Pouco mais de vinte anos após sua morte, Kurt Cobain permanece como um ícone do rock mundial, talvez o último com tão forte apelo. Sua vida e carreira se tornaram alvo de livros, filmes e muita polêmica, especialmente devido a causa de sua morte, suicídio, segundo a polícia. O documentário “Kurt Cobain – Montage of Heck”, que chega nesta quinta (18) aos cinemas brasileiros conta mais sobre a trajetória do líder, vocalista e guitarrista do Nirvana e abre espaço para mais discussões.
Dirigido pelo documentarista Brett Morgen, o documentário tem como trunfo as revelações do diário de Kurt Cobain, no qual o filme é baseado, e a compilação de alguns materiais inéditos, como filmagens, áudios e mixtapes. Alternando esse material com sequências em animação e entrevistas com sua família, companheiros de banda e envolvimentos românticos, o filme mostra a vida do cantor da infância até o declínio causado pelo vício em heroína.
Morgen passou oito anos mergulhado na vida de Cobain e teve acesso exclusivo aos arquivos pessoais do músico e a pessoas de sua família, como seus pais. Em entrevista ao “New York Times”, o diretor revelou um pouco do sofrimento que foi para ele fazer o filme. “Essa odisséia Cobain consumiu oito anos da minha vida, me levou tudo o que eu tinha. Quando acabei a edição do filme, em janeiro, fui ao banheiro e chorei por 25 minutos”, disse.
O filme, que já foi exibido na HBO americana e quem fuçar pode encontrar na internet, traz Cobain desde a infância em Aberdeen até a explosão com o Nirvana e sua morte em 1994. Além do material mais pessoal, traz também imagens dos shows que o Nirvana grupo fez em 1993 no Morumbi e no Sambódromo.
Polêmicas
A co-produção foi de Frances Bean Cobain, filha de Kurt, mas o filme, apesar de ser considerado íntimo, foi bastante criticado por gente como o escritor Charles R. Cross, autor de três livros sobre a banda e sobre Cobain, incluindo a biografia “Heavier Than Heaven”, e por Buzz Osbourne, amigo e líder da banda Melvins, da qual Cobain era fã. No site The Talkhouse, Buzz escreveu: “Antes de tudo, vocês precisam entender que 90% de ‘Montage of Heck’ é besteira. Isso é uma coisa que ninguém entende sobre Cobain, ele era um mestre em tirar com a sua cara”. O músico inclusive contestou o alegado motivo para o vício de Cobain em heroína, sua fatídica e incurável dor de estômago: “Ele me disse que não tinha nada de errado com seu estômago. Ele inventou isso para ter simpatia das pessoas e poder usar como desculpa para se drogar”.
Décadas depois de sua morte, Cobain segue a cartilha dos ícones do rock, além da idolatria à sua música, permanecem as polêmicas em torno de seu nome e de sua vida. Se o filme apenas explora a imagem do músico ou se é um bom material para ser apreciado pelos fãs, fica a critério do público.
Em Salvador o filme está sendo exibido apenas na sala 6 do Cinemark (Salvador Shopping), em apenas duas sessões, quinta (18), às 21 horas, e sábado (20), às 22h30, em cópia legendada. Os outros cinemas que exibem o filme, nas mesmas sessões, são RioMar (Recife), BH Shopping (Belo Horizonte), Pier 21 (Brasília), Barra Sul (Porto Alegre), Park Shopping Barigui (Curitiba), Downtown e Botafogo (Rio de Janeiro) e Eldorado e Metrô Santa Cruz (São Paulo)