Música perde o mestre Letieres Leite, aos 61 anos

O músico, compositor, arranjador, educador, produtor e mestre da música brasileira Letieres Leite faleceu nesta quarta-feira (27), aos 61 anos. O artista estava em sua casa em Salvador e teve uma parada respiratória. Ele sofria de asma severa e, mesmo vacinado com as duas doses da vacina, morreu em decorrência da Covid-19. Criador e maestro da Orquestra Rumpilezz, produtor de discos importantes da música brasileira, músico de diversos artistas, Letieres era um dos maiores nomes da música brasileira atual. 

Letieres dos Santos Leite nasceu em Salvador e tinha 61 anos. Estava à frente também do Instituto Rumpilezz. Sua morte é uma perda coletiva, para a música baiana, brasileira e mundial. Um mestre que ensinou muito e ainda tinha muito para ensinar. Uma perda inestimável.

O artista deixa uma obra riquíssima, em especial com seus projetos mais pessoais, a Rumpilezz, com os discos Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz (2009) e A saga da travessia (2016), e o Quinteto Letieres Leite, com O Enigma de Lexeu (2019).

Ainda criança, aos 12 anos ele foi aluno de percussão do mestre Moa Katendê, criador do bloco Afoxê Badauê. No entanto, seguiu inicialmente a carreira de artista plástico, mantendo uma carreira até os 19 anos e chegando a cursar Artes na Universidade Federal da Bahia.

A carreira musical começou acompanhando nomes como Gerônimo e Saul Barbosa. Na década de 1980, foi estudar música na Áustria, começando a se aprofundar na fusão entre as tradições afro-brasileiras e as orquestrações europeias. Integrou o Franz Schubert Konservatorium, em Viena.

Tocou com nomes da Axé Music, fazendo parte da banda de Ivete Sangalo por muitos anos. Também se apresentou e produziu ao lado de artistas como Gilberto Gil, Maria Bethânia, BaianaSystem, Elba Ramalho, Timbalada, Lulu Santos e outros.

O artista continuava produzindo e tinha muitos planos pela frente. Entre os últimos trabalhos estão os arranjos no álbum Meu Coco, de Caetano Veloso; a produção musical e arranjos do álbum Axé, de Márcia Castro, e a produção da música “Aidê” da compositora e arranjadora Mariá Dourado.

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