Os anos 90 geraram bandas como Planet Hemp, Raimundos, Chico Science & Nação Zumbi, Jupiter Maçã, Pato Fu, Skank, que saíram do universo independente e foram assimilados pela grande indústria. Mas quem é a cara do rock brasileiro nesses anos 2000? O mainstream apostou em vários nomes não muito consistentes, mas que alcançaram grande público. Mas quem se importa com eles? A DeckDisk apostou em algumas bandas, mas a Ludov não rendeu o esperado e, apesar de ter um potencial pop, a pouca expressividade musical, fez o grupo lançar um novo e bem razoável disco por um selo independente. A Gram acertou em algumas músicas e alguns bons shows, mas não passou disso e o grupo acabou anunciando seu fim essa semana. A Cachorro Grande é uma das poucas que acertou um bom caminho e segue ganhando espaço entre os grandes nomes do rock nacional. Mas O melhor da produção brasileira de rock, com algumas exceções, passa por caminhos ainda mais indepedentes. É o caso do Autoramas que acaba de lançar seu quarto disco, “Teletransporte” (download pt. 1 e pt. 2). Mais um trabalho de qualidade da banda, que além de mostrar sua marca de surf-music com jovem guarda e uma impressionante capacidade de hits, imprime novas sonoridades, o que inclui até a guitarrada do Pará. Outra banda vinda do Rio que comprova que é no universo independente que reside o que há de mais interessante é a Canastra. O novo disco do grupo, “Chega de Falsas Promessas”, traz também o som que fez a banda ganhar destaque por onde passou. Uma sonoridade vintage que mescla muito bem swing, rockabilly surf music, country e MPB. Também está com disco novo uma das boas promessas do novo rock brasuca. Os gaúchos da Superguidis já tocaram na Argentina, foram destaque em festivais pelo país e agora lançam “A Amarga Sinfonia do Superstar” (download), mostrando mais uma vez a influência dos sons indies em canções com letras bem sacadas. Outra aposta é o grupo matogrossensse Vanguart, que lança o primeiro CD neste mês pela revista OutraCoisa. Com a moda do emo passando, é aguardar para ver quem se consolida e passa a dar a cara do rock brasileiro nos anos 00.
Na MPB também
Não é só no rock que há um verdadeiro cenário de bandas e artistas de qualidade saindo do universo independente. A música brasileira mais tradicional ou MPB vê surgir de vários cantos do país nomes interessantes. Bom para quem não se conforma apenas com os medalhões. Dois deles devem se apresentar em Salvador nos próximos meses, Kassin + 2 e Orquestra Imperial. Outro bom nome é o grupo Fino Coletivo acaba de lançar um bom CD de estréia (download)) e promete ser um dos nomes mais badalados do ano. O alagoano Wado, que participa do grupo, está com nova banda e preparando seu quarto disco. Isso sem falar de cantoras como Céu, Mariana Aydar, da própria Vanessa da Mata que saiu desse universo fora do mainstream, entre outras.
Lá fora
Se Cansei de Ser Sexy e Bonde do Role continuam suas sagas de sucesso no exterior, outras nomes tentam seguir o caminho. A pernambucana River Raid, que também toca em Salvador em breve, foi convidada para se apresentar em setembro no Atlantis Festival, nos Estados Unidos.
Bem acompanhado
Outro brasileiro bem cotado é o DJ Zegon, também conhecido como Zeca Gonzáles. Ele tocou com o Planet Hemp e depois do fim do grupo foi morar nos Estados Unidos. Lá o cara se juntou a Squeak E. Clean e formou o grupo NASA (North America South America), que no disco de estréia recebe convidados especiais. A lista tem entre outros John Frusciante (Red Hot Chili Peppers), a cantora Karen O. (Yeah Yeah Yeahs), a brasileira Lovefoxx (Cansei de Ser Sexy), o cantor Seu Jorge, além de George Clinton David Byrne, Tom Waits, Nina Person (Cardigans) e MIA. Não é para qualquer um.
Download
Caiu na rede o novo disco do Pato Fu, “Daqui pro Futuro”.