Artistas e bandas adoram fazer versões de clássicos, músicas já perfeitas que não precisava ninguém mexer. Às vezes vão lá, mexem, alteram, mas assim mesmo fica bem interessante. Homenagem á ídolos é a principal razão para a criação de versões, mas tem também a ideia de só recriar uma música legal ou tocar uma música meio fora do universo do artista. Nas últimas semanas vimos algumas boas versões surgindo por ai. Em coletâneas, em shows e em tributos a artistas na televisão. Vamos conferir as melhores versões das últimas semanas.

A rede Starbucks lançou no começo do mês uma coletânea intitulada “Sweetheart 2014”, em comemoração ao dia dos namorados. Nela artistas como Vampire Weekend, Fiona Apple, Ben Harper, Sharon Jones & the Dap-Kings, entre outros fizeram versões de grandes músicas de amor de nomes como Bob Marley, Bob Dylan, Willie Nelson, Ray Charles, Stevie Wonder, entre outros. Quem participou também foi o cantor e compositor Beck, que acabou de soltar um belíssimo disco, e que participou da coletânea com uma versão linda para ‘Love’ de John Lennon.

E que tal a versão para ‘I Shot The Sheriff’, de Bob Marley, num encontro entre o projeto N.A.S.A., formada pelo DJ Zegon, brasileiro, e o produtor Squeak E. Clean, com a vocalista do Yeah Yeah Yeahs, Karen O. A música apareceu durante dos intervalos no Grammy num comercial de 30 segundos, agora dá pra ouvir a música completa.

Melhor ainda ficou a versão para outro Bob feita por uma das bandas mais interessantes da atualidade. Os americanos do Built to Spill participaram de um tributo a Bob Dylan. O disco do projeto será lançado somente no dia 25 de março, com nome “Bob Dylan In The 80s: Volume One”, e como o nome sugere, vai focar a fase oitentista do cantor e compositor. Essa época é considerada a fase menos bem sucedida comercialmente de Dylan e o período em ele se afastou da fé cristã para retomar suas raízes judaicas. O desafio do projeto é mostrar que existiram boas canções desse período menos aclamado do músico. É dessa época o disco “Infidels” (1983), considerado um dos mais marcantes de seu catálogo e de onde foi tirada a bela ‘Jokerman’, bastante conhecida no Brasil na voz de Caetano Veloso. É essa faixa que o Built to Spill resolveu gravar, com uma bela interpretação na qual mostra a potência sonora que caracteriza a banda. Também participam do projeto outros nomes não tão conhecidos, como Keer Trick, Reggie Watts, Elvis Perkins, Dawn Landes com Bonnie “Prince” Billy, Lucius e a dobradinha Gene Ween e Slash.

Uma das maiores surpresas foi ver e ouvir a cantora compositora, ligada as origens do punk, Patty Smith, fazer uma versão de ‘Stay’, de Rihanna. A música que é bem bonita na versão original, ganha uma interpretação mais dolorosa, delicada e emocional, típica de Smith. A versão foi apresentada num show no New York’s Webster Hall no aniversário de 67 anos da cantora e introduzida com a declaração “a melhor canção do ano de 2013 “. No final, ela ainda esquece a letra e pede paciência: “Espera, espera, espera .. Me desculpe, eu estou apenas nervosa. Estava indo tão bem”. No mesmo show ela fez também versões menos inusitadas para ‘Heroin’, do Velvet Underground’s , ‘Perfect Day’, de Lou Reed, e ‘Beautiful Boy’, de John Lennon.

 

Outra versão inesperada e bem interessante saiu do Darkside, duo de música eletrônica, que transformou o folk ‘Things Behind The Sun’, de Nick Drake, numa música mais progressiva e espacial. A versão original, um  presente no clássico álbum de 1972, “Pink Moon”, mantém os ares contemplativos e leves do original, mas com a cantora Tamara dando uma sonoridade moderna e etérea.

 

Quem também fez uma versão inesperada foi a Arcade Fire. Num show em Sidney, na Austrália, a banda canadense tocou ‘Devil Inside’, dos australianos do INXS, uma homenagem aos fãs no dia em que o ex-vocalista do grupo, Michael Hutchence, faria 54 anos se fosse vivo. Na sequência, a banda engatou’Here Comes the Night Time’, do mais recente álbum, “Reflektor”.

 

E quando a Vanguart, uma banda saída do meio indie, abre mão de qualquer constrangimento e e faz uma versão, muito boa por sinal, de ‘Cilada’, um dos pontos altos da carreira da banda de pagode Molejo. A versão foi feita para o programa O Jardim de Inverno> Confira.

Essas últimas semanas, no entanto, foram dos Beatles. Comemorando 50 anos da primeira apresentação na TV americana, batendo recorde de audiência no programa The Ed Sullivan Show, um marco da explosão mundial do grupo, aconteceram diversas homenagens ao quarteto de Liverpool. Outro programa televisivo americano, o The Late Show With David Letterman, resolveu faze rum tributo a data e recebeu, durante uma semana, um artista diferente por dia prestando homenagem aos Beatles. Teve Sting cantando ‘Drive My Car’, Lenny Kravitz, Lauryn Hill,  mas dois nomes roubaram a cena, o duo Broken Bells e a banda Flaming Lips acompanhada do filho de John Lennon, Sean Lennon. O Broken Bells fez uma versão lindíssima para ‘And I Love Her’, e teve a participação do ex-Beatle Ringo Starr, numa gravação antiga com as imagens sendo mostradas numa TV colocada no palco.

Ninguém poderia esperar algo do Flaming Lips que não uma versão para uma das músicas mais viajandonas dos Beatles. Nem poderia esperar uma apresentação correta. A banda escolheu ‘Lucy In The Sky With Diamonds’ e fez uma versão ainda mais psicodélica, com direito a performance extravagante, caraterística de Wayne Coyne , com a participação de Sean Lennon, filho do John.

 

Teve mais. Comemorando a data, vários artistas resolveram prestar homenagem aos Beatles em seus shows e em ocasiões especiais. No Madison Square Garden, em Nova York, o Arctic Monkeys prestou sua homenagem fazendo uma bela versão desacelerada de ‘All My Loving’.

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