Finalmente, o Brasil está assistindo a uma consolidação de um circuito médio, sustentado por bandas, festivais e mídia desvinculada de grandes corporações e, ao mesmo tempo, com muito mais profissionalismo do que a forma mambembe de anos atrás. As peças desse universo independente, mesmo que ainda com dificuldades, estão começando a conseguir a própria sobrevivência trabalhando com música. O principal elo da corrente são os artistas, os músicos, que têm que encarar a nova realidade e parar de sonhar em ser rock star. Isso acabou. Na atual realidade, há pouco espaço para estrelas milionárias, limusines e aquele glamour do passado. Com a indústria em crise, gravadoras investindo menos, muita concorrência e disseminação da música pela internet, o caminho é sobreviver. Como em qualquer outra profissão no Brasil, esperar cair um milhão do céu é só um sonho e a opção real é a do trabalho duro, como qualquer outro trabalhador. Ser músico não é um dom abençoado que torna a pessoa tão especial que não precise matar o velho leão todo dia. Hoje há a possibilidade de sobreviver ganhando o suficiente para manter um nível de vida, é descobrir os caminhos, trabalhar, cair na real e parar de sonhar com o que não existe.
Estímulo aos festivais
Uma das provas dessa consolidação são os festivais independentes, que cada vez estão mais bem estruturados país afora. Alguns até diminuíram seu tamanho para se adaptar a realidade, mas estão conseguindo firmar seus formatos e apostar quase sempre apenas em nomes do mundo independente. O Ministério da Cultura vem mostrando que sabe do valor desse meio e ontem lançou um edital com objetivo de fortalecer o circuito nacional de festivais de música brasileira. O 1º Edital Petrobras de Festivais de Música vai destinar 2,5 milhões de reais visando ampliar e potencializar ainda mais o que os festivais já vem fazendo: dinamizar a circulação de artistas pelo país, facilitar o acesso à diversidade musical brasileira, formar público, capacitar profissionais e estimular contatos e negócios. O regulamento e mais informações sobre o edital estão disponíveis no site www.editalfestivaisdemusica.com.br.
CSS não pára
Um nome originário do universo independente brasileiro vem se destacando é no exterior. Talvez perto até de se transformar em rock star lá fora, o Cansei de Ser Sexy vai abrir a turnê da ex-No Doubt Gwen Stefani nos shows pela Inglaterra, Escócia e Irlanda em setembro e outubro. A banda, que está fazendo o circuito de festivais com apresentações em Coachella, Glastonbury, O2 wireless, Roskilde, Benicassin, T in the Park, Lollapalooza e o português Paredes de Coura, está relançando um novo single na Inglaterra e Estados Unidos. “Let´s Make Love and Listen to Death From Above” contará com remixes de nomes como Hot Chip, Simian Mobile Disco e Calvin Harris. O grupo fez também um remix para Lilly Allen e foi convidado para fazer outro para o Nine Inch Nails.
Cascadura
Da Bahia, quem vem cavando muito bem seu espaço no universo independente auto-suficiente é a banda Cascadura. Depois de discos elogiados por todos, a banda está iniciando outra série de shows e aparições na mídia. Além de se apresentar em Sampa, a banda vai participar tocando ao vivo do Jornal da MTV e vai disputar o Rock Gol. O grupo também confirmou participação em dois bacanas festivais nordestinos, o Do Sol, em Natal, e o Aumenta que é Rock, em João Pessoa.
Tour
Ainda não estão confirmadas as atrações, mas uma mega turnê reunindo bandas nacionais e gringas vai ser realizada pelo Brasil e parte da América do Sul. A tour deve incluir shows em Salvador. Oremos.