Apesar dos nomes hypados e das bandas indies badaladas, o festival Popload tem se destacado mesmo por trazer ao Brasil alguns importantes artistas da história da música pop mundial. Contemporâneos ou veteranos, foi assim em 2015 com Iggy Pop, em 2016, com Wilco, e em 2017, com PJ Harvey. Este ano é a vez do já quarentão grupo Blondie. A programação de 2018 traz ainda mais quatro atrações internacionais: a cantora neozelandesa Lorde e as bandas norte-americanas MGMT, Death Cab For Cutie e At The Drive In.
Além deles, completam a grade dois shows de artistas brasileiros: um com a cantora carioca Letrux e o outro um encontro especial de Mallu Magalhães e Tim Bernardes. O evento acontece no dia 15 de novembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
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Cobertura do Popload de 2017, com um show histórico de PJ Harvey.
Nome crucial na cena new wave e punk, o Blondie é um daqueles ícones da música pop que não se sabe bem por que ainda não havia se apresentado no Brasil. Com quase 45 anos de estrada, o grupo surgiu na movimentada cena punk, influenciou muita gente, emplacou diversos sucessos e teve uma sex-symbol à frente. Assim mesmo, só depois de lançar o 11º disco a banda vai aportar por terras brasileiras. Esse mais recente álbum, “Pollinator”, lançado em 2017, reúne convidados de peso, como o ex-Smiths Johnny Marr, Joan Jett, Nick Valensi (Strokes), Sia, entre outros.
O Blondie fez parte daquela cena nova iorquina que fez história, com discos marcantes e shows memoráveis no clube CBGB. Entre os destaques, estavam nomes como Ramones, Television, Talking Heads, Suicide e Patti Smith. O grupo, no entanto, foi o mais bem sucedido comercialmente, estourando na Inglaterra, depois nos EUA e no resto do mundo. Os principais sucessos foram “Heart of Glass”, “Call Me”, “Rapture” e “One Way or Another”.
A sonoridade garage rock captava a essência punk, mas o grupo reunia também sons de discoteca, reggae, ritmos latinos e hip-hop. Com o sucesso, a vocalista Debbie Harry, a loira que dá nome ao grupo, tornou-se sex-symbol e seu visual meio glam desleixado passou a influenciar meio mundo de garotas na virada 70’s pra 80’s.
Mundo indie
O outro grupo veterano anunciado, o At The Drive In, não tem uma trajetória tão longa, mas também tem uma importante contribuição, como influente e decisivo nome para o chamado post-hardcore do final dos anos 90. O grupo, que também vem pela primeira vez ao Brasil, vai lançar in • ter a • li • a, primeiro disco de inéditas em dezessete anos.
Outra estreia no país será da banda indie Death Cab For Cutie. Com 20 anos de carreira e nove discos lançados, a banda teve origem como projeto solo do cantor e compositor Ben Gibbard. Acabou se tornando cultuada no circuito alternativo e alcançando um novo patamar ao ser indicada ao Grammy pelo mais recente trabalho Kintsugi.
Presença pop
O MGMT já foi um dos queridinhos do público indie, quando emplacou há dez anos os sucessos “Kids” e “Time to Pretend”. Foi logo no primeiro disco, ‘Oracular Spectacular’, que vendeu 500 mil cópias só nos EUA. De lá pra cá o grupo não obteve mais o mesmo resultado e chegou a viver uma fase mais psicodélica e experimental. Agora abanda volta, depois de cinco anos, com um novo trabalho, Little Dark Age. O álbum retoma a proposta inicial, com a duo passeando por synth-pop, indie-pop, chillwave e sonoridades dos anos 80.
Apesar de todos os predicados dos quatro grupo citados, a cantora neozelandesa Lorde talvez seja quem mais leve público ao Memorial da América Latina em novembro. Ela é uma daquelas garotas prodígios, que se transformaram em fenômeno pop. Cantora e compositora desde cedo, aos 17 anos chegava ao topo das paradas com o single “Royals”. A música lhe rendeu desde citação como adolescente mais influente do mundo até participação como headliner de diversos festivais pelo mundo e prêmios no Grammy Awards. Aos 21 anos, ela tem apenas dois discos lançados, o último, ‘Melodrama’, do ano passado, presente em várias listas de melhores do ano.
A seleção nacional do festival este ano segue na diversidade. Vai de Letrux, projeto da cantora carioca Letícia Novaes, que lançou o primeiro e bem recebido disco ‘Em Noite de Climão’. Até o encontro inédito de Mallu Magalhães e Tim Bernardes, dois expoentes da chamada nova música brasileira. Eles vão apresentar um repertório surpresa pensado especialmente para o festival.
P.S.: Uma recomendação para quem for ao festival e deseje ver as atrações desde o começo, levem protetor solar, um guarda sol e se hidratem, o festival começa cedo e há um sol para cada ser humano no local.