Um panorama das músicas mais tocadas nas rádios brasileiras em décadas passadas ajuda a entender as mudanças do mercado musical e do próprio espectro radiofônico.
Será que as programações das rádios brasileiras sempre foram calcadas no passado como as rádios de perfil adulto dos dias atuais? Analisando as 100 músicas mais tocadas há 10, 20, 30, 40 e 50 anos vemos que não é bem assim. Desde a década de 60 até hoje, a programação das rádios passou por várias mudanças. Modas e movimentos entraram e saíram de evidência, artistas surgiram e sumiram, mas a rádio sempre primou por apresentar novidades. Tanto de perfil “popular”, como mais “sofisticado”, seja pagode, axé e sertanejo, seja MPB, pock e pop. As listas de músicas mais tocadas nas rádios foram retiradas do site Mais Tocadas.
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Vamos ver agora o que foi sucesso nas décadas de 1960, 1970, 1980, 1990 e 2000 e entender qual foi o papel das rádios nessas indas e vindas de sucessos da músicas brasileira. Aproveite e ouça as 100 mais tocadas de cada uma desas décadas.
Década de 60
Há 50 anos, em 1969, 65% das músicas mais tocadas nas rádios foram lançadas naquele mesmo ano e 27% no ano anterior. Isso representava 92% de novidades sendo apresentadas ao público. Os 8% restante se dividia entre lançamentos de 2 ou 3 anos antes ou versões lançadas naquele ano.
Naquele ano, as rádios tiveram 44% de músicas brasileiras entre as 100 mais. Entre elas, a maioria se dividia entre (o que ganharia o nome de) MPB e samba. A MPB aparecia com 17 músicas entre as 100, com nomes como Gilberto Gil, Elis Regina, Gal Costa e Caetano Veloso e Milton Nascimento. Mas o grande destaque foi Jorge Ben, que emplacou 5 músicas entre as mais tocadas daquele ano (“Charles, Anjo 45”, “Que Maravilha”, “Cadê Teresa”, “Domingas” e “Minha Menina”). Evinha era outro sucesso na época, tendo colocado duas músicas entre as mais tocadas.
Entre os sambas (13 músicas entre as 100) aparecem nomes pouco conhecidos atualmente, como Osvaldo Nunes e Leila Silva, mas também alguns ícones, como Jair Rodrigues (com duas músicas), Clara Nunes e Originais do Samba. Destaque para Martinho da Vila que surgia naquele ano com seu primeiro disco e de cara emplacava três músicas entre as 100 (“Casa de Bamba”, “O Pequeno Burguês” e “Pra Que Dinheiro”). Wilson Simonal, que era samba, mas não apenas, também fazia sucesso na época, com dois sucessos.
Em 1969, MPB e samba faziam sucesso, mas era a música internacional quem dominava as rádios.
A música brasileira aparece ainda com as heranças da Jovem Guarda, especialmente com a presença da dupla Roberto e Erasmo Carlos. O primeiro emplacando quatro sucessos (“As Curvas da Estrada de Santos”, “Sua Estupidez”, “Eu Disse Adeus” e “As Flores do Jardim da Nossa Casa”), todas elas já mostrando os novos caminhos que o Rei tomava.
O rock brasileiro mais autoral aparecia com Mutantes e a banda Vox Deorum, enquanto a chamada música romântica brega/cafona também ganhava espaço com nomes como Nelson Ned, Wanderley Cardoso e Agnaldo Timóteo.
O predomínio em 1969 era, no entanto, da música internacional e suas diversas vertentes, ocupando 56% entre as 100 mais tocadas. Era o pop e rock da época que dominava, com destaque para os Beatles, que colocaram três músicas entre as 100 (“Get Back”, “Hey Jude” e “The Ballad Of John And Yoko”). Mas também tinha Rolling Stones, The Doors, Steppenwolf, Creedence Clearwater Revival e The Zombies, entre outros.
O rock internacional emplacou diversos nomes entre as mais tocadas nas rádios.
Além deles, havia ainda artistas mais ligados ao pop da época, como Lulu (“To Sir With Love”), duas do Bee Gees ainda em outras praias (“Tomorrow Tomorrow” e “Bee Gees I Started A Joke”) e a ousada “Moi Non Plus” de Jane Birkin e Serge Gainsburg Je T’Aime. Chama atenção, que, mesmo entre o rock, as baladas predominavam.
