Salvador tem jeito? 5 perguntas e 5 respostas


Damos prosseguimento a série de pequenas entrevistas com pessoas do circuito independente de Salvador respondendo a 5 perguntas sobre a viabilidade da produção musical na cidade fora do mainstream. Quem participa essa semana é o músico e produtor musical Luisão Pereira. Ex-Cravo Negro, ex-Penélope, atualmente o músico se dedica a sua carreira própria com trabalhos feitos em casa e a produção de shows e artistas, que incluem, Los Hermanos, Djunks, Canto dos Malditos na Terra do Nunca, Leoni etc.

1 – Para você, qual o maior entrave para o circuito alternativo atualmente na Bahia?
Falta de local e público preguiçoso.

2 – Do que você mais sente falta?
Da igenuidade! Sinto falta do tempo em que não sabiamos muito das coisas. Podia se sonhar mais
e é claro, uma radio aberta que tocava rock, na programação e não em programas especificos.

3 – Você considera que estamos vivendo os piores momentos para a música na cidade?
A sorte é que estamos conectados a rede. O Axé não conseguiu monopolizar a internet ainda. Por isto ainda respiramos. Mas é o pior momento de público e locais, mas uns dos melhores de bandas utópicamente.

4 – Que soluções você apontaria para as coisas melhorarem?
Uma rua do rock com casa de shows do rock, onde as pessoas frequentariam independente de qual banda fosse tocar. Como era a rua do Extudo no final dos anos 80. Este seria um pequeno embrião.

5 – É viável se fazer música no estado desvinculada a grandes gravadoras e ao que predomina na mídia?

Hoje com a internet sim. As coisas acontecem bem mais rápido, mas o primeiro sinal do retorno que a viabilidade da rede te dá é o do – deixe o seu estado pra viver aquilo que você tornou viável! Infelizmente. É viavel porque antes pra ser visto você precisava sair de casa,
hoje não mais. Porém pra ser “consumido” vocêe tem que sair daqui, porque não existe aqui um público que te sustente. Mas com a internet ele te espera em algum canto. A ingenuidade do roqueiro baiano nos anos 80 era lúdica, nos anos 90 era desinformada, e, hoje, vivemos uma ingenuidade burra. Já sabemos exatamente como é e fazemos tudo errado. Tem gente que ainda acredita em conto de fadas, entende? Mas nem todo mundo aprende. A coisa mais esperta que um roqueiro baiano já fez foi ter cursado uma faculdade de alguma outra coisa que não música.

  1. Aproveito para pedir desculpas para quem veio ver se sexta tinha nova entrevista. Na verdade tava pronta, mas a atualização automatica nao funcionou. Só consegui botar hoje porque eu tava viajando. Sim, a idéia é atualizar sexta. E sim, hoje tem Jam Session. Boas surpresas, ouçam. 21h na A Tarde FM

  2. E outra coisa. Os comentários estão sendo moderados. Estou liberando 90% dos comentários. Podem criticar, falar mal, mas se tiver ofensa e xingamento eu não autorizo.

  3. luisão está certíssimo. quando ele fala que a culpa é do público, é justamente por ele não existir e dar margem para que produtores pensem que não vale a pena investir no rock da cidade.

  4. em que sentido, miwky? o que é preciso fazer? ter boas bandas, lançar bons discos, fazer bons shows? acho que isso temos de sobra, não? cascadura, dead billies, úteros em fúria, maria bacana, a própria penélope… bandas que sempre são citadas como “lendárias” do rock baiano, que são comentadas lá fora tbm… será que o rock independente fez pouco? não acho não! mas explique seu ponto de vista pra ver se eu entendo!

  5. A culpa é do público por aceitar qualquer porcaria e classifica-la como “lendária” ou divertida… a culpa é da mídia (a que cobre o rock), a culpa é de quem organiza, e de quem toca apenas o que os outros querem. O Rock hoje é um conservador fantasiado de revolucionário (público e bandas), e não muda nada. Tem muito profissionalismo mas pouca ousadia.

  6. Voces são um bando de frustrado mesmo, nao entendo qual o problema de ir pra outro lugar, parece coisa de menino limitado e filhinho de papai, do rabo preso. Se quer fazer rock de verdade saia de Salvador, va onde tem rock de verdade e tente a sorte. A cultura aqui é outra, e é muito maior que 3-4 mil gatos pingados! Não se muda num dia. Vão passar a vida inteira nadando contra a corrente, e no fim vai ter o que pra mostrar?

