Porque ter show de Beyoncé em Salvador é positivo

Essa semana foi divulgado que a cantora norte-americana Beyoncé fará um show em Salvador. Por que isso é importante?

Salvador ainda está longe de fazer parte do circuito internacional de shows. Fato. Para o tamanho e importância da cidade era para recebermos muito mais shows do que recebemos. Outro fato. De qualquer forma não adianta sonhar que podemos receber a mesma quantidade de apresentações internacionais que uma São Paulo.

Nenhuma cidade do Brasil recebe, até porque a capital paulista é uma megalope, tem mais de 10 milhões de habitantes e vários nichos de públicos diversos escondidos entre essa massa. Algumas capitais, no entanto, tem uma população parecida com Salvador, ou até menor, e já recebem shows gringos há muito mais tempo. Fato incontestável.

Como já dissemos aqui em textos anteriores, Salvador sofreu com a alta produção da Axé Music, que trouxe benefícios, mas deixou uma população a mercê de uma monocultura. Auto sustentável, o ritmo, gênero, ou como queira classificar, se tornou algo grandioso por aqui e acabou por tornar o público baiano acostumado a ouvir sempre a mesma coisa.

O tempo, no entanto, passa. O Axé perdeu força, a indústria perdeu poder, a internet ganhou espaço e ofereceu mais possibilidades e entre tantos outros fatores. Resultado, ainda timidamente, Salvador começou a receber shows internacionais. Ainda longe, muito longe do que poderia e deveria, mas aos poucos ganhando mais opções, como foi mostrado em texto anterior.

Essa semana foi divulgado que a cantora norte-americana Beyoncé fará um show em Salvador, no estádio de Pituaçu, no dia 10 de fevereiro encerrando sua turnê mundial, “I am a Tour”. Nada demais. Não é um show dos sonhos da maioria de nossos leitores, nem da maioria dos que reclamam por shows internacionais em Salvador, provavelmente. Mas é muito importante que a cidade, terceira maior do país, receba um show desse porte. Os motivos podemos listar:

1 – Mostrar que Salvador tem capacidade para receber shows internacionais de grande porte, seja tecnicamente, seja de presença de público;

2 – Inserir Salvador no circuito de mega shows, que se traz uma Beyoncé agora, pode trazer em outro momento um, quem sabe, U2, Rolling Stones, Madonna, etc.

3 – Acostumar o público de Salvador a conhecer artistas fora de seu universo habitual, mesmo que Beyoncé seja pop ao extremo e bastante famosa, não é algo que o público baiano costuma ver.

4 – Existem outros, mas e você o que acha?

  1. Olha, pra tentar traduzir a importância desse show por aqui, vou fazer uma comparação, ainda que tosca e infeliz (rs!). O show da Beyonce está para Salvador assim como as Olimpíadas estão para o Rio: muitos vão torcer o nariz, criticar e achar um desperdício, mas aí está a chance que a cidade procurava para “mostrar a que veio”. É a oportunidade para sair da mesmice, mostrar um outro daqueles que consumem entretenimento. Tudo bem que o show vem no esquema de “casadinha-com-Sangalo”, mas não deixa de trazer outros ares. Caso o público responda bem ao chamado, o show pode de fato contribuir para uma mudança já iniciada.

    Acho digno largar preconceitos, mentalizar o maiô preto e fazer um belo coro de “Single Ladies”, hehehe…

  2. Esperançosa como sou, fico com o argumento #2. Sabe Deus se teremos a capacidade de receber um mega show como o de Beyoncé, mas comemoro feliz a possibilidade de outros megashows virem a Salvador e estarei lá fazendo o coro e coreografia de Single Ladies, hehehe. Quem sabe assim, em algum momento poderei me despreocupar em viajar para outros eixos para apreciar shows internacionais do circuito.

  3. Salvador é menor do que Porto Alegre, Curitiba, Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e ainda várias outras cidades, dentro de um gráfico que aponte a viabilidade de grandes eventos internacionais aqui. Tem a coisa da monocultura, sim, mas tem a concentração de renda monumental desta cidade que faz com que o evento de sexta concorra com o de sábado. Porque quem sai sexta não tem mais dinheiro pra sair sábado. Isso estrangula nossas casas de show, teatros e bares que cobrem 50 centavos a mais na cerveja para ter um charme ou um atendimento melhorzinho.

