Beirut – Como ter um show na mão e destruir tudo em alguns passos

Depois de apresentações interessantes, mas sem grandes brilhos, o PercPan recebeu a banda norte-americana Beirut. Cercada de expectativa, a banda já iniciou a apresentação com o público na mão. Armada de instrumentos de sopros, um acordeão, ukelelê e um batera engraçadíssimo, o grupo desfilou em cerca de meia hora um sequência de belas composições, que remetia a grupos como Belle and Sebastian e lembrava em outros momentos o grande Neutral Milk Hotel.

Trazendo influências ciganas, os sopros seriam o grande destaque ao lado do modo melancólico de cantar do vocalista Zach Condon. Visivelmente fora de seu estado normal, com doses de álcool a mais, o vocalista repetiu várias vezes que não estava bem e chamava o público. Primeiro pediu que se levantassem, boa parte levantou das cadeiras e foi para a beira do palco. Minutos depois, disse que queria todos mais perto e chamou o público para cima do palco. Cerca de trezentas pessoas subiram e se instalou o caos.

Buena Vista Social Club mostra como ter um show na mão e cumprir a expectativa em alguns passos.

O show foi paralisado, as luzes acendidas e após alguns minutos o público desceu e se percebeu que na confusão haviam pegado um microfone e um instrumento. A banda chegou a tocar mais um pouco, mas saiu quase repentinamente. Era o fim? Ainda não, passaram um longo tempo até que a banda voltou. Ainda fora de si, Zach cantou com a banda, depois sozinho e mostrou que não esta preparado para shows maiores fora de seu país. Um desrespeito ao público e a própria banda. Poucas vezes se viu um grupo ter o show na mão e acabar com ele de forma tão boba e irresponsável. Lamentável.

Veja o “show” do Beirut:

  1. Bom texto, Lu.

    Sobre o PercPan, achei tudo com um clima de quintal lá de casa. Suzano tocando com todo mundo, todo mundo amigo, e muito pouca estrutura de apresentação. Um esquema meio mangue. “Ah, é, agora tem intervalo… mas a gente vai tocar assim mesmo”. O francês da palhaçada tomou um tempão, o dub japonês que tava ficando interessante foi curtíssimo. Beirut voltou ainda? Bom, minha paciência já tinha acabado.

    abraço

  2. Que bom que não fui a única de mesma opinião.
    No início eu meio que estava me sentindo obrigada a gostar do show, afinal de contas, era Beirut!! A banda que eu esperava há séculos por um show.
    Mas a medida que o show ia acontecendo, a emoção foi dando lugar a uma frustração fora de tamanho.
    Eu sei que o Zach costuma fazer shows um pouco alterado, em outras palavras, bêbado, mas o que aconteceu lá ultrapassou a barreira do ridículo.
    Mas não culpo somente a banda, acredito que a platéia também não soube se comportar. É de praxe a banda convidar a platéia para cantar com eles, mas o que aconteceu foi uma onda de ‘groupismo’ sem tamanho. Onde as pessoas esqueceram o propósito inicial da banda e acabaram se aventurando em roubos de microfones e ataques de loucura em cima do vocalista.

    Lamentável [2]

  3. e o que mais me impressionou é que o público ficou aplaudindo aquela palhaçada. vá uma banda brasileira fazer isso lá fora. e o prejuizo do microfone acabou sobrando pra empresa baiana (joão americo sonorização).

    de vanuza todos riem (tudo bem, ate eu), mas palma minha eles nao tiveram nesses momentos lamentáveis. meu silencio sentado na cadeira foi o mínimo.

    depois fui levar um amigo no pestana e eles estavam lá, rindo e se divertindo,

    brazil- mulata – cachaça!!!

  4. Esse Camilo aí é o do CUG?
    Se for: Camilo, palhaçada faz vc com sua banda mediocre. Vc queria o que? bandinha inglesa com suas telecasters fazendo rockinho clichê? Ele não faz um som convecional. Ele estava trabalhando com apliação de sons. Mas vc tava lá perdendo seu tempinho esperando uma coisa que se toca em rádio? Que comentário idiota.

    Vc achou ruim o Suzano tocando com todo mundo? Qual seu argumento? Eles estava apoiando as bandas que ele faz parceria, qual o mal nisso? o som foi ruim por acaso?

    Na boa, não entendo vcs.

