Em qualquer lugar, a base da cena musical local está no cenário independente. É nesse ambiente sem pressões comerciais, sem ligações com gravadoras ou empresários, onde a produção musical tem espaço para fluir com mais liberdade. Logo, o foco fica mais focado na criatividade. Em Salvador não é diferente, uma cidade potência na música, que vive um de seus momentos mais criativos, mantém uma cena independente fértil e muito rica. Tentando aglutinar parte dessa produção, acontece no dia 6 de abril o Metamorfose Music Festival, reunindo 11 bandas e 4 Djs durante dez horas no Club Bahnhof, no Rio Vermelho. Veteranos como Nancyta e The Honkers vão dividir o palco com nomes mais novos como Rosa Idiota, Soft Porn e MAPA.
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O festival é uma oportunidade para assistir esse artistas que, em geral, vem apostando em caminhos pouco óbvios no cenário soteropolitano. Não é a toa que o rock é predominante. Para Cairo Melo, produtor do festival, a ideia de focar no rock não foi proposital. “Acredito que o rock anda mais de mãos dadas com o espírito independente do que o Rap ou a nova Mpb, por exemplo. Neles os artistas já são representados por agentes e isso dificulta e muito a parceria e a troca. Além disso, eu vejo a cena rock da Bahia fluindo como nunca, com artistas que abrem mão de serem apenas rock e mergulham em ambientes e sons mais originais e mistos”, explica.
Entre esses estão as bandas Rosa Idiota, Soft Porn e MAPA. A primeira vem se consolidando como um forte nome do hardcore e rock alternativo noventista de Salvador. Formada por integrantes veteranos da cena local, a banda já tem dois discos lançados. A Soft Porn é o projeto solo de Lucas Spanholi, que faz uma mescla indie/eletrônico/instrumental com alternâncias de climas e experimentações. O projeto está com CD novo programado para ser lançado em maio. Outro projeto de um homem só é o MAPA. Ele traz o cantor, guitarrista, arranjador Matheus Patriarcha de volta aos palcos com um som experimental indie psicodélico.
Uma das novidades do festival é o Kung Fusion, que, diretamente da Califórnia. O grupo traz o compositor Daniel Mead reunindo uma combinação de folclore californiano, rock, folk e bluegrass com os ritmos da Bahia. Outra novidade é a banda de indie rock guitarreiro Zaul e a indie psicodélica A Favna, uma das ganhadoras do concurso de bandas promovido pelo festival.
Veteranos
Uma das melhores notícias do festival é notar que a volta de Nancy Viégas, a Nancyta, aos palcos é definitiva. Ela já tinha aparecido na programação do Digitália e agora está de volta. Deve mostrar suas misturas ousadas calcadas no rock que sempre marcaram sua carreira, desde os tempos da excelente banda Crac!. Outro veterano é o grupo The Honkers, com mais de 20 anos de estrada. A banda tem uma trajetória marcada principalmente por shows viscerais e catárticos. Eles misturam garage punk, mod, indie, ska, surf, rockabilly, reggae, power pop e new wave.
Diversidade
O Metamorfose vai além do rock, cabendo uma diversidade de estilos que combinam até melhor com o circuito independente dos anos 2010. Para isso cabe os ritmos baianos de carnaval remontados pela banda Suinga. Assim como o experimentalismo eletrônico do RE:FORMA. O projeto ao vivo reúne a Dj, artista visual e produtora May HD e o guitarrista onipresente Junix. Cabe também o rap de DiCerqueira, rapper-queer que também foi selecionada através do concurso de bandas do festival.
Completam a line up do festival uma série de DJs. Sants (SP), Dj, beatmaker e produtor paulistano, precursor do lo fi hip-hop. Ele já produziu com nomes como Flora Matos, Linn da Quebrada e Bonde do Rolê. Lord Breu, ícone da cena do bass na Bahia, e envolto com batidas africanas e eletrônicas. Pivoman, DJ afro-futurista atento aos graves e suas raízes. Além do DJ el Cabong, Luciano Matos, que mescla de tudo, indo de música brasileira contemporânea a novas sonoridades da atualidade.
Serviço:
Ingressos antecipados à venda: http://bit.ly/metatickets