais ligado ao punk, mas com muito tempero de música brasileira.

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