  5. concordo totalmente com luisão. essa galera nem tem amor próprio. o cara mandando o povo se fuder e todo mundo achando engraçadinho. uma total falta de respeito com o festival, com as pessoas, com a Bahia. gente vindo de outras cidades pra ver a banda, comprando ingresso na mão de cambista por 100 reais. Luciano, tu pegou leve com o texto.

    zach condon um total retardado. espero que a repercussão desse fato não se resuma a noticía : “fã brasileiro rouba instrumento da banda no palco”. porque o que o que realmente aconteceu foi um dos espetáculos mais bizarros de falta de profissionalismo que eu já vi.

    muitas crianças malucas na platéia mas isso não justifica absolutamente nada. comportamento totalmente previsível.

    frustração, vergonha e humilhação.

    em salvador já é verão. a cidade se prepara para mais uma invasão de gringos xexelentos com os braços e pernas abertas. a galerinha hype de salvador continua pagando pau pra essas bandas imbecis, reclamando do calor e querendo fugir pra são paulo.

  6. esse fato demonstra que o publico de salvador nao esta preparado para shows de artistas internacionais cultuados. isso aconteceu com o publico do TCA, imagine se fosse na concha com bebida rolando. td bem que a banda incitou o publico, mas as pessoas nao deveriam ter se rendido, afinal pagaram para assistir um show raro nestas terras tao carentes de concertos internacionais, e não para fazerem o papel de idiotas no palco e ainda sair com a fama de ladrões.

  7. “…a galerinha hype de salvador continua pagando pau pra essas bandas imbecis, reclamando do calor e querendo fugir pra são paulo” [2]

    Se eu fosse o produtor desse evento, ia meter um processo nesses FDP e não ia pagar o restante do cachê.

  8. é pouco cambada de otários!!! vcs merecem isso. teve um cara q esculhambou com o Beirut nuns posts anteriores e teve gente sacaneando o cara. esse público alternativo de salvador é uma bosta mesmo. renca de ripongas q ficam incensando essas porcarias indie rock sem saber de porra nenhuma e nunca ter visto bandas q são boas. eu tô achando o máximo. vcs merecem kkk

  9. mas vc tava esperando o q?? é luciano q fica incensando essas merdas e depois qdo quebra a cara fica sem graça e não sacanea. a mesma coisa foi com aquela bosta de show no boomerange de bille bonnie prince. ficava dizendo q bille bonnie prince era o maior nome do folky. se ligue cambada. vcs merecem estas porcarias

  10. colé no? até parece q estas invensionices mudernas não tem tb seus clichês. pra enganar os os otários. cheio de clichê tb. gostou da noitada foi? q mico. entao aluga um apartamemto no neutral milk motel e vá morar lá com o zack condom

  11. Quando escutei Beirut pela primeira vez, fiquei tocada. Quanta emoção e profundidade num trabalho de alguém tão jovem. Fiquei curiosa pra ver. E fiquei chateada com o que vi.

    Não gosto de artista fanfarrão. Gosto de gente que encara a arte como trabalho sério, que sabe do potencial que a música tem em envolver, paralisar e transformar a vida das pessoas.

    A música do Beirut tem isso. Poderia ter sido o show mais lindo do ano, numa cidade que quase nada acontece. E não foi. O que eu vi foi uma banda desperdiçando todo o potencial em troca de uns goles de cerveja e um público que, definitivamente, mereceu ver o rascunho do que deveria ter sido um bom show.

  12. Na boa quando meu amigo me contou sobre essa merda toda me senti mais aliviado em não ter conseguido comprar ingresso, e por não ter me desesperado e ir atrás de cambista.

    Porque desembolsar uma grana pra ver gringo chapado é foda!!!!

    Só lamento não ter ido, porque me disseram que o DUB dos Japa foi sucesso…vou até procurar depois pra baxar.

    P/ NO: Uma coisa é descontração, outra coisa é cagar com um show!

  13. KKKK. Como já dizia aquela motinha de um desenho animado dos anos 80 ” Carangos e Motocas”… “Eu te disse eu te disse”. Cara, quanta gente de camisa listrada, êta publi-cúzinho tabaréu! Aí, não achei a atitude do vocalista excêntrica!

