“Não existe amor sem rebeldia”, diz a cantora e compositor Josyara ao tratar da liberdade, um dos temas mais recorrentes em suas canções. Os movimentos da vida, do tempo, dos encontros e das lutas cotidianas, aliás, sempre inspiraram a artista, desde as suas primeiras composições em Juazeiro, cidade onde nasceu, no norte da Bahia. “São assuntos que me tocam profundamente e são muito presentes na minha vida. Não tenho como falar de amor sem falar de liberdade. Assim como não tenho como falar de luta contra as opressões sem falar de amor”, afirma Josyara, que lançou no segundo semestre do ano passado o seu segundo disco, ÀdeusdarÁ, pela gravadora Deckdisc, disponível nas plataformas digitais. Em dez músicas, a cantora e compositora passeia por diferentes assuntos, dos sonhos e da saudade à denúncia de crimes ambientais e o combate às diversas formas de opressão, e ritmos musicais com forte presença do seu violão, do eletrônico e da percussão. No próximo sábado, 21 de janeiro, a cantora e compositora apresenta pela primeira vez o show do seu disco em Salvador, no festival Rec-Beat, no Trapiche Barnabé, com participação do cantor e compositor pernambucano Martins. Nessa entrevista, Josyara fala das caminhos estéticos e políticos do disco, das canções, da sua trajetória e da apresentação do trabalho para o público soteropolitano.
Por Daniel Oliveira
Como foi o processo de composição das músicas de ÀdeusdarÁ?
O processo de criação do disco começou quando a pandemia explodiu, naquele período mais sério da quarentena. Foi quando me vi trancada em casa, sem os shows, o palco, a troca com o público e com os amigos, tudo muito solitário. Ao mesmo tempo, esse momento me deu outras inspirações, comecei a compor enquanto estudava mais os eletrônicos, os sintetizadores, mergulhei nesse universo e comecei a gravar algumas coisas. A primeira canção que compus foi ladoAlado, a partir justamente dessas experimentações. Ao contrário de Mansa Fúria, nesse disco comecei as composições pelas bases, os beats, samples, fui brincando com essas ferramentas eletrônicas e somando às letras e ao violão. O computador me ajudou muito a sistematizar as ideias que surgiam. Poder visualizar as músicas na tela do computador me ajudou a entender o que eu queria com cada uma delas. Naquele momento tão específico, esse mergulho nas novas possibilidades de criação também me salvou criativamente, pois eu tinha um novo objeto de estudo pra me dedicar. Esse disco é resultado desse processo todo, em que ao final eu pude registrar minhas ideias de arranjos e composições de uma forma mais direta e autônoma. Estou muito feliz com o processo e com o resultado.
As canções do disco são antigas ou mais recentes? Ou mistura canções de diferentes períodos?
Todas as músicas desse disco são mais recentes, foram compostas de 2020 pra cá, no período da pandemia. Com a exceção de “Essa Cobiça”, um xote que compus em meados de 2010, mais ou menos, e que agora quis trazer pra esse disco por achar pertinente também falar de amores, de uma forma leve e gostosa. No refrão ela fala “eu quero de volta / você em minha porta…” que quando eu escrevi foi inspirada em uma história de amor, mas que nesse momento me remete a outros vínculos, como o/as amigos/as que a gente ficou tanto tempo sem poder encontrar por conta do isolamento social. Então é uma música que celebra o desejo de estar perto, os encontros, a importância de festejar e colocar o corpo em movimento. Acho que em tempos difíceis, precisamos ainda mais nos lembrar disso.
O disco tem a participação da cantora e compositora Margareth Menezes (atual Ministra da Cultura) em “ladoAlado”, que é uma música fortemente percussiva, com uma afirmação política bem explícita e um jogo de linguagem no título – é lado a lado e ladoAlado. O que motivou a escolha da participação de Margareth nessa faixa?