Completavam a lista de músicas internacionais o R&B e suas derivações, com 9 músicas de nomes como Stevie Wonder (com “My Cherie Amour” e “For Once In My Life”), Aretha Franklin (“I Say A Little Prayer”), Marvin Gaye, entre outros. A predominância da música estrangeira tinha ainda nomes como Frank Sinatra, e gêneros que iam de música romântica italiana, trilhas-sonoras de filmes, easy listing e reggae.
A lista das mais tocada na década de 60 segue uma linha parecida a de 1969. Tem, porém, forte presença da Jovem Guarda, com sucessos como “Banho de Lua”, de Celly Campello, a mais tocada na década, e “Biquini de bolinha amarelinha, de Ronnie Cord. Mas quem dominava as paradas naquela década era Roberto Carlos, com seis músicas entre as 100, e os Beatles, com sete. A parada da década foi feita a partir do Top 10 das mais tocadas de cada ano entre 1960 e 1969.
Ouça as 100 mais tocadas dos anos 60:
Década de 70
Dez anos depois, o dial foi dominado pela MPB, pelo samba e pela onda Disco que varreu o mundo. Mas o que chama atenção é que 99% das músicas mais executadas nas rádios em 1979 eram daquele ano ou do anterior.
Entre as músicas nacionais, haviam 30 mais ligadas ao que chamamos de MPB. Havia a consolidação de alguns ícones já estabelecidos, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Rita Lee e Maria Bethânia, e surgimento de vários nomes novos. Entre eles estavam Angela Rô Rô, Zé Ramalho, Tavito e Kleiton e Kledir.
Naquele ano, se destacaram Elis Regina, que teve a música “Bêbado e o Equilibrista” como a de maior execução no ano, bem como Gilberto Gil, Simone e Maria Bethânia, que emplacaram três sucessos cada um. Foi um ano também de músicas mais ligadas a gêneros regionais, como o forró de Dominguinhos e a música caipira de Renato Teixeira.
99% das músicas mais executadas nas rádios em 1979 eram daquele mesmo ano.
Em 1979, a música romântica e “brega” também ganharam força, com sete sucessos entre as 100, entre elas músicas de Roberto Carlos, Wando, Fábio Jr. e uma parceira entre Angela Maria e Agnaldo Timóteo. O samba emplacou quatro, com músicas de pilares do gênero: Roberto Ribeiro, Clara Nunes, Alcione e Beth Carvalho. A música brasileira estourava também sua versão para a onda Disco que assolava o mundo, com as Frenéticas e Dudu França deixando sua contribuição.
A explosão dos sons da discoteca que controlava as paradas mundo afora também se estabelecia por aqui. Boa parte das 57 músicas internacionais que estavam entre as 100 eram no clima das pistas. Destaque para o grupo Chic com três (“Le Freak”, “Good Times” e “I Want Your Love”).
Outros destaques foram o Village People (com “Y.M.C.A.” e “In The Navy”) e Donna Summer (com “Bad Girls” e “Hot Stuff”). Além de Gloria Gaynor com “I Will Survive”, Anita Ward com “Ring My Bell” e Sister Sledge com “We Are Family”, e de vários outros arrebatadores nas pistas.
Entre as 100 mais, 28 músicas era Disco ou R&B. As restantes ficavam entre rock-pop, com 19, entre elas “Sultans Of Swing” do Dire Straits, “Heart Of Glass” do Blondie, “The Logical Song” do Supertramp e “Do You Think I’m Sexy?” de Rod Stewart. Havia ainda o lado romântico exacerbado também, incluindo algumas do universo R&B e pop-rock. Ai cabia Bee Gees, Commodores, Kenny Rogers e Barry Manilow, entre outros.
Era a explosão da dico music. 20% do que tocava na rádio era voltado para as pistas de dança.
Falando da década, nos anos 70, a MPB viveu alguns de seus melhores momentos com nomes como Elis Regina, Chico Buarque, Luiz Melodia e Gilberto Gil emplacando várias músicas nas rádios. O maior destaque, no entanto, foi Roberto Carlos, que se tornou o artista de maior sucesso nas paradas anuais das rádios na década. O Rei aparece em primeiro lugar com 25 musicas no TOP 100 de 1970 a 1979, nove delas no TOP 10, seis no TOP 3 e duas no TOP 1 (“Detalhes” em 1971 e “Amigo” em 1977).
