Filmes Extermínio – de Danny Boyle

Extermínio – de Danny Boyle
A história de “Extermínio” (28 Days Later) pode não ser original, mas o resultado é um grande filme. Lembro que quando li pela primeira vez a sinopse do filme logo me veio a cabeça o livro “Blecaute”, de Marcelo Rubens Paiva, onde um grupo ao sair de uma caverna se depara com o mundo vazio, totalmente parado.

A premissa não é inédita, muita gente já usou no próprio cinema. Em “Extermínio”, o diretor Danny Boyle (aquele mesmo que fez “Cova Rasa”, “Trainspotting”, “Por uma Vida Menos Ordinária” e “A Praia”) opta por utilizar câmera digital o que de cara já dá um tom de fim de mundo. Sim, essa é a tônica do filme quando Jim (Cillian Murphy) sai do coma e vê Londres abandonada, sem uma alma.

De cara, ele toma pequenas atitudes completamente dessintonizadas com a realidade em sua volta. Juntar o dinheiro que encontra pela rua, por exemplo. O longa é justamente sobre a situação de homens numa situação extrema de extermínio de sua raça. Tudo acontece com um vírus transmitido aos homens que os tornam uma espécie de zumbis. Graças a isso, muitos têm considerado o filme, como uma obra de terror. Eu discordo. Boyle não busca assombrar o público com monstros, apesar deles estarem ali. É muito mais uma ficção científica, que busca revelar as decisões que sobreviventes da raça humana tomam em uma situação desesperadora, meio apocalíptica. A desesperança, os valores, a falta de governo, o conflito entre os sobreviventes.

Boyle “brinca” com o que talvez sejam as verdadeiras características do homem, que aparecem em ocasiões extremas. O final é conciliador demais, talvez uma concessão do diretor. Mas há uma opção, depois dos créditos surge um final alternativo (eu não sabia quando vi o filme e perdi). Um outro destaque do filme é a trilha-sonora, inclusive com uma brincadeira com o Grandaddy. Pelo menos eu vi assim, já que a banda tem semelhanças com o Radiohead e a música aparece no filme numa sequência dentro de um supermercado, lembrando um célebre clipe do… Radiohead. É aquela coisa, veja o filme e baixe a trilha na internet.

Para quem gosta de música sem preconceitos.

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