Música África Salvador setembro

Música da África dá o tom nos palcos de Salvador em setembro

Nas próximas semanas o público de Salvador vai poder conferir apresentações de quatro artistas do continente africano de diferentes países. Vindos respectivamente de Camarões, Moçambique, Guiné Conacri e Ilha Reunião, Richard BonaLenna Bahule, Sayon Bamba Kaloune darão uma mostra das sonoridades africanas contemporâneas, em shows nestes mês de setembro no Teatro Castro Alves e na Caixa Cultural. Os três últimos integram o projeto ‘Sons da África’, que acontece pela segunda vez na capital baiana.

Considerado um dos grandes baixistas da atualidade, músico de grande prestígio e ganhador de diversos prêmios, Richard Bona vem ao Brasil pela segunda vez e fará uma apresentação única em Salvador, no dia 19 de setembro, às 20 horas, no Teatro Castro Alves. Com o Pat Metheny Group, do qual fazia parte, o músico ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo em 2002, pelo disco ‘Speaking Of Now’. Recebeu também os prêmios como Melhor Artista Internacional de 2004 (Victoires du Jazz Awards), Prêmio Antônio Carlos Jobim no Festival International de Jazz de Montreal, SACEM Jazz Award (Grand Prix Jazz SACEM – 2012). Em 2007, teve seu quarto disco de estúdio, ‘Tiki’, indicado ao Grammy de Melhor Álbum Contemporâneo de World Music.

Multi-instrumentista de rara habilidade, Bona é requisitado por diversos artistas de renome mundial. Sua música faz um passeio que vai do passado até a atualidade, mesclando ritmos africanos e latinos, além de transitar por diversos gêneros musicais passando por jazz, pop, bossa nova, afro-beat e funk. Seu trabalho é marcado também pelo estilo único e pela forma eletrizante com que se conecta com o público. Além do trabalho solo, ele tem um currículo extenso, já tendo excursionado com nomes como Quincy Jones, Herbie Hancock, Pat Metheny e participado em álbuns de Bobby McFerrin. No Brasil ele participou do Festival Ilhabela In Jazz, no estado de São Paulo, em 2016, além de de já ter gravado com Djavan e Lenine.

Sons da África – Celebrando este ano a força da mulher, o projeto Sons da África reúne artistas afro-baianos dividindo o palco com africanos, propondo um diálogo musical contemporâneo e interessante. Durante três fins de semana, Virgínia Rodrigues, Luedji Luna e Luizinho do Jeje, recebem no palco da Caixa Cultural, respectivamente, Kaloune, artista da Ilha Reunião; Sayon Bamba, da Guiné Conacri, e Lenna Bahule, de Moçambique. Três cantoras africanas, negras, que produzem a música contemporânea do continente mãe de todos os ritmos.

Os encontros terão uma banda base formada por Ldson Galter (contrabaixo, arranjos e também diretor artístico do projeto), Marcelo Galter (piano elétrico, teclados e arranjos) e Reinaldo Boaventura (bateria, percussão e arranjos), que acompanhará todos os artistas e encontros. O primeiro encontro, marcado para acontecer entre os dias 6 e 8 de setembro, reunirá a voz grave e a mistura de jazz, samba e música erudita da cantora Virgínia Rodrigues com a convidada Kaloune, da Ilha Reunião. A cantora tem seu trabalho marcado pela poesia musical, se utilizando de orações, declamações e cantos, para abordar temas como mulheres, história e espiritualidade. Vencedora do 6º Prêmio de Música do Oceano Índico, ela costuma se apresentar acompanhada pela mbira, instrumento utilizado em cerimônias de transe religioso no Zimbábue.

A segunda temporada de shows está marcado para acontecer entre os dias de 13 a 16 de setembro, com a cantora sensação Luedji Luna recebendo Sayon Bamba, do Guiné Conacri, como convidada. A baiana apresentará canções de seu primeiro disco ‘Um Corpo no Mundo’, além de uma homenagem à cantora sul-africana Mirian Makeba. Sayon Bamba, que já veio a Salvador em 2014, para participar do PercPan, volta para apresentar sua música que mescla estilos musicais e tradições. Mesmo residindo há alguns anos em Bruxelas, ela mantém sua verve crítica nas letras, remetendo às suas origens, falando sobre violência social, crianças em guerra, corrupção, pessoas desconectadas de sua cultura e mutilação genital feminina.

Para encerrar a edição 2018 do projeto, entre os dias 20 e 23 de setembro, a moçambicana Lenna Bahule divide o palco com o percussionista Luizinho do Jeje. O músico baiano, único homem na programação, mostra sua produção autoral. Lenna, radicada em São Paulo dede 2012, tem seu trabalho fundamentado nos diferentes caminhos para o uso da voz e do corpo como instrumento musical e de expressão artística. No show, ela apresenta canções de seu primeiro álbum, ‘Nômade’. Em sua trajetória, já colaborou com diversos artistas como Angelo Mundy, Luiz Tatit, Jurema Paes, entre outros.

Para o idealizador do Sons da África, Emílio Mwana, a proposta do projeto é mostrar, mais uma vez, o quanto a música mundial tem sido influenciada pela música africana. “Paralelamente também queremos mostrar como a produção musical da África tem se transformado ao adaptar-se a novos e diferentes tipos de sonoridades”. Depois da capital baiana, o Sons da África fará uma edição na Caixa Cultural Recife, entre os dias 7 e 24 de novembro.

Serviço:

  • Sons da África: Kaloune (Ilha Reunião) e Virgínia Rodrigues
    Período: de 6 a 8 de setembro (quinta-feira a sábado)
    Horário: às 20h (quinta-feira e sexta-feira) e às 17h e às 20h (sábado).
    Local: Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro)
    Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
  • Sons da África: Sayon Bamba (Guiné Conacri) e Luedji Luna
    Período: de 13 a 16 de setembro (quinta-feira a Domingo)
    Horário: De quinta a sábado, às 20h. Domingos, às 19h.
    Local: Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro)
    Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
  • Sons da África: Lenna Bahule (Moçambique) e Luizinho do Jeje
    Período: 20 a 23 de setembro (quinta-feira a Domingo)
    Horário: De quinta a sábado, às 20h. Domingos, às 19h.
    Local: Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro)
    Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
  • Richard Bona
    Data: 19 de setembro (quarta-feira)
    Horário: 20h
    Local: Teatro Castro Alves (TCA) – Pça 2 de Julho, s/n, Campo Grande
    Ingressos: Fileiras A a P: R$ 170 (inteira) e R$ 85 (meia)/ Q a Z5: R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia)/ Z6 a Z11: R$ 130 (inteira), R$ 65 (meia)

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