    As pessoas não têm grana, é uma pobreza que se vê de satélite. Se isso não se transformar, a médio prazo, nada muda, porque quem consome White Stripes é classe média. E sem classe média, só se fosse Ivete, Psirico e White Stripes.

    1. Tem muito isso, sim Camilo. Mas a classe média de verdade, não a da Pituba ou da Barra, mas a do Cabula, de Brotas etc. Consome, vai ashopping, vai a shows, vai a festas, só que quase sempre seguindo a lógica herdada da monocultura falada, os gêneros afins, herdeiros do Carnaval.

  4. Acabei de saber que Beyoncé vai tocar em Salvador. E quer saber? Aposto que o show vai ser fantástico. Ela é uma artista que está no auge (ao contrário da maioria dos internacionais que já aportaram em Salvador). Tem ganhado todos os prêmios possíveis da música pop e está bombando na MTV e afins. Vai trazer um show performático, altamente profissional e com vários sucessos (sem falar que ela canta pra caralho). E tem mais: aposto que boa parte do público que curte axé e festinhas estilo Lótus vai descer em peso, o show vai bombar e isso vai empolgar os produtores. Só espero que o ingresso não custe os olhos da cara…

  5. além das razões já citadas, acho que é importante para o mercado de cultura e entretenimento como um todo, que vai se movimentar em torno dessa produção e tem a oportunidade de amadurecer em termos de profissionalismo. infelizmente, a gente ainda não aguenta eventos de grande porte também por conta do amadorismo e esquema armengado com o qual trabalham até mesmo as grandes empresas produtoras.
    esse show também é uma oportunidade para criar contato entre produtores de grande porte e os locais, aumentando a possibilidade de realizar nossos maiores e mais mirabolantes sonhos musicais.

  6. É isso, concordo com o texto e com os complementos de todos os comentários acima. Acho que só roqueiros “true” e indies chatos poderiam achar que Beyoncé vir a Salvador é ruim. Como a Natália disse, é uma cantora internacional que está no auge (ao contrário de Alanis e outros que o Festival de Verão costuma trazer), muito conhecida por aqui e que certamente vai chamar muito público, mostrando pros produtores que é possível trazer outros. E tudo bem que Salvador é pobre e que White Stripes tem um público restrito, mas quem disse que precisa ser White Stripes? Alguém duvida de que, por exemplo, um show do Metallica em Salvador teria um grande público?

  7. Luciano, acho que Beyoncé é muito esperada por muita gente em Salvador. Talvez não pelos leitores do El Cabong, mas o público adolescente e especialmente o público gay certamente lotaria Pituaçu. E “nada demais” é um pouco de exagero. Afinal de contas esse, se acontecer mesmo, terá sido o maior show, em termos técnicos e de tamanho do artista no universo pop, realizado em salvador na última década.

    1. Eu concordo, vopce esta certo. O nada demais foi no quesito relevancia musical. Mas eu to concordando da importancia do show. Acho otimo que aconteça mesmo. E achoque tem publico para encher facil Pituaçu. Com ou sem a outra moça do show.

  8. Depois de Beyonce é a vez do Paul…

    A vinda do componente da famosa banda de roqueiros ingleses está marcada para 21 de abril de 2010, para as comemorações dos 50 anos de Brasília. A sua apresentação na capital baiana poderá ser no Estádio de Pitauçu, mesmo local onde acontecerá o show de Roberto Carlos, em setembro.

  9. Espero que seja o primeiro de muitos shows de artistas internacionais não-decadentes por aqui. Mesmo quem não é fã tem que reconhecer que esse show é um grande evento e, mais ainda, uma oportunidade para Salvador se consolidar como destino de grandes espetáculos. É torcer pra tudo dar certo e sonhar com quem vem depois.

    Só pra constar, acho que São Paulo só pode ser considerada metrópole. Megalópole vai ser quando a extensão com a metrópole vizinha, o Rio de Janeiro, estiver totalmente formada.

