Artistas negras e afro-ameríndias são foco de evento online

Plataforma Frequências Preciosas realiza congresso com objetivo de fomentar cadeia produtiva independente.

As mulheres sempre foram essenciais para a música brasileira. As negras e afro-ameríndias ainda mais. Elas foram base para tudo o que veio depois, mesmo constantemente não recebendo o devido reconhecimento. Não há dúvida, no entanto, que o desenvolvimento musical do Brasil passou obrigatoriamente por nomes como Tia Ciata, Chiquinha Gonzaga e Clementina de Jesus, entre tantas outras, até se transformar no que é hoje.

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Séculos depois, as cantoras, compositoras e musicistas continuam enfrentando o desafio da aceitação. Em busca de dar mais protagonismo para as vozes e a arte de mulheres negras e afro-ameríndias, destacando as artistas da música independente, foi criada no ano passado a plataforma Frequências Preciosas. Com quase um ano de existência e depois de diversas ações, o projeto anuncia agora seu primeiro congresso, programado para acontecer entre os dias 26 e 28 de março. A ideia é contribuir no fomento da cadeia produtiva e ampliar sua rede.

Com transmissão via Zoom, o 1º Congresso Frequências Preciosas será totalmente virtual e gratuito, como foco nas cantoras e compositoras negras e afro-ameríndias, mas aberto para todos os interessados. Serão três dias de programação, com palestras e mesas-redondas ligados a temas como gestão de carreira na música independente, empreendedorismo, o convívio com as plataformas de streaming e redes sociais e outros temas relacionados. Entre os participantes estão nomes importantes do cenário cultural nacional como Dani Ribas, Cristhiane Faria, Aiace, Ivana Gaya, Dani Rodrigues, Ítala Herta, Thiago Felix, Indy Naise, Carol Morena, entre outros.

Aiace e Ivana Gaya
Aiace e Ivana Gaya estão entre as convidadas do 1º Congresso Frequências Preciosas

O Frequências Preciosas foi idealizado pela cantora, compositora e artista independente baiana Viviane Pitaya. Para ela, existe uma produção musical atual muito expressiva feita por mulheres negras e afro-ameríndias que não é vista e que não chega ao grande público. “São canções e trabalhos de mulheres preciosas, que falam sobre identidade cultural, pertencimento e tantos temas que contemplam a diversidade brasileira atendendo ao gosto dos mais variados públicos”, diz. “A criação da plataforma e, agora, do Congresso têm como missão dar visibilidade a essas artistas e seus trabalhos”, resume.

A programação terá ainda a Mostra do Festival Frequências Preciosas, com transmissão ao vivo de seis pocket shows das cantoras e compositoras baianas Viviane Pitaya, Iane Gonzaga, Aiace, Emilie Lapa, Ivana Gaya e Amanda Rosa, atividade que, por conta das novas medidas restritivas de contenção ao contágio da Covid-19, precisou ser suspensa temporariamente e será retomada em breve.

Mapeamento – Nos últimos meses, a plataforma já vem atuando no trabalho de pesquisa, escavação e mapeamento das artistas. Já foram mapeadas mais de 500 cantoras-compositoras negras e afro-ameríndias da cena independente ao redor do Brasil, que têm sido divulgadas nas redes sociais do projeto. Neste mês de março, a plataforma teve seu suporte ampliado com o lançamento do site www.frequenciaspreciosas.com.br, que traz conteúdo audiovisual e publicação dos desdobramentos da pesquisa e mapeamento realizados pelo projeto.

Serviço:
1º Congresso Frequências Preciosas
Data: 26 a 28 de março
Plataforma: Zoom
Inscrições: via Sympla, pelo link linktr.ee/frequenciaspreciosas
Mais informações: www.frequenciaspreciosas.com.br/congresso
Evento Gratuito

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