10 anos do Napster

NapsterNem parece, mas hoje fazem exatos dez anos que o Napster deu início a uma revolução irreversível. No dia 1º de junho de 1999, estreava o Napster, primeiro site/ programa a popularizar o compartilhamento de arquivos de música no formato “peer-to-peer” (também conhecido como P2P). Até então ou você catava discos em sebo e importava os lançamentos internacionais ou ficava chupando dedo. A partir dali as coleções individuais ganharam tanta importância quanto as principais lojas do mundo. Os acervos de raridades, novidades, inéditos, piratas ou os trabalhos oficiais começavam a ficar disponíveis para todo mundo, bastando um computador e uma conexão. E nem precisava ser tão rápida. Foi uma revolução e como é bem típico nos dias atuais, fulminante. Em vinte meses após ser lançado, o site já tinha quase 27 milhões de usuários. Uma conexão de pessoas absurda se pensarmos que isso tem dez anos.

Criado em Massachusetts, por Shawn Fanning, um garoto de 18 anos na época, o Napster deu início também a uma longa, e ainda sem fim, briga entre gravadoras e alguns artistas contra usuários fãs. A indústria fonográfica não se conformava com os fãs obtendo músicas de seus artistas sem mediar a transação e muito menos sem lucrar com isso. Várias gravadoras processaram o site, tendo como cúmplices artistas como Metallica e Dr. Dre. Eles não percebiam ali a verdadeira questão. Não adiantava mais ir contra a histórica mudança e sim como se adaptar a ela. O criador do Napster foi condenado, apelando sem sucesso para um tribunal superior.

Em 2001, a indústria da música teve uma vitória (na verdade um tiro no pé), conseguindo fechar o site, que decretou falência no ano seguinte. O efeito foi pior ainda, com diversos outros serviços de P2P surgindo e ganhando força, sem contar os blogs com conteúdo aberto se multiplicando como Gremlins dentro de um oceano. O estrago já havia feito, o Napster havia mostrado ao mundo uma nova forma de aquisição de música, que não envolvia nem dinheiro, e de certa forma nem intermediário. Os arquivos iam de uma pessoa para outra. Bom ou ruim, era o fim de uma era e início de outra.

Hoje, o Napster é subsidiário da Best Buy, num esquema pago, como outros serviços tradicionais de música online. No final das contas, o Napster abriu as portas de um universo e hoje é impossível pensar em música sem pensar em arquivos disponibilizados na internet. Para a indústria tradicional, peer-to-peer continua sendo crime. Há dez anos essa história começou e o mais interessante é que assistimos ainda uma grande mudança, sem se saber o que vai acontecer daqui a há dois anos, muito menos dez. Alguem faz alguma aposta?

  1. pode ter começado pra você, mas eu já pegava mp3 antes do napster, a revolução começou com o formato e os velhos sites de mp3

    o napster foi o bode expiatório da indústria, nem três meses depois que ele saiu já tinha programa melhor rolando

  2. Na minha humilde opinião, atualmente, o melhor esquema é o que o Trama Virtual faz, de downloads pagos aos artista. E aposto nesse esquema para o futuro, porém como sabemos tem pessoas que gostam de ter o cd físico. Ou seja, tem espaço para todos os tipos de consumidores e comerciantes, basta se adaptar.

    Sobre a troca de arquivos, sem fins lucrativos, é burrice chamar de crime, pois como citei não tem fins lucrativos. Para mim, configura-se crime de “pirataria”, quando um agente ativo faz cópias e lucra com isso, sem pagar impostos e/ou repassar parte da grana para o artista e/ou a gravadora. A mera troca de arquivos digitais, na minha opinião, não configuraria tal crime, falta a conduta típica do crime de pirataria, qual seja, reproduzir e comercializar o produto. A grosso modo, podemos dizer que é o mesmo que eu ser punido por emprestar um cd a um amigo.

    Essa discussão é tão interessante e controversa que perpetua por uma década, nem tinha me tocado disso, tempo demais…Lembro que quando baixei o Napster pirava em baixar as novas bandas de new metal que tavam surgindo, depois fui descobrindo outros programas. Atualmente uso o soulseek, que é muito bom.

    Caralho, adorei a matéria!

  3. Atualmente uso mto torrent, e uma das melhores fontes é a comunidade discografias, que tentaram matar, mas sobreviveu bravamente…o orkut tem de tudo de todas as bandas pra vc baixar…

  4. É…também comecei usando o Napster.
    Lembro também que eu baixava mp3´s no mIRC, em alguns canais de música.
    Depois passei pro soulseek e hoje uso o emule.
    Pois é…10 anos…
    Passa rápido.
    Talvez eu concorde com o que Miranda falou numa entrevista esses dias.
    O streaming poderá ser o futuro.

  5. Acho streaming sensacional, diversas vezes quando quero ouvir um som de uma banda nova, ou até ouvir alguma coisa que não tenha em mp3 no computador, busco no youtube o vídeo só para ouvir a música..pena que ainda não tenham criado nenhum site com o acervo em áudio do que o youtube tem em vídeo…

  6. É….o myspace é foda…
    Mas, talvez se rolasse um site só em que você tivesse bandas de A-Z, pra escolher e escutar ali mesmo, seria realmente sensacional.
    O myspace ainda é limitado, tipo, pro artista que tem mais de um disco. Não daria pra ouvir tudo.

  7. exatamente por isso não gosto mto do myspace, no youtube vc tem acesso a tudo, no myspace só o que o artista quer q vc tenha…o youtube tem mto mais coisa, ao vivo, várias músicas, etc etc..

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