  10. Vejo com bons olhos a vinda deste show pra Salvador, acho super válida, consigo enxergar público com ou sem Ivete Sangalo, todas as classes consomem Beyoncé e será um espetaculo pra ssa ver a aplaudir… só acho estranha a data do show, uma quarta antes do Carnaval, ótima porque acolhe bem os turistas, péssima pra quem adora o carnaval e pensará duas vezs entre ingresso e abadá.

    E quanto a possível vinda do Metallica para o Festival de Verão 2010, o que me dizem… o site da mtv ja cantou essa, sera que rola mesmo ou não?!

  11. Eu acho ótimo que tenhamos um show deste porte por aqui.
    E digo mais… se eu puder estarei lá. Não por ser fã dela, mas pela oportunidade de ver um show com super produção, efeitos etc… rs

  12. Eu acho difícil Salvador entrar no circuito de shows internacionais, embora possa aparecer algo de vez em quando. Além da classe média minúscula citada por Camilo, a cidade é muito longe de outras capitais e cercada de um estado mais pobre ainda que ela. Comparando, as capitais do Sul ou Recife, ficam mais perto de outras fontes de público.

  13. Defina “Salvador”. Pra mim quem vai mostrar que pode alguma coisa é a empresa de Ivete Sangalo que vai trazer a cantora pra alimentar o próprio ego (e pq ela fã tb, hehe). E dinheiro eles tem. E com dinheiro, quase sempre, se pode tudo.

    Resumindo. Acho que esse show não muda nada. E eu preferiria que Salvador tivesse mais shows de bandas nacionais até. Bandas nacionais que nunca passaram por aqui, ou quase nunca vem. Mas tb não adianta vir pra cá e ter público quase 0.

    1. Mas os shows nacionais também vão gerar dinheiro pra outros. É muito mais amplo que isso. É Salvador mostrando que é mais que Axé, aliás, já mostrou, falta alguns setores colocarem isso em prática, em especial o empresariado

  14. Não quis dizer que não se pode ganhar dinheiro. Deve-se ganhar dinheiro. Falei que no caso de show de Beyoncé quem prova algo é quem tem dinheiro.

    O que Salvador precisa provar (e aqui eu chamo Salvador de público de Salvador) é que tem capacidade de ir a bons eventos. Show de Beyoncé todo mundo vai pq ela é famosa e se ta dizendo na TV que ela é poderosa pq ganha Grammy, as pessoa vão. Por mérito nenhum. Pq na TV diz.

    O que precisa mudar é a cabeça do povo. Mas aí o buraco é mais embaixo. Educação, que gera reflexão, que gera identidade propria. E não um povo que consome o que os outros querem. Isso não muda tão cedo. É triste. Mas há ações que podem se feitas a curto prazo sim. Não consigo listar no momento, mas existem, hehe.

  15. não entendi o título do post. não imagino nenhuma razão sequer para que um show de beyoncé venha a ser negativo, aqui, ali, ou em qualquer lugar do planeta. não vi o porque de tentar haver uma explicação.

    claro que gosto é gosto e vai quem quer, mas beyoncé tá longe de ser “nada demais” até mesmo quando referiu-se à sua relevância musical.

    quer queira quer não, a mulher está entre as top 5 artistas pop do mundo hoje e é inevitavel que sua música tenha alguma relevância.

    e porra, beyoncé é de fuder.

  16. Beyoncé é poderosa,fantastica,incomparavel,insubstituivel,linda,gostosa,maravilhosa,numero 1 no top artista do vaga-lume…

    Um show desse suporte na bahia é certeza de lotação total,eu moro no interior da bahia e né brincadeira não aqui tem muito fã viu,e vai sair varios ônibus daqui rumo
    a salvador para o tão esperado show da diva !

    Beyoncé vai mudar a vida dos bahianos,to até vendo salvador sendo invadido por gente de todo o país pra esse grande espetaculo e com fé em deus eu vou fazer parte dessa invasão ! hehehe

    BEYONCÉ É DE FUDER 2 !

    ‘Beyoncé Bahia Brasilll ‘ tudo de bom…

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