Na pandemia, uma das minhas “terapias” pra ajudar a aliviar as tensões daquele período foi a música, tanto compondo como ouvindo muita coisa. Estando em São Paulo, eu senti muita saudade de Salvador e de Juazeiro, e a música me ajudou a embalar aquela saudade toda. O Kindala (disco de Margareth, de 1991) é um disco muito forte, muito político, mas que também fala de amor quando ela canta “Me abraça e me beija”, por exemplo. O Afropopbrasileiro e o Autêntica também foram discos que escutei muito. Então Margareth Menezes me influenciou demais durante o processo de criação desse trabalho como um todo. Quando eu escrevi “ladoAlado”, que foi a primeira canção do disco, eu senti que essa música tinha que ter alguém cantando junto comigo e espontaneamente pensei em Margareth. Uma vez que tive essa ideia, não consegui mais parar de pensar nessa possibilidade e fui compondo a música já imaginando onde ela entraria, como ela cantaria. Os versos, a voz e a presença dela foram também minha inspiração. Pensando na história do axé music, do mercado musical, de como os artistas negros historicamente tendem a ter mais espaço apenas no período do carnaval (e olhe lá), mas são geralmente marginalizados da grande indústria. De certa forma eu queria cantar sobre esse questionamento, essa revolta e também essa resistência. Além de tudo, pra mim Margareth é uma das maiores cantoras do Brasil, não tem como não se emocionar quando ela canta. Sou muito fã! Eu fiz o convite e ela generosamente aceitou. Me sinto muito grata e realizada com essa parceria. O nome ladoAlado reafirma a intenção desse canto, reforçando a mensagem principal da música que gira em torno da pergunta: quem está lado a lado de quem? Eu gosto da sonoridade da expressão escrita assim, ladoAlado, como se fosse uma palavra só. Além disso, soa também a palavra “alado”, que remete à liberdade, a um animal correndo solto, com possibilidade de voar ou de correr para onde bem entender. Acho que a mensagem também é essa: não é sobre estar lado a lado de alguém de forma presa, fixa, mas de forma livre e sincera.
Uma música que me tocou e me mobilizou fortemente desde a primeira vez que escutei foi “Ouro&Lama”, que fala da ganância, da devastação ambiental, da violência do agronegócio e da resistência e da luta de povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas no Brasil. Ao mesmo tempo, a canção chama a atenção para o fato de que essas violências não são novas, elas persistem depois de séculos da invasão do Brasil e de todos os processos de violência, escravização e exploração que ocorreram aqui. O que levou você a escrever essa música e como foi o processo de criação dela?
Essa música eu compus a partir do que aconteceu em Brumadinho, dos crimes ambientais que as empresas têm cometido e a impunidade em relação a esses crimes. Fora as outras notícias, do minério ilegal, dos incêndios na Amazônia, da destruição de comunidades inteiras para a construção de hidroelétricas em nome do “progresso”. Que tipo de progresso é esse que o Brasil estampa em sua bandeira? Estávamos sob um (des)governo que só alastrou esse genocídio que, sim, acontece desde sempre. Um governante que assume abertamente que não se importa com os povos indígenas ou quilombolas, e foi eleito com esse discurso de ódio e opressão. É uma devastação de tudo, da vida, da alegria, da natureza. Em “Ouro&Lama” também quis trazer o mote do samba de roda, um ritmo que é nosso, do Recôncavo baiano, onde corre o extenso Rio Paraguaçu. Eu também sou ribeirinha, cresci na beira do Rio São Francisco e me revolta muito ver nossas águas sendo poluídas, nossos povos sendo violentados sistematicamente, seja pela ausência do Estado ou por sua presença criminosa. Mas a cultura popular parte do princípio da ancestralidade, da coletividade, por isso ela resiste e tem muito a nos ensinar.
As gravações ocorreram entre São Paulo, Rio e Bahia e envolveram dezenas de instrumentistas. Quando essas gravações ocorreram e como foi acompanhar esse processo em três cidades diferentes?
