Dois lados do POP

Ficou clara a diferença de propostas entre os artistas que se apresentaram no Palco Tendências (nome desse ano do palco pop) no segundo dia do Featival de Verão. Batizada acertadamente de Noite Pop, as quatro atrações mostraram que Pop pode ter interpretações diversas. A pernambucana Mombojó e os baianos da Formidável Família Musical de um lado mostravam e apostavam numa música pop autoral, com suas canções trazendo referências diversas na sonoridade, mas com personalidade própria. De outro um tal de Ricardo Marques de Minas Gerais e o baiano Bruno Masi (para quem não sabe ex-Superfly, aliás, parte dos músico da banda que o acompanhava era da finada banda) apresentavam um repertório formado em sua maior parte por covers.
Uma grande diferença. A Mombojó mostrou sua bela mescla de rock, mpb, bossa, eletrônica e sons diversos, alcançando uma sonoridade moderna e que dá o tom dos bons sons dos anos 00. No show reuniram as principais músicas dos dois discos da carreira e provaram o merecimento de passar por todos os principais festivais do país. O show está maduro, com a banda segura e sem as irregularidades de um tempo atrás. Ótimo ver que mesmo com todos os problemas do evento conseguiram reunir um bom público. Poderia ser ainda mais se as atrações do dia fossem mais atraentes e se não tivesse o problema do horário. Divulgado para começar às 0h30, às 23h30 a banda a estava tocando, fazendo com que parte do público que pagou só para ver a banda perdesse o show.
A outra atração que apostou num repertório próprio foi a Formidável Família Musical, rock e pop andando de mãos dadas às 4 da manhã em pelo Parque de Exposições. Tocaram os hits que eram acompanhados pelo pequeno mais fiel e resistente público presente, além de apresentar músicas do disco que sai ainda este ano e até coisas que nem no disco estará. Destaque para os hits “Primavera”, “Amar é”, “Bom Dia Amor” e a nova “Senhorita”. A banda caminha para se consolidar como o nome pop que falava agradando a públicos diversos com uma música de qualidade.
Se o lado pop de Mombojó e Formidável Família Musical era a música boa com refrões e formato assimilável, as outras duas atrações pegavam todas as fórmulas pop de sucesso e levaram para o palco. Eram na verdade grupos de baile, que iam fazer tudo para agradar o público, sem precisar mostrar cara própria ou muita personalidade. Tanto Ricardo Marques quanto Bruno Masi possuem músicas próprias, inclusive com discos lançados, mas preferiram se fazer de banda de baile e desfilar covers. Enquanto o mineiro Ricardo ia para uma praia mais MPB/ Black e até coisas do reino do Axé com uma apenas competente banda e uma boa presença de palco, Masi atirava para todos os lados, de The Police e The Smiths a Fagner e Moraes Moreira, passando por Bob Marley e outros hits. Difícil é entender como alguém tem uma oportunidade de apresentar seu trabalho num palco disputado como esse e prefere tocar como se fosse uma banda de covers.

  1. putz, ele tocou que musica de fagner, revelação? só falta, né? eu vi um pedaço do show dele na tv salvador, mas, pra variar, dormi. quase tive pesadelos.

  2. Amanhã tem Paulinho Oliveira novamente no Teatro Sitorne, junto com Mudo Tosco e Carbono 14 (diretamente de Ilhéus).Praticamente na faixa, um quilo de alimento é o ingresso.

  3. A FFM vem se tornando uma das melhores bandas já surgidas na bahia. rock, pop e uma boa dose de soul, via mestre Stevie Wonder, da garganta cristalina do grande Damm, a grande idéia de incorporar um segundo guita, Solovera, na banda, trazendo maior peso, swing e densidade… Como diria um dos mestres deles mesmo, it´s getting better all the time!
    E, Cury, vá às favas (heh)!

  4. Caí na besteira de achar que ia ver o show de Ben Harper pela TV Salvdor, mas nem pra isso esse FESTIVAL DE MERDA serve. Eles acharam mais interessante transmitir o show da Mosiah no palco tendências (pfuah!). Tudo bem que a gravadora de Harper limitou a transmissão ao vivo à apenas cinco músicas para combater a pirataria, mas nem isso – NEM ISSO – eles fizeram. Esse festival é um lixão, mesmo.

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