O samba foi outro que ganhou espaço durante todo os anos 70. Nomes como Clara Nunes, Agepê, Luiz Ayrão, Paulinho da Viola transformaram aqueles anos na década de ouro do gênero. Foi um período também da chamada música brega ou cafona, com diversos artistas tendo grande execução nas rádios, caso de Odair José, Wando e Benito Di Paula.
As musicas internacionais continuaram com grande repercussão nas rádios, sobretudo com o romantismo de Chicago, Chris Deburgh, Carole King, Elton John, Debbie Boone e Roberta Flack, e, evidente, a grande novidade pop da época, a música disco de Bee Gees, Gloria Gaynor, Chic, Village People e Santa Esmeralda, além da versão brasileira com as Frenéticas. A lista foi feita a partir do Top 10 das mais tocadas de cada ano entre 1970 e 1979.
Ouça as 100 mais tocadas dos anos 70:
Década de 80
Em 1989, a música internacional continuava a tomar conta das rádios, com 53% das mais tocadas, com o restante, 47%, de músicas brasileiras. No total, entre as 100, 87% eram lançamentos daquele ano ou de 1988. Entre as brasileiras, começava a aparecer versões com mais frequência, com regravações.
O ano de 1989 foi um bom reflexo do que foi ouvido durante a década de 1980. A MPB permanecia em alta, com 18 músicas entre as mais tocadas, principalmente de veteranos, como Caetano Veloso, Djavan, João Bosco, Tim Maia e Gilberto Gil, transformando suas novas músicas em sucessos. Mas também surgiam algumas relevações, especialmente Marisa Monte, que emplacou seu primeiro sucesso, “Bem que se quis”, no primeiro posto das músicas mais tocadas no ano.
As novidades mais quentes, no entanto, ainda vinham principalmente do rock e pop nacional, que emplacou 9 músicas entre as mais tocadas. É o caso da banda Inimigos do Rei, que apresentaria o cantor e compositor Paulinho Moska e naquele ano colocou duas músicas entre as mais tocadas, “Adelaide” (versão de “You’ll Be Illin’”, do Run DMC que alcançou a sexta posição) e a “Uma Barata Chamada Kafka”.
O rock brasileiro estourava nacionalmente com vários nomes.
Outra novidade surgida no ano anterior foi a banda Yahoo, fundada por Robertinho de Recife para fazer versões do hard rock internacional com letras em português. Depois do sucesso com “Mordida de Amor” (versão de “Love Bites”, do Def Leppard), conseguiu repetir em 1989 com “Anjo” (versão de “Angel” do Aerosmith) e “Sonho Encantado”. O rock brasileiro em 1989 ainda alcançou o top 100 das paradas com músicas do Legião Urbana, Kid Abelha, Kiko Zambianchi, Titãs e Evandro Mesquita.
Outra força no período foi a música sertaneja, com 7 músicas entre as mais, três delas com a dupla Chitãozinho e Xororó. Tinha ainda Leandro e Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano, João Paulo e Daniel e Ataíde e Alexandre. O público brasileiro via ainda o pagode crescer e substituir o samba, como ficou comprovado na década seguinte. Via também o fenômeno da Axé Music começar a despontar, enquanto a música romântica/ brega tinha novos nomes se estabelecendo. Além do funk carioca que começava timidamente a mostrar a cara.
Mas era a música pop-rock e romântica internacional que abocanhava boa parte das paradas das rádios nacionais. Nada menos do que 50% das mais tocadas eram desse universo. Ai cabia desde o rock e suas várias vertentes, até o tecno pop, o pop radiofônico, a música romântica e o R&B.
Nesse balaio todo, havia desde o Guns N’ Roses, emplacando “Patience” e “Paradise City” até Phil Collins. Mas tinha também The B-52’s, Roxette, Bon Jovi e Beach Boys, de um lado. E de outro, Madonna, Gloria Estefan, Paula Abdul, Information Society, Rick Astley, Simply Red, Pet Shop Boys e New Kids On The Block.
Metade das músicas mais tocadas nas rádios brasileiras eram pop-rock e romântica internacional.
Um fenômeno da época foi a dupla Milli Vanilli, mais tarde acusados de fraude por não cantarem suas músicas. Em 1989 eles emplacaram três sucessos: “Baby Don’t Forget My Number”, “Blame It On The Rain” e “Girl You Know It’s True”.
