Revistas em alta

Mesmo com a imensa oferta de informação na internet, o mercado editorial voltado para a música pop está agitado. Depois da volta da Bizz – que chega às bancas esta semana com a edição de agosto trazendo Skank na capa e matérias sobre Pink Floyd, a vanguarda paulista e James Blunt – as novidades começaram a pipocar. A principal delas é a chegada em outubro da Rolling Stone. Isso mesmo, a revista norte-americana [que já foi editada por aqui em 1972] vai ganhar uma versão brasileira. Inicialmente, 50% do conteúdo será traduzido da matriz gringa e os outrso 50% com textos produzidos por aqui. O editor será Ricardo Cruz, que já passou pela Revista da MTV e Trip. Com foco em música e mais especificamente no universo pop e rock, a publicação, que terá tiragem de 100 mil exemplares, vai abordar também cinema, comportamento etc. Uma outra revista que já está nas bancas, mas não é tão nova, é a Rock Life, editada pelo jornalista Alex Antunes. A publicação está na 8ª edição, mas só agora ganha uma distribuição nacional. Na edição atual, matéria de capa sobre o Pink Floyd e Syd Barret, além de entrevistas com Wander Wildner, Mark Arm, Pitty, textos sobre Thom Yorke, Mike Patton, entre outros. Nas bancas também a Revista OutraCoisa que promete edição nova no começo de setembro encartada com o novo CD da Plebe Rude. Outras revistas de menor escala passam por momentos distintos. A Mosh não anunciou oficialmente, mas terminou. A Rock Press também não deve sair mais impressa, mas ganhou a internet num site bacana. A Dynamite melhorou a diagramação e continua firme mesmo sem periodicidade fixa. Já a Laboratório Pop ainda existe, mas se revelou uma das mais fracas da turma. Reprovada.

Discos baianos
Rebeca Matta solta em poucos dias seu novo e esperado terceiro disco Rosa Sônica. Se prepare, o trabalho é ousado, estranho e não dá para ouvir sem se perturbar. Com produção de Gilberto Monte e do jovem Boeing é uma das boas apostas da cena pop baiana. Além dela, uma enxurrada de discos começam a chegar. O cantor Márcio Mello assinou com a gravadora Atração e acaba de soltar uma coletânea, reunindo suas canções de sucesso, perfeitas para os pseudo-roqueiros que não tem mais do que 5 CDs de rock na estante. Vá lá, 10. Quem lançou trabalho novo de fato foi a Sambalada Eletrônica, que aposta na mistura de ritmos, mas ainda derrapa em alguns momentos. Foi do grupo que apareceu a cantora Marcela Bellas, que encabeça a lista de artistas que devem soltar disco nos próximos meses. Além dela, tem a Los Canos, que vai lançar pelo selo Laja Rex do Espírito Santo. Falta à banda gravar apenas as vozes de cinco músicas, mas pelo que foi ouvido, vem um som mais pesado por aí. Também preparam disco o argentino-baiano Ramiro Musoto, que também vai produzir o novo trabalho da Scambo. Radiola, Vinil 69, Capitão Parafina e os Haoles também devem estar com novos trabalhos até o fim do ano.

Grana para festivais
Ainda não está definido, mas os festivais independentes vão ganhar em breve um reforço de peso. O Ministério da Cultura negociou com a ABRAFIN (Associação de Festivais Independentes) um edital exclusivo. A idéia é criar um fundo, selecionar festivais e apoiá-los com um máximo de R$ 50 mil para cada.

Shows na capital
Atualização da agenda para as próximas semanas: Cabruêra [2/9], Jupiter Maçã [3/9], Tom Zé [3/9],Móveis Coloniais de Acaju [6/9], os pernambucanos da Bonsucesso Samba Clube [22/9] Nação Zumbi, Mombojó [23/9].

Gringos
Duas bandas internacionais também vão passar por aqui. O trio norte-americano de punk rock old school, Clorox Girls, que toca no Calypso dia 1º de setembro. E a banda de thash metal finlandesa Sinking, que toca no Rock in Rio no dia 10, numa turnê com a Cobalto.

Homenagem
A coluna de hoje é em dedicada a Arthur Lee e Moacir Santos, dois gênios que faleceram na última semana. Lee era o líder à frente do grupo Love e o maestro Moacir um dos maiores nomes da música brasileira.

  1. Fala Luciano. Quanto tempo, não?
    Queria saber mais sobre sua visão acerca da revista Laboratório Pop. Sou suspeito para falar, mas discordo quando você diz que ela é uma das mais fracas da turma (hehe) Abraços

  2. E ai Rodney, blz?
    Velho, acho q Laboratorio Pop deinteressante. Não tem pautas atraentes, muitas delas giram em torno do próprio mundo da revista, não traz novidade… A última vez que comprei me irritei. Tav ana Paulista, comprei e entrei num shopping, folheei a revista e em poucos minutos me irritei e me arrependi pela primeira vez vez de ter comprado uma revista de música. Memso quando elas não me atraem costumo ver qualidades para guardar para pesquisa ou algo assim, mas nada nesse exemplar me chamou atenção e por pouco não deixo a revista em cima da mesa da lanchonete. grande abraço

  3. Fala Luciano. Sei que sou suspeitíssimo para falar, mas tenho uma outra visão. Acho que das publicações independentes, é a única que tem um foco definido: o universo de bandas novas. A revista, inclusive, promove vários shows no Rio de Janeiro para que os novos tenham espaço. Qual foi a edição que você comprou, quem tava na capa? É isso. Abraços

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