Um guia para entender o novo álbum do BaianaSystem faixa a faixa

Em cerca de 50 dias, o BaianaSystem apresentou em três partes o seu mais novo disco, OXEAXEEXU. O trabalho é fruto dos meses de isolamento social devido à pandemia e uma forçada nova forma de produzir da banda, quase sempre em modo remoto. Sem shows, a banda não testou as faixas ao vivo e partiu praticamente do zero para criar as 20 faixas que lançou divididas em três atos. A novidade na carreira mostra também a contínua capacidade de criar, produzir e diversificar as sonoridades por onde trafegam.

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A proposta do álbum OXEAXEEXU se tornou uma viagem por mares desconhecidos, mas sem abandonar as raízes deixadas em terra. O trabalho começou a ganhar forma ainda em fevereiro, com o que foi batizado de primeiro ato, Navio Pirata. Como a banda definiu, o inicio de uma “viagem no tempo-espaço”. Batizado com o nome do trio elétrico do grupo, este ato deixou o agitado carnaval 2020, onde a banda fez as últimas apresentações e passou a navegar de maneira virtual numa “simbólica trajetória que reconecta América e África numa mesma latitude tropical”. Uma conexão de Bahia e Tanzânia, batizada de TANZABAHIA e que transpassa essa primeira parte.

Na sequência, no início de março saiu o segundo ato, Recital Instrumental, a transição que marca o meio da viagem. Agora, a força da palavra dá espaço para um momento de transição, com diminuição do verbo e a tomada de direção para uma rota “afrolatina” e seus afluentes. Um mergulho no “universo sensorial da música e suas muitas camadas, priorizando o instrumental como parte fundamental e necessária para a música do BaianaSystem”.

O terceiro ato, América do Sol, foi lançado no finalzinho de março e como a banda definiu “é um mergulho nas cores, na alegria, na luta, na identidade e nas conexões que unem a América Latina e nos trazem um sentimento de pertencimento a este território tão potente e grandioso”. São oito faixas  com participações de Bule-Bule, Rapadura, Carolaine e da chilena Claudia Manzo e um aportamento seguro em águas seguras.

Abaixo mergulhamos em cada uma das faixas do disco dividido em três atos e comentadas pela própria banda e com sua devidas fichas técnicas.

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Primeiro ato – Navio Pirata


REZA FORTE
(Russo Passapusso/SekoBass/B Negão)
sample – Cantata para Alagamar

“A euforia, a explosão, o ritmo acelerado, o espiritual presente, se misturam e fazem as rimas de um incrível artista chamado Makaveli dialogar com uma reza de BNegão. ‘Reza Forte’ foi a primeira e única mensagem que a gente queria começar falando com as pessoas com a nossa linguagem artística. Foi a primeira música escrita na pandemia. Foi a primeira coisa que linkou a gente, independente do mágico religioso que cada um tivesse entrando, a gente tinha essa força, essa fé. Tem um pouco de ‘Reza Forte’ em todas as faixas. ‘Reza Forte’ é uma substância que é essa fé que pode ter vários nomes, esse acreditar, uma palavra, um signo, um símbolo que vem antes das outras coisas que a gente vai encontrar no disco. Ela permeia todos os atos. Tinha também essa coisa de muitas línguas que de alguma forma professam pela coisa do verbo, a força da palavra que a gente fala que é muito presente no ‘Navio Pirata’. Essa reza vai se desmembrando em muitas coisas no disco. Quando a gente parou para pensar o que estava acontecendo no mundo inteiro. Quando começou a remontar na nossa cabeça que todos do planeta estavam nessa sintonia de cura e de atenção. A gente começou a pensar que todos, independente da língua, independente do que acredita, do que quer, do que vê, do que é, vai estar nessa direção da reza porque estamos sendo acometidos por um um mal comum, desse invisível. Então já começou a acessar esse invisível como forma de cura também.”

