Dando continuidade a série de entrevistas com artistas e bandas que estejam lançando ou já tenham lançado discos na Bahia em 2010, batemos um papo com Tiganá, cantor e compositor da nova geração que lançou recentemente seu disco de estréia, “Maçalê”. O trabalho, que já está disponível em lojas pela cidade e emlojas virtuais, éo foco dessa segunda entrevista da série, que prossegue nas próximas semanas ouvindo quem soltou álbum em 2010.
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O Que: Disco “Maçalê”
Formato: CD simples
Onde: Submarino, Pérola Negra e Midialouca
Por quem: Independente (dist. Fonomatic)
Preço: R$ 19,90 (Submarino)
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– Gostaria que você contasse como foi a concepção do disco. Há um conceito nele?
Tiganá – O álbum fora tão somente concebido e não, conceituado, a despeito de ser o primeiro na história fonográfica brasileira (consoante estudiosos do assunto) em que um autor brasileiro apresenta canções em línguas africanas (precisamente três) enquanto autor. Mas isto é sequente ao fato de ele se apresentar como um resultado musical.
– Como foi o processo de produção e gravação?
Tiganá – Assaz interessante. Trabalhamos, Luiz Brasil e eu – Luiz dirigiu musicalmente o disco – bem como os amigos músicos que participaram da efetivação do álbum, numa aura de exposição de ideias, quase em sua totalidade aceitas, por terem complementaridade entre si e por privilegiarmos todos a música ali disposta. Fomos gravando e gravando… todos trabalharam e se empenharam muito, equitativamente.
– Quais foram as principais influências durante a criação do álbum?
Tiganá – Durante um bom período anterior à pré-produção do disco, eu já não ouvia qualquer outro disco, pois queria saber deste vindouro quais seriam suas vestes e corpo. Evidentemente, nele está contido tudo o que todos que dele participaram são, ouviram, compreenderam do mundo etc. Contudo, quanto ao período específico de feitura do álbum, não houve a recepção de um “ambiente” exterior a ele próprio.
– Como ele está sendo lançado e como encontrá-lo?
Tiganá – Tradicionalmente, através dos shows, que, no Brasil, começaram na minha cidade natal, Salvador, e ainda caminham. Ademais existem as divulgações através da internet e da crítica principalmente internacional. Encontram-se os discos nas lojas (físicas) que recebem discos distribuídos pela Tratore – sei que em Salvador acham-se nas lojas Pérola Negra e Midialouca – bem como, com grande alcance, pelas lojas virtuais, que são diversas.
– Gostaria que fizesse uma análise da sua evolução musical desde o inicio da carreira até este disco.
Tiganá – Comecei a compor canções aos 15 anos e jamais cessei esta oportunidade de expressão criativa dada pela existência, pelo intangível em que creio. Deste modo, este álbum, lançado este ano, advém de um processo de alguns anos de experimentações, crenças, abandonos e alguma compreensão musical incorporados. Antes de compor e servir à música eu escrevia poemas. Acho que se começa daí. Depois as audições musicais; depois a composição como possibilidade e como realização no mundo, na existência.
– Porque em tempos de MP3 ainda lançar um álbum?
Tiganá – Não sei. Quiçá por ainda estarmos em transição quanto a esses meios de veiculação musical. Mas veja que em tempos de MP3, renasce o disco de vinil. As transições, não as podemos abarcar ou categorizar. Não tenho preferência por algum desses mecanismos. O foco é o conteúdo musical, em lugar de um determinado “produto” a viabilizar tal conteúdo. MP3, fita cassete, cd ou disco de vinil não pode compor, cantar ou executar um instrumento…
– Quais sãos os planos de divulgação para este trabalho?
Tiganá – Permaneço fazendo os shows e ainda há a divulgação de que falei anteriormente – por meio da internet e comentários críticos especialmente internacionais. Não planejo uma atuação alternativa a estas que já existem.