Disponível no Streaming Globoplay, série conta em quatro episódios a história do punk desde seu princípio até os tempos de internet.
Por Frederico Di Lullo*
Uma série de relatos históricos da cena mundial do Punk chamada ‘Punk’. A produção americana, lançada nos Estados Unidos em 2019, chegou nas terras tupiniquins em 2020, através do Streaming da plin-plin (acesse por aqui), conta com apenas quatro episódios e traz aquele velho epílogo: O Punk está morto?
O relato, produzido pelo imortal Iggy Pop e outros figurões como John Varvatos, disseca a pergunta através de relatos de dinossauros e veteranos da cena desde o começo de tudo até os tempos atuais e contemporâneos, com algumas cenas inéditas e muitas, mas muitas ideias colocadas em ordem cronológica, o que facilita a linha de raciocínio apresentada em pouco mais de 200 minutos.
Se no primeiro episódio temos a participação e o relato de membros das primeiras bandas proto-punk como Iggy Pop e os Stooges, New York Dolls e MC5, a narrativa vai aprofundando no segundo capítulo com ícones da lendária cena 77 britânica, mostrando cenas e depoimentos Sex Pistols, The Clash, The Damned e The Slits, por citar alguns. Nos tempos que estamos vivendo, é sempre muito bom lembrar como o punk se politizou enquanto movimento.
Outro ponto de destaque são os depoimentos de integrantes de bandas como Bad Brains e Black Flag, mostrando a influência de negros e latinos à cena, além de elucidar a miscigenação de estilos como reggae e dub ao som punk. Esse é o foco principal do terceiro episódio, onde é focado o surgimento do hardcore em diversos locais dos Estados Unidos, focando na cena de Washington e da Costa Oeste.
O punk nos tempos atuais
Já no quarto (e último episódio) o foco são as bandas noventistas como The Offspring, Green Day, Bad Religion e NOFX e a popularização do punk através do Surf e do Skate, depois de um tempo nebuloso no final dos anos 80. O ponto alto é quando a discussão chega na internet e no streaming e como as bandas entenderam que as coisas mudaram. E mudaram para sempre.
A série ‘Punk’, em nenhum momento mostra algo inovador ou diferente ao que os fãs do estilo já conhecem, leram ou assistiram. Como alguém mencionou comigo “Ele não inventa a roda”. Contudo, é um trabalho interessante, produzido por alguém que foi o “avô” de tudo isso que aconteceu há quase 50 anos.
Pela sua história, seu passado e seu presente, o punk não está morto como muitos pensam. Está em baixa sim, mas no fim do documentário cabe ao Marky Ramone adejar um ar de otimismo e, o depoimento de bandas recentes servem como exemplo para demonstrar isso. Como ele disse: Talvez seja só você que está olhando para os lugares errados.
*Frederico Di Lullo (@f_dilullo) – Letrólogo, conteudista, audiovisual, guitarrista, (proto)punk, psicodelia, sintetizadores e fã de contracultura.