Entrevista com a banda Pessoas Invisíveis que fala sobe o disco ‘Fora do Eixo’, lançado pela Big Bross records.
Com o final do ano e começo desse, com foco em listas de melhores de 2010 e as perspectivas para 2011, voltamos aos poucos a programação normal. Retomamos a série de entrevistas com artistas e bandas que estejam lançando discos na Bahia. Dessa vez batemos um papo com a banda Pessoas Invisíveis, que lançou o disco ‘Fora do Eixo’ em formato digital no ano passado e no começo desse ano em CD físico. Essa é a quinta entrevista da série, que prossegue nas próximas semanas ouvindo quem soltou álbum.
Veja também:
Entrevista lançamentos: Andre Mendes.
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O Que: Disco “Fora do Eixo”
Formato: CD
Onde: nos shows e no site www.tramavirtual.com.br
Por quem: Big Bross records
Preço: R$5,00 (CD) e gratuito digital
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– Gostaria que você contasse como foi a concepção do disco. Há um conceito nele?
Bruno: Não há exatamente um conceito, mas desde o início optamos por gravar o disco ao vivo. Todos juntos, numa sala, tocando ao mesmo tempo. Queriamos um disco que soasse bem cru mesmo, sem truques, sem tecladinho pra enfeitar, nada disso… É um registro de uma banda de rock, de amigos, que curtem tocar juntos, tocando.
Jera: O disco nasceu muito naturalmente. Quando Matheus entrou na banda, acrescentou MUITO ao nosso processo de criação, que passou a ser mais “sintonizado” e bem mais despretencioso. O conceito do disco é muito simples: despretensão. Queremos deixar claro que o disco foi feito com o foco TOTAL na diversão (nossa é claro, se alguem mais se divertir com ele, ótimo). Acho que nunca me diverti tanto em uma banda, quanto durante a concepção e gravação desse disco.
– Como foi o processo de produção e gravação?
Bruno: A produção é da banda. Gravamos o disco entre garrafas de Jack Daniels misturadas com coca-cola. Foi o disco mais descontraido que já fiz, muito disparado, e o melhor também. Nós brincávamos dizendo que iamos pra sessão de terapia antes de pintar no estúdio. E acho que o disco reflete essa leveza, apesar de ser nosso disco mais pesado.
Jera: Continuando a resposta anterior, foi por isso que resolvemos gravar ao vivo, passando um sábadão bebericando e gravando as músicas, todos juntos, na mesma sala, tocando cada uma das músicas algumas vezes e depois escolhendo a melhor. Só as vozes e duas ou três pontinhas de guitarra foram feitas depois desse sabadão. Só mexemos nas guitarras que tiveram algum problema durante a execução que escolhemos pra a faixa, acho que rolou uma que desafinou depois de um solo e uma ou outra que deu piripaque nos cabos dos pedais e tal. O resto é isso ai, tocado ao vivo, com erro, sem erro, não importa, é a banda de verdade. Depois disso, foi a mixagem, que só teve uma sessão de mix e mais duas pra detalhar uma ou outra besteira e já foi.
– Quais foram as principais influências durante a criação do álbum?
Bruno: Steve Albini (produtor que gravou Nirvana, Pixies, Jesus Lizard, Helmet). Claro que houveram também diversas influencias musicais, mas a gente tem gostos tão parecidos e tão diferentes que nem vale a pena tentar enumerar as influencias…
Jera: Musicais? Nada além do normal que já ouvimos a muito tempo: Nirvana, QOTSA, Pixies, RHCP, Silverchair, Maglore, Cascadura
– Como ele está sendo lançado e como encontrá-lo?
Bruno: O disco saiu pelo selo big bross records. estamos vendendo por cinco reais nos shows e está todo disponivel no site www.tramavirtual.com.br ou no http://www.mediafire.com/?mrch8r77hr0swjt.
– Gostaria que fizesse uma análise da sua evolução musical desde o inicio da carreira até este disco.
Bruno: Bem, acho que como todo mundo, fui progredindo, tocando com varias bandas, melhorando no instrumento. Eu nem ouço muito as coisas que compus no inicio, fico meio constrangido. hehe. O primeiro ep da Pessoas Invisíveis, que eu gravei quase todo sozinho eu mal ouço, tem realmente muito tempo que não escuto, apesar de sacar hoje que tem uma pureza ali, uma despretensão que me agrada.
Jera: Eu acompanho Bruno desde o embrião da PI quando ele foi gravar músicas que ele tinha composto, mas não se encaixavam em nenhuma das bandas que ele tocava na época. Acho que hoje, a banda está mais próxima da concepção desse embrião do que quando lançou o primeiro disco. A idéia era ter alguma agressividade, principalmente na bateria, misturada com letras e melodias um pouco mais suaves. Alguns integrantes passaram pelo projeto, na bateria eu gravei o primeiro EP, Glauco foi o baterista que montou a banda com Bruno, gravou o primeiro disco e fez a maior parte dos shows, Voltz entrou no lugar de Glauco mas não participou do processo criativo e eu voltei pra tocar ao vivo e fazer o segundo disco. Na guitarra, Deco foi o cara que, assim como Glauco, montou a banda, compôs o primeiro disco com Bruno e ficou até Matheus entrar, já na boca da composição do segundo disco. Cada mudança de integrantes criativos, com certeza faz a banda mudar de rumo um pouco, cada um acrescenta ou tira alguma coisinha da personalidade da banda.
– Porque em tempos de MP3 ainda lançar um álbum?
Bruno: Hoje existem milhares de bandas. Algumas boas, outras medíocres. Todas usam a internet pra se promover. Myspace, twitter, fotolog, orkut. Todo dia você recebe muita informação de banda independente que tá lançando disco, tocando, etc… Tenho uma visão antiga: Acho legal mp3, mas acho que a banda faz seu nome mesmo ao vivo. E o álbum mais do que nunca virou um brinde pós show… É o souvenir que você oferece a quem curtiu a sua apresentação ao vivo. “Gostou do show, leva o disco pra casa”. Vendemos quase a preço de custo, com o intuito de estimular as pessoas comprarem, nos ouvirem com carinho…
Jera: Porque nada substitui você pegar o disquinho, ler a ficha técnica, ver a capa com detalhes, ouvir na qualidade que ele foi planejado e concebido… Fora que o disco é o cartão de visitas da banda.
– Quais sãos os planos de divulgação para este trabalho?
Bruno: Tentar tocar o máximo que der, nas melhores condições possíveis.
Jera: A intenção agora é tocar por ai, divulgando o disco e o clipe. Queremos tocar fora, o máximo possível, dividir palcos com outras bandas do país, fazer o velho intercâmbio de sempre.