Voz – Russo Passapusso
Participação especial – BNegão
Guitarra Baiana – Roberto Barreto
Baixo, programação beat, sample e synth – SekoBass
Percussão – Ícaro Sá e Japa System
Guitarra – Junix 11
Sax soprano – Joander Cruz
Sax tenor e sax barítono – Vinícius Freitas
Coro – Angela e Tita

RAMINHO
(Roberto Barreto/Russo Passapusso/Rezadeiras)
Citação: Rezadeiras (filme Raminho, diretor Breno Cesar)

“A voz da rezadeira é trecho do documentário Raminho, de Breno César, feito no Sertão da Paraíba. É um documentário que mostra a presença das rezadeiras naquela cidade. A música parte da ideia de que a gente já entendia que esse disco de alguma forma ia ter essa coisa instrumental, que estaria de alguma forma permeando esse disco. O início da música é justamente o riff de “Reza Forte”, só que tocado de uma outra forma, na guitarra baiana combinada com um bandolim, soando mais orgânico.”

Sample – Trecho Reza Popular
Guitarra baiana e bandolim – Roberto Barreto

NAULIZA
(Makaveli/Jaymitta/Russo Passapusso/Roberto Barreto/SekoBass)

“A gente queria fazer algo com uma referência e uma conexão com a África que não passasse nem pelos Estados Unidos da América, nem pela Europa. Fazer uma conexão direta e não que fosse escolher algum cantor, ou algum ritmo, ou misturar com World Music. A gente queria uma manifestação de corpo de jeito que fosse parecido com que a gente tinha acabado de viver no Carnaval, que é a nossa última memória de show. A gente pesquisou muita coisa linda. Mas não tinha essa relação da física, da manifestação. As coisas que vimos da Tanzânia tinha. Eles dançavam de forma diferente, as rimas eram incríveis, eram diferentes. Era aquilo que a gente via de manifestação no carnaval. Parece muito com a gente, quando a gente está incorporado pelo transe rítmico também, os ritmos acelerados. Quando a gente descobriu nos deu uma sensação incrível. Tudo muito acelerado, muito rápido, algumas coisas lembrava o frevo. Foi incrível. A gente fala dessa rota virtual que o Navio Pirata saiu, que ele estava parado e foi lá pro leste, que é a África Leste. Influência árabe, não é a Costa Oeste que temos mais familiaridade, que vem a Angola, que tem Benin, tem Congo, que tem essas coisas que vem mais. É outra história.”

Voz – Russo Passapusso
Voz – Makaveli (Tanzânia)
Guitarra Baiana e guitarra baiana acústica – Roberto Barreto
Baixo, programação de base e synths, – SekoBass
Guitarra – Junix 11
Sample base – Jay Mitta

CATRACA
(Russo Passapusso/SekoBass/Tonho Matéria/Ubiratan Marques)

“A gente começou a construir uma música que tivesse esse experimentalismo como “Arapuca”, como é “Cabeça de Papel”, essas estruturas de flows, de rimas, diferentes em cima do sincopado, do groove arrastado, do pagode, do samba duro e até do samba junino. Quando começamos a construir, Seko fez a base e Russo veio cantando e imaginando as imagens das pessoas no ônibus. E no final sem perceber chegamos a dois códigos, de pessoas, de rotação da cidade e que é muito nostálgico falar sobre isso agora. A catraca é outro objeto também que remonta essa relação, que as pessoas usam. De repente vimos esse símbolo. Este primeiro ato vinha sempre com a referência de sample, de estudo, de alguma coisa que tivesse ali fincada na realidade, pra gente não flutuar em um mundo que não entendesse depois. Ficamos procurando, mas quando ouvimos “Buzu” da banda Fuzuê, era o mesmo tom, encaixava certinho. Quando a vimos a letra, a crítica que ela trazia, encaixava também no que a gente procurava. Quando nos reunimos para falar da música, o maestro Bira (Ubiratan Marques) disse que era ele que tocava na música. A gente nunca soube que Bira tinha feito parte da Fuzuê. Aquele riff do teclado era dele. Tanto é que não usamos o sample porque Bira tocou de novo. Foi um desses achados que nos leva direto aos anos 80. Com seu hipnótico riff de teclado, se tornou um clássico e foi composto por um artista que passou como cantor e compositor por todos os blocos afros, foi precursor do samba junino e é um símbolo da nossa cultura popular: Tonho Matéria. Ai chamamos ele para participar também. Quando ouvimos, percebemos também que não dava pra ter as guitarras, ai pensamos num cavaquinho e convidamos Pretinho da Serrinha. Ele é genial, dá um balanço incrível. Essa faixa a gente conseguiu experimentar, se libertar de formatos pré-estabelecidos”