No resumo do que foi a década, vimos a MPB em alta no inicio dos anos 80 perder força no meio e no final para as músicas internacionais. As estrangeiras, incluindo Dance, Rock, R&B, Pop, Disco dominaram as rádios a maior parte do tempo no período. Das músicas nacionais, se destacaram a MPB, as românticas e o pop-rock, com nomes como Rita Lee, Gal Costa, Cazuza, Djavan e Roupa Nova, dividindo com Michael Jackson e Whitney Houston as posições de mais tocadas durante a década.
No ranking dos artistas de maior sucesso nas paradas anuais das rádios que compreende os anos 80, aparece Gal Costa em primeiro lugar com 12 músicas no TOP 100 de 1980 a 1989, 4 delas no TOP 10, 2 e no TOP 3 e uma música (“Balancê”) no TOP 1. Em seguida vem Cazuza, Michael Jackson, Lulu Santos e Rita Lee.
Ouça as 100 mais tocadas dos anos 80:
Década de 90
Em 1999, há uma grande mudança no mercado e, como consequência, entre as músicas mais tocadas nas rádios. A produção brasileira tomou de assalto as rádios e marcou mais presença do que as internacionais entre as mais tocadas. Naquele ano, 73% das 100 mais eram produções nacionais, com grande destaque para o pagode e a música sertaneja. O ano teve 84% de músicas de 1999 ou 1998, mas já aparecendo com mais evidência músicas um pouco mais antigas e versões.
Há 20 anos, entre os maiores sucessos das rádios estavam pérolas como “Dança do Vampiro” do Asa de Águia, “Uh! Tiazinha” com Tiazinha e Vinny, “Fácil” do Jota Quest, “Bem Querer” de Maurício Manieri e “Pelados em Santos” numa versão do Titãs. A MPB, que dominou ou esteve presente de forma dominante em outros anos, só apareceu entre as mais com uma única música. “Sozinho”, regravação de Caetano Veloso para música de Peninha, foi presença isolada, mas também a primeiríssima colocada das paradas.
Naquele ano de 1999, o pagode era o ritmo mais popular no Brasil, emplacando 26 músicas entre as 100 mais tocadas. Entre os artistas estavam grupos que permaneceram bastante conhecidos por mais tempo, como Exaltasamba, Só Pra Contrariar, Soweto e Raça Pura. Mas também vários outros que sumiram, como Desejos, Sensação, Os Morenos, Kiloucura, Karametade, Da Melhor Qualidade, Swing e Simpatia, Sem Compromisso. Por onde anda esse povo?
A música brasileira dominou as rádios, ocupando 73% das paradas em 1999.
Ao lado do pagode, o sertanejo era a grande força, colocando 15 músicas entre as mais tocadas. Só a dupla Zezé Di Camargo e Luciano emplacou quatro, “Dois Corações E Uma História”, “Pare!”, “Pior é Te Perder”, além da parceria com Julio Iglesias, “Dois Amigos”. Daniel outras três: “Pra Falar A Verdade”, “Vai Dar Samba” e “Declaração de Amor”. Rick e Renner mais três, “Cara de Pau”, “Muleca” e “Ela É Demais”. Tinha ainda Leonardo, Rionegro e Solimões, Bruno e Marrone e a parceira de Roberta Miranda e Reginaldo Rossi.
Para muita gente, os anos 90 foi o auge da Axé Music. O gênero de fato fez grande sucesso na época, mas naquele ano pelo menos, muito atrás do pagode e do sertanejo. Foram apenas sete músicas entre as 10 mais: Ivete Sangalo com “Tá Tudo Bem”, Netinho com “Indecisão”, Ara Ketu com “Minha Razão de Viver”, Asa de Águia com “Dança do Vampiro”, É O Tchan com “Lamba Tchan”, Terra Samba com “Palpite” e Banda Eva com “De Ladinho”.
Por incrível que pareça, também foi um ano do rock-pop brasileiro marcar boa presença nas paradas. Foram sete músicas entre as mais tocadas, com destaque para o Raimundos, com duas “Mulher de Fases” e “A Mais Pedida”. Teve ainda o fenômeno “Anna Júlia”, do Los Hermanos, além de Pato Fu , Skank, Legião Urbana e Titãs.
O sertanejo e o pagode eram os grandes responsáveis pelo sucesso da música brasileira naquele ano.
