As bandas da Claro

As seletivas do Claro que é Rock foram cercadas de polêmica. Bandas desclassicadas, protestos de muita gente, acusações etc. O fato é que como qualquer prêmio, ainda mais prometendo grana e outras benesses, as críticas eram esperadas. Evidente, que a organização da Claro mostrou despreparo e até incompetência. Acho que houve desintonia entre a parte artística e a jurídica. Se o regulamento definia algumas coisas, as brechas acabaram sendo abertas e o setor jurídico, vendo que poderia queimar a empresa, tratou de corrigir, ou tentar corrigir, alguns problemas, eliminando algumas concorrentes. Engraçado que isso se deu depois de protestos de bandas não classificadas, mostrando que no fundo no fundo, todo mundo quer saber do seu. Mas nem é o que importa, as bandas selecionadas são as que menos tem a ver com isso. As oito seletivas já aconteceram e as oito bandas escolhidas estão aqui:

Star 61 – A banda paraibana tem um excelente show, não só pela competitíssima banda, mas pela performance do vocalista Flaviano André, que incorpora as músicas e baixa uma mistura de Bowie com Ney Matogrosso no cara. Imagine uma figura meio estranha, magra pra peste e com trejeitos gay, cantando canções criativas e dosando vocais mais graves com falsetes. Muito bom. Bom nome para o prêmio.

Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta – Talvez por eu conhecer muito bem o trabalho considere como grande favorita ao prêmio. Mas acho que tem outros motivos. Primeiro a banda tem um trabalho muito criativo e original. A mistura de música brasileira e rock é até comum hoje em dia, mas o segredo do negócio é a dosagem e que tempero você coloca na mistura. Ronei é um excelente compositor e com uma banda super competente capta elementos não tão óbvios da MPB, muito dos sons dos ditos malditos e de gente como Erasmo Carlos na melhor fase. Do rock o mesmo, insere elementos diversos, sem ter uma referência óbvia. A banda traz pitadas de jazz que se encaixam muito bem e resulta nesse belo trabalho. E tem mais, me parece, entre as concorrentes, a mais preparada para um palco maior, para uma estrututra mais profissional. Posso ser até suspeito, mas aposto neles.

Cartolas (RS) – Rock gaúcho. Dá para sacar de cara de onde eles são. Lembra Cachorro Grande, com aquela influência de Kinks, do mod, que quase toda banda gaúcha tem. É uma boa banda, mas parece ser apenas mais uma no meio de tantas outras.

Spiegel (SC) – Achei uma das surpresas das seletivas. As outras bandas que disputavam a vaga em Santa Catarina tinham um nome mais conhecido e bons trabalhos. A Spiegel faz uma mistura de Rock e Hip-Hop
Parece que foi a banda mais contestada das seletivas. Foi a única que não consegui pegar nada na internet.

10Zer04 (DF) – A Claro divulgou que a banda faz um som pesado com fortes influências do movimento hip-hop, principalmente nos vocais e nas letras. Imagine um Rage Against the Machine sem o vocal Zack de la Rocha e a guitarra de Tom Morelo. Sobra pouco. O grupo caminha naquela escola funk metal, com letras politizadas, pedais wah wah e aquilo que chamam de atitude. O problema é que esse som sempre parece muito repetitivo.
SIte: http://www.10zer04.com.br/

Volpina (Campinas) – Parece ser um dos nomes com o som mais verde. A banda é de Sorocaba e faz um rock lotado de clichês. Algum peso (sem assutar é claro) nas guitarras, solos, vocal gritado, bateria forte, letras de amor e um som que poderia tocar no rádio que não faria feio.
Site: http://www.volpina.com.br

Imperdíveis (SP) – Parece entre as bandas concorrentes umas das que apresenta um trabalho mais profissional. Um site bacana, fotos legais, tudo bem arrumado. O som não é ruim, mas tá longe de algo que mereça chamar a atenção. Rockinho simples, bem feito, à svezes meio bobinho, que agrada ouvidos menos exigentes, mas não se destaca de forma alguma.
site: http://www.imperdiveis.com

Maptop (RJ) – Boa banda, mas ainda parece meio verde, principalmente por trazer influências muito óbvias no som. É como se as guitarras, os solos, o jeito de cantar, as melodias do Strokes encontrassem a emoção, os arranjos, o jeito de compor e as melodias do Los Hermanos. Uma boa junção, que pode render um trabalho mais autoral para a banda. É uma das boas candidatas, com bonitas canções e melodias bem feitas, só falta mais personlidade.

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