  7. então, culpem a cultura daqui… não as bandas.

    e eduardo, a culpa é justamente de pessoas como vc. que só sabem falar, falam bonito pacas, se acham os fodões, mas que não ajuda em porra nenhuma…

  8. nadar contra a corrente é muito bom… sair é uma opção válida é claro, ficar preso em Salvador não é lá muito atraente, mas aceitar sim, isso sim é coisa de gente limitada… ted, vejo que você me conhece bastante para dizer que eu nào faço porra nenhuma…

  9. Mas eu não sinto vontade de ir em shows de rock a muito tempo… é raro eu ir, só quando necessário mesmo. Para mim chega a ser insuportável. Prefiro cinema.

  10. Esse Ted fica falando, defendendo essa porra de rock baiano. Boa merda o rock baiano, muita estrela pra pouca constelacao, um bando de perrapado tirando onda de ingles-porreta, prefiro o ensaio do yle. Caralho, a menina do Malditos é gostosa mas tbem é estilo rock-baiano, que merda!

  11. meu ponto de vista é que ser banda, salvador está até bem servida, mas ser independente exige muito mais que ser banda.

    é passar esta etapa, quero dizer, consertvá-la e assegurar correção de outras deficiências.

    por exemplo, vc como consumidor, como quer ser tratado??^
    mesmo que música sendo arte, vc tendo uma banda e fazendo show, deseja ser consumido, correto??

    mas como levar seu produto de forma atraente.

    concordo com eduardo quando ele tasca a culpa em vários locais, limitar a culpa ao público é muito fácil e não resolve o problema da cena pouco consumida e projetada.

  12. mas miwky, pra passar dessa etapa, vc nao concorda que a banda precisa tocar, e ter um público?
    eu como consumidor, estou bem feliz. as bandas que eu gosto tem bons cds gravados, fazem bons shows… é isso que eu espero delas.

    ah, e pra deixar claro, eu não defendo bandeira nenhuma, graças a deus.
    e se vc acha o rock baiano uma merda, continue indo ao ensaio do ilê, frequentando os blogs desse estilo. a discussão aqui é outra, e se vc não tá afim de discutir, não entra mais aqui. a discussão aqui é moderada, e peço até desculpa pelos palavrões que soltei, foi no calor da discussão. tanto que falei q não tenho nada contra o eduardo, nem conheço ele.

  13. Ted… tem que ir a show pra entender a música em Salvador? Não, você está errado. Eu até sinto vontade quando tem um Zacharias, Sangria, não consigo me lembrar de outra. Você ignora possibilidades e tira conclusões erradas. Você não me conhece par dizer que eu não faço nada e ainda reforça essa idéia com o fato de eu, ultimamente, me sentir entediado com o rock… entediado não combina nada com rock né? Enfim, que porra eu vou fazer, assistir Costeletas de Fogo e Los Canos? Prefiro cinema.

  14. não tão danada assim… Eu não querer ir aos shows das poucas bandas que gosto contradiz O QUE?

    vou repetir o que disse antes: Eu disse que ultimamente me sinto entediado em shows de rock… EU DISSE que prefiro cinema à música, etc e tal… Qual a contradição? Já disse antes que o rock anda tão conservador quanto qualquer outro estilo de massa… conservador fantasiado de revolucionário… que porra eu vou fazer num show da Sangria (só se for para cobrir)… me amarro na Sangria, mas prefiro escutar em casa… mas nem em casa ando escutando rock… só KYUSS. Eu sou PUTA do Kyuss… melhor que ir a show de Capitão parafina… que nada veio… não estamos brigando, acredito nessas discussões, tem uma causa isso aqui… mas eu sou 8 ou 80… eu não sei gostar pouco.

  15. eu acho que pra falar de causa, tem de estar no show. saber o que foi bom, o que foi ruim e ajudar com a cr[itica construtiva, pagando ingresso, prestigiando o que é bom e não ir mesmo no que tá ruim.

    qto a ilê, nem sei de que cor é, não entendi o ataque.

    eu acho que se deve parar de ter esta visão unilateral da coisa. primeiro a gente faz isso, depois faz aquilo… pq o lance exige medidas aos montes e ao mesmo tempo, ações diversificadas.

    vc acha que o público tem a obrigação de ir ao show da sua banda, conhecê-la, saber onde vai rolar e gostar?

  16. Eu não preciso ir a um show da Los Canos pra saber que não irei gostar. Não preciso ir a um show do Matanza nem do Cachorro Grande, dispenso. Sangria… um dia eu vou, mas no momento tenho outras prioridades…
    Mas eu quero ver mesmo é a banda dos sonhos da MTV cantando Smells Like Teen Spirit aqui em Salvador… com Lúcio Maia por lá e o melhor guitarrista é o do Hateen (é assim que se escreve?)… Pitty me envergonha na mesma proporção que a Nação Zumbi leva orgulho à recife…

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