Sample: Buzu – Banda Fuzuê
Voz – Russo Passapusso
Participação especial – Tonho Matéria
Baixo, programação de beat e synths – SekoBass
Cavaquinho – Pretinho da Serrinha
Percussão – Ícaro Sá e Japa System
Teclados – Ubiratan Marques

O QUE NÃO ME DESTRÓI ME FORTALECE
(Russo Passapusso)

“Essa música são pedaços de rezas que Russo colocava no meio de músicas nos shows. Outra melodia vinha dos sound systems, quando ficava mais dub entrava com a letra. É um caleidoscópios de elementos dos sound system. Tem uma coisa nela que diferencia das outras que é a presença da bateria orgânica de Bruno Buarque, que bota a música no chão e traz ainda mais essa coisa de reza. Ainda temos nessa viagem a presença mágica da cantora Céu na faixa. É um Nayambing que reforça a ideia de reza e força coletiva do canto.”

Voz – Russo Passapusso e Céu
Baixo, programação de base, synths e edição – SekoBass
Bateria, sample, programação, arranjo base e produtor musical – Bruno Buarque

MONOPÓLIO
(Cyro Aguiar/Filipe Cartaxo/Russo Passapusso/SekoBass)
Citação: Introdução Pot-pourri disco Anticonvencional do artista Cyro Aguiar

“Entrando numa cápsula sem limites, como anuncia o grande Cyro Aguiar no sample extraído de seu disco Anticonvencional que abre a faixa. o que ele dizia na letra tinha tudo a ver com o que a gente queria. Fomos falar com ele e ai que a música fez ainda mais sentido. A música é uma parte da viagem pela América latina, agora com o elo da Jamaica com Londres, com esse ritmo do jungle que veio pra cima de nossas cabeças. Tem uma coisa muito marcante nessa faixa que é a presença do mestre master Junix e a construção de guitarra, que é muito a praia dele. A guitarra de Junix amarra a faixa do início ao fim de uma maneira muito forte, porque ele consegue timbrar e dar peso.”

Voz – Russo Passapusso
Guitarra Baiana – Roberto Barreto
Baixo, programação de base, synths e edição – SekoBass
Guitarra – Junix
Percussão – Ícaro Sá e Japa System
Bateria – Bruno Buarque
Edição e synths – João Meirelles

CHAPÉU PANAMÁ
(Russo Passapusso/SekoBass)

“Encerrando esse primeiro ato que parte da África, o Navio aponta para novas direções e sugere as próximas rotas em direção à América Latina. Adentrando no coração do continente e quebrando as fronteiras para um entendimento mais amplo da nossa formação, esta faixa com beat fincado na percussão afrolatina e referência de dance hall, segue com questionamentos sobre os nossos caminhos, as águas percorridas, o sangue derramado, e antecipa o que está por vir nos próximos atos de OXEAXEEXU.”

Voz – Russo Passapusso
Guitarra Baiana – Roberto Barreto
Baixo, escaleta, programação de base, synths e edição – SekoBass
Percussão – Ícaro Sá e Japa System

Segundo ato – Recital Instrumental

TUBARÃO
(Russo Passapusso/SekoBass/Filipe Cartaxo/Ruben Blades)
Sample: Canto Abacuá – Ray Barreto

“O mergulho começa ao som de “Tubarão”, faixa amarrada no groove/tema preciso do produtor SekoBass, que traz na sua base uma condução do beat em diálogo com a percussão de Ícaro Sá e Japa System, já deixando nessa abertura uma marca do som do BaianaSystem. Sopradas através do Atlântico, as melodias das flautas e sax de Joander Cruz chegam trazendo a bordo os convidados para participar desse recital. Joander é de Itapetinga, interior da Bahia, e depois de vir para Salvador em 2009, desponta como um grande talento da música instrumental ligado ao jazz e ao experimentalismo. Hoje morando em Viena (Áustria), ele faz parte dessa nova safra que revitaliza a tradição instrumental da Bahia.”