    1. De cabeça fria a gente analisa melhor
      Hoje eu relativizo melhor o show de sexta.
      foi uma sucessão de pequenos equivocos
      a banda faz isso muitas vezes, chama o público para cima do palco.
      Tocar bêbado parece também qe é hábito e não só dele.
      Mas foram vários fatorees juntos.
      Deu azar porque não sabia que tinha um público fervoroso aqui, público adolescente, quase sempre histérico
      e que é até normal que agisse daquela forma quando incitado
      ai juntou a equação, banda jovem, empolgada, talvez deslumbrada e sem perceber que não era um show num evento de pequeno porte e que eles eram a atração principal, com um público eufórico, com hormônios a flor da pele. O resultado não foi o melhor.
      Agora muito mesquinho e pequeno isso de dizer que já sabia. A obra da banda permanece, para quem gosta. Quem não gosta, não foi e beleza, não precisava.
      O show não deu certo, com ja aconteceu com mil bandas, novas, velhas, hypadas ou não.
      E vai continuar acontecendo.

  14. antes de tudo: o beirut continuará com seu trabalho, independente do que ocorreu. um dos comentários anteriores, inclusive, deixou isso claro: “depois fui levar um amigo no pestana e eles estavam lá, rindo e se divertindo…” é lógico que eles se divertiram e estão cagando pra situação, certamente. o lance é tentar perceber os vários fatores que rolaram
    [organização comprometida – a começar pelo atraso do show – produção com gafes primárias, carência de show “de- ver-da-de” na cidade, só pra citar alguns]. e outra, que moralismo é esse??? os caras não são os únicos que bebem no palco. estamos falando de uma banda gospel? que merda!
    enfim, fui ao show (não sibi no palco), curti o que rolou e deixei o teatro feliz. quanto ao comportamento do público, faz tempo que não esquento a cabeça com isso!

  15. não fui no show. não me animei. acho a banda ok.
    mas pra mim a questão não é o moralismo.

    ok, os caras tocarem bêbados, já fiz isso algumas vezes. o problema é quando a bebedeira compromete a performance e atrapalha o show. o problema é isso atrapalhar e frustrar o público que tanto esperou pelo show da banda.

    não sei se foi o caso. como dissse, não estava lá. mas independente se o Beirut tocou mamado ou não, o respeito pelo público é algo que deveria ser levado em consideração!

    sobre o público: whatever!

  16. Bruno disse tudo aê, acho que cada qual faz o que quer da vida, se quer fichar chapadão que fique, porém desde que isso não comprometa a apresentação, e pelo que me contaram comprometeu. Ai sim é bizarro demais.

  17. É uma pena eu não ter acompanhado esses comentários e ter perdido o comentário de No. Eu gosto de replicar essas coisas.

    Bom, talvez ele leia, ainda:

    Minha banda não tem nada a ver com o que eu acho do PercPan. Você acha medíocre? Muita gente acha coisa pior. Eu mesmo não acho que seja o último mamão do abacateiro. E daí? É esse “o seu argumento”?

    Achei, como disse, a organização meio caseira. Não recebi – não achei em nenhum lugar – um programa, pra que eu lembrasse o nome dos artistas ou soubesse mais sobre eles. Achei bagunçado, sem cara de apresentação, com cara de quintal lá de casa. Muito Pan e pouco Perc. Fiquei com a impressão de que Suzano trouxe os amigos pra brincar – o que é um pouco distante do que eu esperava.

    Quanto ao francês, eu sei que botar a mão na cabeça da platéia enquanto o DJ aperta um play é “pouco convencional”, e que você “entendeu” a “essência experimentalista” da coisa, e eu não. Talvez por isso eu tenha achado uma perda de tempo a batucada no corrimão, numa apresentação longa, sem ritmo e com truques mais velhos que os que eu uso na minha banda.

    Se fosse Márcio Vitor ou Brown batucando em saída de emergência, fazendo dancinha, talvez você se sentisse mais a vontade pra achar patético.

  18. pois é, só agora voltei aqui…
    quero dizer que eu estava lá, na parte do fundo, e não senti nenhum “comprometimento musical” no show, muito menos por conta da tão criticada bebedeira dos caras. o comprometimento rolou – aí, sim – quando a galera fez o tumulto no palco. até então, estava tudo bem e sonoro. o foda é essa mania de colocar pano quente nas coisas! o espaço, com sua pretensa organização, não foi suficiente para receber a banda e o público, por sua vez, estava pra lá de perdido. ponto!

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Para quem gosta de música sem preconceitos.

O el Cabong tem foco na produção musical da Bahia e do Brasil e um olhar para o mundo, com matérias, entrevistas, notícias, videoclipes, cobertura de shows e festivais.

Veja as festas, shows, festivais e eventos de música que acontecem em Salvador, com artistas locais e de fora dos estilos mais diversos.