As gravações começaram em São Paulo, no homestudio que montei em minha casa. Muita coisa de base, beats, samples e eletrônicos foi gravado lá e eu mantive essas gravações iniciais no disco. Depois fui pra Salvador e lá gravamos sopro e percussão. Foram dez dias de trabalho no estúdio Casa das Máquinas, no Rio Vermelho, onde acompanhei tudo de perto e fomos dando formas rítmicas às ideias que eu tinha pré produzido. Foi lá que gravei “ladoAlado” com Margareth Menezes. Para a percussão, tive o apoio de meu amigo de longa data Icaro Sá, nos arranjos e direção. Um dos pedidos que fiz foi que tivesse também mulheres na percussão, e ele montou esse time incrível com Larissa Braga, Yasmin Reis, Lorena Caroline e Alana Gabriela, além de Gabriel Santana e Jadson Xabla, músicos e ogãs do Terreiro do Bogum. Diferente de Mansa Fúria, em ÀdeusdarÁ a percussão está presente em todo o disco, exceto na última música, “canto à liberdade”, em que trabalho mais a voz e o violão. O violão é o elemento percussivo dessa música. Foi muito importante estar presente nessas gravações, pude dirigir as ideias já postas na pré produção, dirigir os músicos, principalmente as partes mais melódicas e harmônicas. De Salvador fui pro Rio de Janeiro, onde fica o estúdio da Deck, e lá gravei a maior parte da voz e do violão, com o acompanhamento de Rafael Ramos. Foi uma experiência maravilhosa. Ali eu passei uns quinze dias trabalhando nas gravações e nas edições. Estive presente em todas as etapas do disco e pude aprender muito com todo esse processo.
Como foi essa experiência nova com a produção musical do disco?
Sem dúvidas, uma experiência desafiadora. Me coloquei como aprendiz, fiz alguns cursos online, me dediquei bastante a esses estudos antes de começar a produzir o disco, fui muito autodidata também. Experimentei muitas coisas, me deixei levar por sonoridades espontâneas, também me debrucei sobre muita pesquisa, e boa parte desse conteúdo eu quis manter no disco, justamente para registrar esse momento, que não deixa de ser de aprendizado e experimentação. Nesse percurso, em muitos momentos eu duvidei de mim, como se eu não tivesse “permissão” para estar nesse lugar, ou como se meu repertório não fosse o suficiente, ou porque eu não tinha os melhores equipamentos para fazer algo do tipo. Foi muito importante contar com o apoio dos amigos e parceiros que estiveram por perto e me fortaleceram nesse lugar. Foi quando eu vi que precisava assumir o que eu queria dizer com a minha música e que ter essa coragem era, também, um ato político. Nós temos mulheres na produção musical, mas infelizmente elas ainda são invisibilizadas, não são aceitas ou reconhecidas da mesma forma que os homens nesse meio. Ou pior, nem acessamos esse lugar por conta de toda uma estrutura que nos afasta desse universo, dos estudos, do acesso a equipamentos, dos convites para produzir outros trabalhos. É tudo muito estrutural e isso precisa mudar. Essa reflexão foi parte importante desse movimento de me assumir produtora: me dedicar a ter uma maior autonomia com o meu trabalho e também ter a coragem de dar esse passo na minha carreira, de me colocar nesse lugar de aprendiz.
Como tem sido os shows de ÀdeusdarÁ? E o que você está planejando a apresentação no Rec-Beat junto com Martins?
Os shows estão sendo bem legais. Estou achando interessante a forma como o público tem acolhido as novas músicas. A galera cantando mais, interessada. Os que não conhecem se conectam com alguns refrões e vêm juntos. Sinto que é um show que está envolvendo as pessoas. Nesse encontro a gente escolheu canções tanto de Martins quanto minhas que representem muito não só a essência desse encontro, como desse projeto, do que a gente gosta, o que a gente gosta de cantar, a nossa vibe. Então a gente pegou o mote disso e fez esse bloco, digamos, carnavalesco. É um encontro que a gente vai festejar bastante.