Baixo, programação de beat, synths e sampler – Seko Bass
Sax alto e flauta – Joander Cruz
Guitarra – Junix 11
Percussão – Ícaro Sá e Japa System

BARBATANA
(Junix 11)

“E como uma extensão de “Tubarão” temos a “Barbatana”, que permite direcionar nossos sentidos para águas mais profundas e também ir e vir com muita sagacidade na superfície. É aí que entra todo o talento de Junix 11. Um incrível guitarrista, produtor, compositor e que vem há muitos anos colaborando para a música produzida na Bahia em muitos campos. Desde artistas de maior destaque do universo pop até grupos de rock e experimentais, passando por samba, eletrônica, progressivo, Junix imprime sua marca sempre de maneira definidora. Parceiro do BaianaSystem há muitos anos, em Barbatana ele compõe e toca todos os instrumentos.”

Programação beat, synth bass, guitarra, guitarra barítono, microkorg e samples – Junix 11

CRIADO MUDOU
(Russo Passapusso)

“Mantendo o tom da narrativa para abrir um novo capítulo, o piano do Maestro Ubiratan Marques desenha as linhas da peça “Criado Mudou”. Criador, regente e diretor artístico da Orquestra Afrosinfônica, Bira já vem num processo de construção junto ao BaianaSystem desde a composição da Sinfonia do Fogo e em seguida no álbum “O Futuro Não Demora”, de onde surgiram os muitos caminhos explorados nas apresentações ao vivo e em estúdio, trazendo toda sua bagagem de arranjador, compositor e instrumentista essencial para entender a música produzida na Bahia. Ao lado de Bira nessa peça vem a construção fundamental de Daniel Ganjaman. Produtor deste disco (OXEAXEEXU) e dos dois anteriores, Ganja traz uma nova atmosfera com a construção dos beats, com as camadas de synth e bass synth, e os efeitos que conduzem o piano e a voz para novos lugares.”

Voz – Russo Passapusso
Piano – Ubiratan Marques
Programações de base, synths, bass synth, edição e efeitos – Daniel Ganjaman

RÁDIO ÁFRICA
(Roberto Barreto/Cássio Calazans)

“Aí começam as interferências captadas em alto mar pela “Rádio África’’, que junta as transmissões do DJ Sankofa (conexão Gana-Bahia) com piratas de muitas regiões. A Guitarra Baiana assume os alto falantes do navio remontando a essência da sonoridade do BaianaSystem e envia melodias pelas ondas até o produtor, guitarrista e parceiro na faixa Cássio Calazans. Morando há alguns anos em São Paulo, Cássio é de Salvador, do bairro da Liberdade, e vem de uma família musical importante. Já produziu muitos trabalhos e tocou com diversos artistas. Ele assina a produção da faixa, onde também fez programação de beat, synths e grava guitarras adicionais.”

Guitarra Baiana e Kalimba – Roberto Barreto
Produção, programação de beat, synths e guitarras adicionais – Cássio Calazans
Trechos de falas (voz) – DJ Sankofa

GUERRA BATALHA
(Russo Passapusso)

