O que é ser grande, pequeno ou independente no mercado da música pop no Brasil atualmente? Se quase ninguém vende muitos discos e uma banda totalmente fora da mídia consegue ter mais downloads na internet do que muito artista renomado, qual o critério para se categorizar os principais nomes da música? Lá fora, artistas que surgem quase do nada conseguem destaque em pouco tempo sem precisar nem estar numa gravadora. Se o mercado brasileiro, incluindo TVs e rádios, fosse um pouco mais justo e menos burro, muitas bandas e artistas brasileiros já teriam se destacado com os trabalhos de qualidade que vem fazendo. Talvez seja questão de tempo para isso mudar, já que o período das gravadoras nortearem o mercado está no fim. Aos poucos o espaço vai se abrindo para novidades. É o caso dos mato-grossenses da Vanguart, banda que já vinha se destacando no universo independente e agora começa a galgar, aos poucos, novos degraus. O interessante folk-indie-rock da banda sai finalmente em um CD cheio. Trata-se do primeiro álbum da banda, que chega essa semana nas bancas através da revista OutraCoisa. Além do disco, a Vanguart faz um segundo semestre que deve credenciar a banda para fechar o ano como uma das boas novidades do ano. O reconhecimento vem até do mainstream, desde a MTV, que indicou o grupo na categoria Aposta no prêmio VMB deste ano, até a TV Globo, que convocou a banda para participar do programa Som Brasil em homenagem a Raul Seixas, no próximo dia 31, ao lado de Lobão e do Móveis Coloniais de Acajú. A banda segue ainda com uma agenda bem interessante, que inclui festivais independentes, como o Vaca Amarela (Goiânia), Calando (Cuiabá), Jambolada (Uberlândia), Garimpo (Belo Horizonte), além do badalado Tim Festival, no Rio de Janeiro.
Espaço para os independentes
É esse universo independente que vem chamando atenção de grandes empresas e corporações. Não é por acaso que empresas de telefonia patrocinam festivais e eventos ligados a música. Aqui na Bahia, os responsáveis pelo marketing dessas e de outras empresas deveriam abrir os olhos para esse mercado e parar de enxergar apenas camarotes e músicas de treio elétrico. Pelo Brasil isso já acontece. A Revista Época, por exemplo, está lançando um festival de música em parceria com a Trama. Os inscritos vão ser escolhidos através de vídeos de apresentações postadas no You Tube e como prêmio ganharão pauta de gravação nos estúdios da gravadora e entrevista nas páginas da revista. O Guaraná Antarctica também está promovendo uma ação para revelar novos nomes. A marca vai selecionar 20 bandas de pop-rock para abrir os shows do Festival Street e uma delas para gravar um disco pela Som Livre. Até o mercado publicitário apela para o rock indepedente, vide várias propagandas com bandas novatas gringas e duas em especial com bandas brasileiras. Uma de um grande banco estatal com o Pelvs e outra de uma das maiores empresas do país com os também cariocas da Luísa Mandou um Beijo. Além de divulgação, uma boa renda.
Na Paraíba
Outro festival vai agitar João Pessoa em setembro. Depois do Aumenta que é Rock, que contou com os baianos do Cascadura e The Honkers, é a vez do Festival Mundo. Em sua terceira edição, o evento aposta em nomes locais como Star 61 e Dead Nomads, e visitantes como Ecos Falsos (SP), Fóssil (CE), as pernambucanas Playboys e Vamoz, além de dois grupos baianos, Matiz e Vinil 69.
Nas bancas
Além da Outra Coisa – que fora o Vanguart, traz entrevista com Max Cavalera, textos sobre o baiano glam Edy Star, Mr Catra, entre outros – está chegando às bancas essa semana a nova Rolling Stone. A edição número 11 tem Caetano Veloso, Elvis Presley, Guns N’Roses, Luiz Melodia, a vida de DJs, entre outras coisas.
Cancelado
Baixa na agenda de shows. Sem apoio para bancar os gastos, os produtores que iriam trazer a banda norte-americana Faraquet cancelaram a apresentação do grupo em Salvador. Uma pena.