Entrevista lançamentos: Acord

Em entrevista, banda Acord fala sobre seu primeiro disco, ‘Não Há Mais Tempo Pra Ficar Parado’.

Dando continuidade a série de entrevistas com artistas e bandas que estejam lançando ou já tenham lançado discos na Bahia em 2010, batemos um papo com a banda Acord. Nova no cenário local, a banda está lançando seu primeiro disco, ‘Não Há Mais Tempo Pra Ficar Parado’. O álbum está disponível em lojas pela cidade e por enquanto na internet apenas para audição de algumas faixas. A banda Acord é a terceira entrevista da série, que prossegue nas próximas semanas ouvindo quem soltou álbum em 2010.

Veja também:

Entrevista lançamentos: Tiganá

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Acord

Quem: Acord

O Que: Disco “Não Há Mais Tempo Pra Ficar Parado

Formato: CD

Onde: Saraiva, Midia Louca, Urbanorama e Trenchtown

Por quem: Independente

Preço: Audição gratuita

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Gostaria que você contasse como foi a concepção do disco. Há um conceito nele?

Acord – As músicas foram compostas de maneira espontânea, sem a pretensão de um trabalho conceitual. Com o desenrolar do processo, naturalmente o conteúdo das músicas foi revelando o conceito do disco, que apesar da diversidade na roupagem de cada música, possui uma mesma linha que permeia os temas tratados. Uma linha de expressão de sentimentos que existem nas vidas de cada componente da banda, e são comuns na juventude.

Como foi o processo de produção e gravação?

Fizemos alguns testes de gravação, e sentimos a necessidade de criar algo mais simples, um som que “respirasse” mais e desse mais espaço para as melodias e grooves aparecerem. Primeiramente, podemos dizer que no processo de produção com Andre T, ele foi um agente organizador dessas ideias e visionário nas questões de seleção do repertório para o disco.Tínhamos cerca de 20 músicas. Algumas foram alteradas e outras substituídas por novas composições que foram sendo construídas durante o processo, resultando num trabalho autoral de 11 musicas. A gravação aconteceu de forma tranquila e descontraída. Muitos arranjos foram construídos durante a própria gravação do disco, que contou também com a participação sensacional de Nancy Viégas, nos vocais de Sirius Rock, música que já se encontra disponível junto com as músicas já lançadas em nosso site: www.bandaacord.com.br.

Quais foram as principais influências durante a criação do álbum?

Esse álbum traz referências que vão desde o rock clássico do Led Zeppellin e Rolling Stones, passando pelas influências nacionais de Raul Seixas, Barão Vermelho e Mutantes. Existe também a influência de uma roupagem mais moderna, principalmente em relação à timbragem dos instrumentos e organização estrutural das músicas. No final das contas, a gente bebe do sentimento e energia do rock clássico dos anos 70. Mas o CD está sendo lançado em 2010, inevitavelmente existem outras influências de coisas que surgiram durante esses 40 anos, até mesmo fora do rock, como reggae, jazz, musica percussiva. Naturalmente, o disco contém referências da música que a gente gosta, música feita com o intuito de ser arte.

Porque em tempos de MP3 ainda lançar um álbum?

Apesar de estarmos vivendo esse momento todo de transformação em relação à musica, arte e seu processo de veiculação, principalmente com a expansão da internet, tecnologias digitais e as redes sociais, o CD físico, com uma boa arte conectada ao som, ainda representa um divisor de águas para as bandas que estão de fato se profissionalizando. Nem todas as pessoas estão inseridas nesse mundo digital, então o melhor é transitar entre esses dois mundos. A ideia é trabalhar ainda sim com o disco físico, que não deixa de ser o nosso cartão de visita, e que num primeiro momento será explorado com o lançamento do disco. Agora sem esquecer das novas tendências da mídia.

Como ele está sendo lançado e como encontrá-lo?

O disco foi lançado em outubro com distribuição local nas lojas Saraiva, Midia Louca, Urbanorama e Trenchtown e distribuição nacional com a Tratore. Já o show de lançamento está sendo programado para o início de 2011. Antes, deixaremos o disco “rodar” um pouco, trabalhar na divulgação. Depois faremos uma grande festa para comemorar o lançamento.

Quais sãos os planos de divulgação para este trabalho?

Há alguns meses, começamos a disponibilizar algumas músicas no nosso MySpace (www.myspace.com/bandaacord) e voltamos aos palcos divulgando as músicas ao vivo. Também estamos presentes nas redes sociais virtuais e sites de música, como Palcomp3, Oi Novo Som, Orkut, Facebook, Twiiter. Fora isso, já contatamos alguns jornais e blogs, e, a partir de agora, com o CD saindo do “forno” vamos intensificar a divulgação pelos jornais, revistas, blogs, TVs e rádios tanto convencionais quanto via internet.

Gostaria que fizesse uma análise da evolução musical da banda desde o inicio da carreira até este disco.

Sem dúvida, o principal ponto durante todo esse processo foi a questão do amadurecimento musical. Logicamente que ainda somos novos e temos muito que apreender, mas a necessidade de pensar e discutir sobre o conceito de uma música, de como fazer e pra quem fazer música foram valores descobertos pelo grupo que até então ainda não eram trabalhados. Daí a importância de se parar e refletir, dentro de uma proposta autoral, a força que uma boa melodia e uma composição devem ter, permitindo assim que o público possa ouvir as nossas canções, cantar e vibrar em nossos shows, e, sobretudo, participar ativamente desse processo como difusor de nossas ideias. Outro detalhe que passamos a discutir muito é a questão de arranjos musicais bem trabalhados, de forma que a música possa ser criada pela junção de elementos orgânicos ordenados, abrindo-se espaços para os ritmos, para as convenções, passagens de solo e sem, no entanto, retirar a sua própria essência de música enquanto produto final. É como bem nos ensina nosso amigo André T: a regra do menos é mais. Ou seja, o importante é construir arranjos pontuais para música, deixá-la “respirar por si só” e não apenas querer preenchê-la demasiadamente. Isso tudo reflete num senso de educação sonora que o músico deve ter, algo que até então não parávamos para pensar, mas que hoje já faz parte de nosso cotidiano.

Para quem gosta de música sem preconceitos.

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