ÀdeusdarÁ é um disco que retoma temas presentes em todo o seu trabalho, como a saudade, o amor, os sonhos, a resistência, a liberdade. Você transita entre assuntos tão diversos de uma maneira muito fluída e faz uma interconexão deles de um jeito seu, bem particular. E, quem escuta, pode perceber a emoção de uma maneira muito articulada à letra e ao discurso. Como você enxerga essa característica – que não é só de Àdeusdará – em seu trabalho como um todo?
Tanto em Mansa Fúria como em ÀdeusdarÁ, um ponto em comum é realmente passear por temas diversos que, no fundo, são assuntos que me tocam profundamente, que são muito presentes na minha vida. Não tenho como falar de amor, sem falar de liberdade. Assim como não tenho como falar de luta contra as opressões, sem falar de amor. Não existe amor sem rebeldia. Naturalmente isso transparece nas canções. Aprendo muito com Carla Akotirene, intelectual baiana que fala, dentre outros temas, sobre interseccionalidade, e que pra mim faz todo sentido. Não sou uma coisa só, assim como não é apenas um determinado assunto que me instiga e me inspira. Somos atravessadas pelos anseios individuais e também pela conjuntura coletiva. Nesse momento político e social atual não tem como não trazer isso à tona. É nossa função, de quem utiliza a canção ou qualquer outra linguagem para se expressar artisticamente, falar do tempo do agora, mas também é nossa função, acredito, imaginar novos mundos, apresentar pausas para que seja possível respirar, sonhar o que realmente queremos.
Não tenho como falar de amor, sem falar de liberdade. Assim como não tenho como falar de luta contra as opressões, sem falar de amor. Não existe amor sem rebeldia”
A afirmação da liberdade (musical, do ser, das identidades, do pensamento) é uma força imensa do seu trabalho. Talvez a liberdade seja o tema mais presente e que percorre diversas músicas. E, em 2018, essa força ajudou a mover os cantos da resistência, com “Engenho da Dor” como um grito de liberdade, como um movimento contra toda forma de opressão. Em ÀdeusdarÁ, lançado em um momento central para essas lutas, você canta para a liberdade novamente, para acabar com o tempo do medo…
A arte é uma forma de dizer que não estamos acuadas, estamos reagindo, estamos vivendo. Não vamos abrir mão de ser quem somos, de disputar as narrativas e de lutar por isso. A liberdade nunca será uma conquista individual, ela só existe de fato se for coletiva. Para isso, devemos olhar para as que vieram antes, observar e aprender com as lutas dos povos indígenas e quilombolas, do povo de santo, dos terreiros de Candomblé, dos ribeirinhos da Amazônia, de quem habita este país sob uma outra cosmopercepção de vida, e que tem muito a nos ensinar sobre como cuidar da natureza, da nossa comunidade e de nós mesmas. Há muitas formas de resistência acontecendo há muito tempo, a gente precisa pedir licença, ouvir e aprender com elas. É urgente que tenhamos outras inspirações de como lutar e de como construir uma liberdade fundada em experiências não colonizadoras.
Li no texto de apresentação do disco que o interesse mais forte pelo estudo de sintetizadores se deu durante o período de isolamento social por conta da pandemia. Como isso aconteceu?
Sintetizador é algo complexo. Acho importante ressaltar que eu não toco esse instrumento, mas utilizo-o mais como uma ferramenta para experimentar novas sonoridades e conseguir chegar onde eu gostaria com as músicas que eu vinha compondo, quando não havia a opção de estar com outros músicos tocando junto. Esse estudo se deu por uma vontade de ter maior autonomia com meu trabalho, de construir os beats que eu idealizava, e assim por diante. Vou dar um exemplo de como eu usei essa ferramenta: gravei meu violão, transformei em MIDI para poder brincar com as sonoridades eletrônicas, usei um sample de clarinete e fui tocar em cima dessa melodia. Se trata de experimentações utilizando novos meios de criação e possibilidades de registro, para além do violão, que é meu instrumento de fato.
O eletrônico está bem presente no disco, junto com as percussões e o violão. Já em Mansa Fúria, você e Junix fizeram arranjos que tinham o eletrônico como um elemento importante da construção estética. De que forma você pensou a presença dos sintetizadores e das bases em ÀdeusdarÁ?