Nos anos 1990, o Brasil passou por vários momentos onde o sertanejo começou a sair do interior para as grande capitais, de onde nunca mais saiu. O axé se popularizou e viu seus últimos grandes sucessos. O pagode cresceu muito e alcançou seu auge no fim da década. A despeito de 1999, as músicas internacionais continuaram dominando as rádios. Nomes como Mariah Carey, Bryan Adams, Toni Braxton, Elton John, Whitney Houston, Madonna eram os nomes mais populares trazendo o R&B, Pop e Rock internacional.
No ranking dos artistas de maior sucesso nas paradas anuais das rádios que compreende os anos 90, aparece Zezé Di Camargo & Luciano em primeiro lugar com 22 músicas no TOP 100 de 1990 a 1999, 5 delas no TOP 10 e 2 no TOP 3. Em seguida vem Mariah Carey, Só Pra Contrariar, Leandro & Leonardo e outros.
Ouça as 100 mais tocadas dos anos 90:
Década de 2000
Há 10 anos, a rádio brasileira se dividia equilibradamente entre músicas internacionais e brasileiras (52% contra 48%, respectivamente), com rock e sertanejo destacando no campo nacional. Entre as 100, 91% são de músicas foram lançadas em 2009 ou 2008.
Pode nem parecer, mas em 2009, o rock brasileiro esteve em evidência nas rádios. Emplacou 14 musicas entre as 100, sem falar do “pop-rock”. Era a época do emo e de algumas modas inacreditáveis. Alguns artistas entre as 100 músicas mais tocadas nas rádios caíram no esquecimento ou nem foram tão marcantes assim. Tipo Hevo 84, Agnela, Gloria, Stevens, Túlio Dek e Di Ferrero, Scracho e Cine. Os nomes mais fortes eram NX Zero, com três músicas nas paradas, além de Charlie Brown Jr., Fresno, Os Paralamas do Sucesso e Pitty com “Me Adora”.
O sertanejo mantinha sua força e se consolidava definitivamente como a música popular do brasileiro. Foram 16 músicas entre as 100 mais. A dupla Victor e Leo foi a grande novidade emplacando cinco músicas e sendo um dos maiores sucessos do ano. Outras dupla de êxito nas rádios naquele ano foi Edson e Hudson com três músicas entre as 100 mais.
Em 2009, o rock brasileiro esteve em evidência nas rádios com o emo.
O Axé já minguava, com apenas quatro músicas nas paradas, três de Ivete Sangalo e uma de Claudia Leitte. Enquanto o pagode e samba sumiam quase completamente (apenas 2 músicas) e a MPB aparecia timidamente, com Seu Jorge e Ana Carolina.
Mas 2009 é marcado também pela expressiva presença da música pop internacional nas rádios, em especial de cantoras. Algumas como verdadeiros fenômenos. Beyoncé emplacou cinco músicas entre as 100, sendo que duas no top 3. “Halo” e “If I Were A Boy” ocuparam o primeiro e terceiro postos, respectivamente.
Outra cantora com cinco músicas entre as 100 foi Britney Spears. Lady GaGa seguia sucesso semelhante, emplacando quatro, seguida de Ne-Yo e Black Eyed Peas, com três cada. Outros nomes com pelo menos dois sucessos naquele ano foram Jason Mraz, Pussycat Dolls, Rihanna, Katy Perry, Mariah Carey, Akon e Madonna.
O ano de 2009 foi semelhante a própria década. Nos anos 2000, as músicas internacionais dominaram as rádios com o R&B de Beyoncé, Fergie, Akon, Rihanna, o pop de Black Eyed Peas, Outkast, além do rock de Linkin Park, The Calling e Green Day.
2009 é marcado também pela expressiva presença da música pop internacional nas rádios, em especial de cantoras.
O rock nacional viveu anos de sucesso também, enquanto o sertanejo já ocupava grande espaço. A década de 2000 também ficou marcado pela música pop nacional com nomes como KLB, Rouge, Bro’z, Os Travessos, Kelly Key e outros.
No ranking dos artistas de maior sucesso nas paradas anuais das rádios que compreende os anos 2000, aparece Zezé Di Camargo & Luciano em primeiro lugar com 26 musicas no TOP 100 de 2000 a 2009, 6 delas no TOP 10, 5 no TOP 3 e 2 no TOP 1. Em seguida vem Bruno & Marrone, Ivete Sangalo, Skank e outros.