“As transmissões aqui são interrompidas pelo som cortante do trompete que anuncia “Guerra Batalha”. A peça é construída a partir de um arranjo de sopro do Maestro Ubiratan Marques que, inspirado nas referências modernistas brasileiras, escreve também para a voz grandiosa da cantora mezzo soprano Liz Reis. Liz faz parte da Orquestra Neojibá desde os 15 anos de idade, onde teve sua formação musical e experiência como corista. Faz parte também do projeto “ópera estúdio” da UFBA e hoje segue carreira como cantora de ópera, além de poetisa. Para o naipe que executou esse arranjo, Bira convidou um time de músicos incríveis formado por: João Teoria e Rudnei (trompete), Gilmar Chaves e Franclin (trombone), Nilton (sax alto e flauta) e Vinícius Freitas (sax barítono). Esses músicos têm em comum, além de tocar em importantes orquestras da cidade como Orquestra Afrosinfônica e Orkestra Rumpilezz, o fato de a sua maioria vir do Recôncavo Baiano, que tem na tradição das Filarmônicas uma grande importância na formação dos instrumentistas de sopro, que trazem consigo uma linguagem herdada do samba, do choro, das marchas e da cultura popular tão viva nessas cidades. As Filarmônicas são responsáveis por unir diferentes mundos e construir um universo sensível para o entendimento de nossa música brasileira instrumental.”

Voz – Russo Passapusso
Participação especial (voz) – Liz Reis
Trombone – Gilmar Chaves e Franclin
Trompete – João Teoria e Rudnei
Sax alto e Flauta – Nilton
Sax Barítono – Vinícius Freitas
Synth e efeitos – Daniel Ganjaman
Arranjo de Sopro e Regência – Ubiratan Marques

Terceiro ato – América do Sol


CORNETEIRO LUÍS
(Russo Passapusso/Seko Bass/Ubiratan Marques/Felipe Brito)

“O ato abre com a faixa Corneteiro Luís, uma “guajira” que conta a história do corneteiro Luís Lopes e sua incrível participação na batalha de Pirajá, fundamental para entender a independência da Bahia, e consequentemente do Brasil. O arranjo de sopro mais uma vez fica a cargo do Maestro Ubiratan Marques, que também toca piano acústico e estabelece um diálogo com o músico chileno Pablo Reyes, que faz sua participação no “Tres” cubano, instrumento que traz grande identidade e um brilho especial para a música.”

Voz – Russo Passapusso
Guitarra Baiana – Roberto Barreto
Baixo, programação de base e synth – Seko Bass
Percussão – Ícaro Sá e Japa System
Piano – Ubiratan Marques
Tres Cubano – Pablo Reyes
Trombone – Gilmar Chaves e Franclin
Trompete – João Teoria e Rudnei
Sax alto e flauta – Nilton
Sax barítono – Vinícius Freitas
Coro – Angela e Tita
Arranjo de Sopro: Ubiratan Marques

DANÇA DE AIRUMÃ
(Ubiratan Marques/Russo Passapusso/Roberto Barreto/Seko Bass)
Sample Paiter Merewá: Cantam os Suruís de Rondônia

“Em seguida ouvimos já na abertura o canto dos índios Suruís de Rondônia, num sample extraído do disco Paiter Merewá, gentilmente cedido pela cantora e pesquisadora Marlui Miranda. Junto a esse canto ouvimos o som da flauta do músico baiano Rodrigo Sestrem, que dão o tom da “Dança de Airumã”, um ijexá com cores de bandolim, piano e percussão, e um coro de vozes muito marcante feito pelas cantoras Ângela Lopo e Tita Alves.”

Voz – Russo Passapusso
Bandolim – Roberto Barreto
Baixo, programação de beat e synths – Seko Bass
Guitarra – Junix
Percussão – Ícaro Sá e Japa System
Piano – Ubiratan Marques
Coro – Angela e Tita
Flautas – Rodrigo Sestrem

A VIDA É CURTA PRA VIVER DEPOIS
(Russo Passapusso)

“Seguimos agora para um samba-reggae construído a partir da percussão orgânica e eletrônica, numa história guiada por Carolaine, cantora e poetisa de Salvador, nascida e criada no bairro do Pero Vaz. Iniciou escrevendo poesias e música de maneira autodidata até entrar para orquestra Neojibá, onde aprendeu contrabaixo acústico e teoria musical, participando da orquestra infantil da Neojibá e a partir daí desenvolveu seu estilo mesclando com suas influências de música brasileira, reggae e soul. A faixa, que tem a produção e mixagem do antigo parceiro Dudu Marote, tem também a participação do músico e ator Bukassa Kabengele, belga de origem congolesa que traz uma guitarra fincada em suas origens e grande influência da juju music.”