Esses meios eletrônicos entraram pelo caminho da composição. Eu tinha o computador e com ele sons que eu poderia acrescentar para criar o arranjo, então fui praticando e elaborando essas canções utilizando dessas ferramentas que eram novas pra mim. Diferente de Mansa Fúria, em que as canções nasceram todas em torno do violão e ali eu finalizava minha parte da composição, em ÀdeusdarÁ a construção da canção foi também em torno dos eletrônicos, das possibilidades de sobreposições, além do violão que, claro, foi super importante pros arranjos. Já a percussão é o elemento mais orgânico do disco, junto à voz e ao violão, dando pra essa base eletrônica a sonoridade que eu estava desejando para cada música e pro disco como um todo.
Lembro que na gravação de Mansa Fúria, ali no estúdio no Rio Vermelho, os arranjos do disco eram bastante conduzidos pelas canções e pelo seu violão. Isso se repetiu em ÀdeusdarÁ?
O violão sempre esteve presente em meus processos criativos e sempre estará. Mas como eu disse, o elemento eletrônico foi o meio que, dessa vez, eu utilizei para explorar cada canção e registrar minhas ideias por completo. Nas gravações de ÀdeusdarÁ, o violão nem sempre foi o primeiro elemento a ser gravado.
O lançamento de Mansa Fúria significou um marco importante na sua trajetória. Além da mudança para São Paulo, você passou a circular por outros estados, fazer shows em grandes festivais. O que ÀdeusdarÁ significa nesse momento?
Significa se dispor a caminhar sem medo das encruzilhadas, tendo coragem de seguir os caminhos que se apresentam e assumir essas escolhas. Esse é um momento em que me sinto muito aberta para o que há de novo, de desconhecido, deixando pra trás alguns medos e fortalecendo a coragem de viver o agora sendo quem se é. ÀdeusdarÁ é um projeto em que me coloco muito transparente, nesse sentido de me permitir ser aprendiz, no que diz respeito à produção musical do disco, mas também de fazer questão de estar nesse lugar, acreditando na minha intuição e no meu trabalho, desde os arranjos das músicas até as ideias da capa do disco, a estética e o conceito sonoros e visuais.
Na música, eu venho de um lugar de muita luta, muitas incertezas e muito corre pra conseguir levar adiante meu trabalho. De fato, nunca foi fácil. Às vezes a gente tem as ideias, a dedicação e até as composições pra gravar um ótimo disco, por exemplo, mas nos faltam os acessos, o tempo, o dinheiro e as oportunidades.”
Você está fazendo parte da Deckdisc, uma gravadora com uma trajetória importante no mercado musical e com uma boa estrutura. Como aconteceu essa aproximação com a gravadora? E como estão os planos de vocês?
O convite da Deck chegou por Rafael Ramos, que já me acompanhava nas redes sociais e conhecia o Mansa Fúria. Nosso primeiro contato foi ótimo, nos reunimos e fechamos essa parceria. Pra mim foi super importante, pois já sentia essa vontade de ter uma parceria que me possibilitasse certa estrutura, como por exemplo gravar esse novo disco, apoiando minhas ideias inclusive como produtora. Na música, eu venho de um lugar de muita luta, muitas incertezas e muito corre pra conseguir levar adiante meu trabalho. De fato, nunca foi fácil. Às vezes a gente tem as ideias, a dedicação e até as composições pra gravar um ótimo disco, por exemplo, mas nos faltam os acessos, o tempo, o dinheiro e as oportunidades. Quando encontramos parceiros que nos oferecem essa estrutura, para que possamos registrar nossas ideias com uma melhor qualidade, fazendo nosso som alcançar um público maior, é muito gratificante. Os planos é que possamos levar esse disco para o maior número de lugares possível, registrar também novas ideias, gravar com outros artistas e realizar novos projetos. Estar junto de uma boa equipe é fundamental, porque sozinho a gente não faz muita coisa. Sou muito grata a esse encontro e a essa parceria.