Parece que no Brasil, e em especial na Bahia, a principal prática de cidadania é reclamar. Tem sua importância, mas se confunde um direito com uma atitude que parece um esporte de lamentações. Reclamar o tempo inteiro, partir muito pouco para ação e não aproveitar as chances que aparecem. É assim com boa parte de bandas e artistas, que não tiram proveito, por exemplo, da possibilidade de gravar músicas e vídeo-clipes através de um edital lançado pela Fundação Cultural do Estado. Menos de 50 inscritos e a chance de receber 10 mil reais para registro de trabalhos deixada de lado. A sensação é que a maioria acha que o melhor é deixar como está e continuar reclamando. É o mesmo com o público, que quando vê o maior evento de entretenimento privado da Bahia abrir negociações com grupos internacionais de relevância e atuais, prefere não acreditar e continuam criticando. Argumentam que Salvador não tem competência para receber tais artistas ou que o público não iria. Um discurso que só reforça o que os produtores sempre disseram e pelo que sempre foram criticados. Em qualquer outro lugar os fãs de grupos como Strokes e Franz Ferdinand, ou outros em negociação, se organizariam e fariam algum tipo de pressão, sejam e-mails, abaixo-assinados ou o que for. Aqui preferem reclamar e se resignar com a situação. Melhor deixar como está e continuar reclamando. É mais fácil. Enquanto isso, um gringo famoso, o idealizador do Festival de Montreaux, Claude Nobs, pretende trazer o evento para Salvador em 2009 e viajar pelo país para conhecer e levar para Europa novos nomes da música brasileira.
Lá no Brasil
A agenda de shows gringos até o final do ano continua inchando. O Nokia Trends, que acontece em São Paulo no dia 6 de outubro, teve dois nomes divulgados extra-oficialmente: o grupo de neo-electro alemão Digitalism e o francês Joakim com a banda Ectoplasmic. Ainda no universo festivais/ música eletrônica, em novembro o Creamfields traz o DJ e produtor canadense Tiga. Tem ainda outro festival no interior de São Paulo com o mesmo Digitalism, além de nomes como Matthew Dear, James Holden, Booka Shade e The Youngsters. Mas o melhor é que até o fim do ano deve rolar LCD Soundsytem no Eletronika, em BH, e o Chemical Brothers em novembro, com show da turnê do novo disco. Sem falar do rock, que tem ainda esse mês The Donnas, em setembro Daniel Ash, Marylin Manson e Nashville Pussy, em outubro Incubus e em dezembro The Police e a ex-L7, Donita Sparks.
Festival de novidades
O Tim Festival só solta sua programação oficial na próxima terça-feira, mas vários nomes já são dados como certos. Entre eles: Antony & The Johnsons, Arctic Monkeys, Björk, Cat Power, o projeto trip hop cirKus com Neneh Jerry, o produtor Craig Armstrong, o duo eletrônico da Itália Crookers, os ingleses do Count of Monte Cristal, DJ Daniel Haaksman, Diplo, Feist, Girl Talk, Hot Chip, Juliette & The Licks, The Killers, Spank Rock, além dos nacionais Vanguart, Montage, Edu K e Del Rey e de nomes mais ligados ao universo do jazz.
Será?
No campo das especulações ainda para esse ano tem White Stripes e Smashing Pumpkins. O Black Eyed Peas tem data confirmada na Argentina e também pode pintar lá pelo Brasil. E já falam também em Iron Maiden em 2008.
Radiohead
Enquanto o novo disco do Radiohead não vem duas opções para os fãs. O clássico disco “OK Computer” está completando dez anos e ganha uma edição especial do site Sterogum com versões feitas por bandas desconhecidas. Já Thom Yorke aparece cantando no single “The White Flash”, do duo alemão Modeselektor.