Participação especial – Carolaine (voz)
Voz – Russo Passapusso
Guitarra Baiana – Roberto Barreto
Programação de beat e synths – Seko Bass
Percussão – JapaSystem
Edições e synths – Dudu Marote

PACHAMAMA
(Roberto Barreto/Seko Bass/Claudia Manzo)

“O ato agora mergulha ainda mais profundamente na América Latina com a faixa instrumental “Pachamama”, uma espécie de reza que traz a primeira participação no álbum da artista chilena Claudia Manzo, que toca um instrumento chamado “Cuatro”, tradicional na Colômbia e Venezuela, além de compor e recitar os versos que dão título a faixa. Claudia fala sobre a nossa grande Mãe, a Terra, e a ligação dos povos ancestrais com seu lugar de origem.”

Participação Especial – Claudia Manzo (voz e cuatro)
Guitarra baiana e bandolim – Roberto Barreto
Baixo, programação, synths e edição – Seko Bass
Percussão – Ícaro Sá

CAPUCHA
(Seko Bass/Claudia Manzo/Roberto Barreto/Russo Passapusso)

“Seguimos com os versos, e agora com o canto, de Claudia Manzo, que traz toda sua força para uma canção de resistência e esperança chamada Capucha. Capucha é o nome em espanhol para o capuz que é usado pelos revolucionários da América Latina em muitas de suas manifestações. Claudia compôs os versos e melodia dessa música para uma base (riddim) que foi usada para a canção do primeiro ato, “Chapéu Panamá”, explorando a estética dos soundsystems de usar uma base para outras versões e interpretações dando um novo sentido.”

Participação Especial – Claudia Manzo (voz)
Guitarra Baiana – Roberto Barreto
Escaleta, programação de base e bass synth – Seko Bass
Percussão – Ícaro Sá

OXE
(Russo Passapusso/Roberto Barreto/Bule-Bule/Rapadura)

“Das veias da América Latina seguimos caminhando e cantando pelo interior do Brasil para encontrar com os versos do Mestre Bule-Bule, que abre os caminhos do sertão com a faixa OXE. Carregada de bandolins, charango (instrumento sul-americano da família do alaúde) e berimbau, nossa caminhada chega a Fortaleza (Ceará) para incorporar a rima rápida e certeira do MC Rapadura, que traz de maneira renovada a tradição secular dos repentistas e trovadores nordestinos. Três linhas de rima desenham um caminho que cruza gerações pelo canto falado.”

Participações especiais – Bule-Bule e Rapadura (voz)
Voz – Russo Passapusso
Bandolim, charango e guitarra baiana acústica – Roberto Barreto
Baixo, programação beat e synth – Seko Bass
Percussão – Ícaro Sà e Japa System
Coro – Angela e Tita

VIXE
(Roberto Barreto/Bule-Bule)

“Essa tradição certamente tem em Bule-Bule uma de suas maiores referências e talvez um dos nomes mais conhecidos quando se trata de rima, reza, cordel e sabedoria popular. Em Vixe, ele segue dando mais uma aula sobre o sertão e seus personagens numa viagem desértica ao som da guitarra baiana, bandolim e guitarra.”

Participação Especial – Bule-Bule (voz)
Guitarra, guitarra baiana e bandolim – Roberto Barreto

REZA FREVO
(Russo Passapusso/Seko Bass/BNegão)
INSTRUMENTAL

“Pra fechar o ato, um retorno a faixa “Reza Forte”, que abriu o primeiro ato, numa versão “charanga do futuro” chamada “Reza Frevo”, com a participação especial de Thiago França, que trouxe seus muitos instrumentos e todo seu talento para fechar essa viagem musical pela América do Sol.”

Participação Especial – Thiago França (sax alto, sax barítono, sax soprano, sax tenor e flauta)
Guitarra Baiana – Roberto Barreto
Programação de base, efeitos e synths – Seko Bass

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