A banda Calypso é o artista mais ouvido pelo público brasileiro ao lado de Zezé di Carmargo e Luciano, segundo uma pesquisa de uma agência de publicidade. Para muitos o resultado é um sintoma da crise das gravadoras e uma demonstração de uma nova lógica no mercado musical brasileiro. De certa forma sim, mas não dá para se iludir, já que apesar de alcançar sucesso sem estar vinculada a uma grande gravadora tradicional e sem aparecer na TV, a banda esteve ligada a uma gravadora supostamente independente seguindo uma mentalidade parecida com as que as majors sempre utilizaram A gravadora MD Music lançou CD da banda em vários volumes em seqüência e com algumas edições gravadas ao vivo em “grandes” shows. Jabá, muito marketing e pouca preocupação com qualidade nas gravações. A idéia de empurrar para o público uma sonoridade formulaica permanece, alterando apenas o modo como isso é feito. Uma coisa pelo menos a gravadora trouxe de inovação no mercado, CD baratos e vendidos quase que sem atravessadores e intermediários. Utilizando uma rede espontânea de camelôs, divulgou a banda de forma que a mídia só desse conta quanto já era praticamente um fenômeno. Ao contrário de acreditar na simples morte do CD, parece que a tendência é apostar em diversos caminhos. O cantor Prince, por exemplo, está seguindo um caminho semelhante, distribuindo seu novo CD, “Planet Earth”, gratuitamente como encarte de um jornal inglês. Assim como o Calypso, o retorno não está no produto físico e sim nos shows. Bom lembrar, que a banda Calypso agora pertence a gravadora Som Livre, do grupo Globo.
Caminhos incertos
Mesmo com a queda das vendas de CDs – na Inglaterra foi anunciada uma diminuição de 10% e nos Estados Unidos de 20% só no primeiro semestre desse ano -, a indústria vem tentando encontrar novos formatos para garantir seu negócio. Além da música vendida de forma digital, que aumentou 50% no mesmo período na terra da Rainha, outros formatos continuam sendo testados. Se tivemos o CD Zero, o SMD, a Hollywood Records, braço fonográfico da Disney, está apostando no CD View Plus, um formato que inclui áudio, fotos do artista, letras e outros atrativos em formato digital. O CDVU+ virá em uma embalagem com material reciclável substituindo o encarte e o módulo de plástico tradicional. A proposta é seguir a idéia de extras encontrados nos DVDS e o primeiro artista a sair com a nova tecnologia é a banda punk adolescente Jonas Brothers. Interessante, é que na Inglaterra a venda de vinil também cresceu. No primeiro semestre o aumento nas vendas de compactos em vinil foi de 13%, mais até do que os MP3s.
Sintonizado
Quem anda sintonizado com novas tecnologias é a Fundação Cultural do Estado. Ao contrário da idéia vigente do Estado servir como uma gravadora, fazendo registros, prensando e até distribuindo discos, agora a proposta é diferente. Um edital está contemplando artistas com registro e gravação de fonogramas (single, Ep e disco) e vídeos (clipes, documentários e registros áudio-visual), que serão distribuídos pela Internet. Algo bem mais próximo da realidade atual e mais real para os cofres públicos. A idéia é bacana e não vai impedir o artista de lançar seu trabalho em formatos mais tradicionais.
Mirabolix
A banda Mirabolix está lançando um novo clipe em duas versões. A música é “1993” e pode ser visto no You Tube, maior arquivo de vídeos interessantes no mundo hoje. Outra novidade é que a banda está partindo para um show no templo do HC paulista, a casa de shows Hangar 110. O show será ao lado de bandas como Dance of Days e acontece em agosto.
Shows
Agosto, alías, promete. No próximo mês, Salvador ganha um ritmo alucinante de shows. A agenda inclui temporada da Cascadura, outra com Matiz, as duas recebendo convidados, além de vários shows avulsos. Inclui também apresentações da River Raid (PE), Racionais MC´s (SP), Supergalo (DF), Luxúria (SP), Matanza (RJ) Jason (RJ) e a internacional The Nation Blue, da Austrália. Confira a agenda ao lado.