O Brasil e Salvador viviam a expectativa de receber pela primeira vez o festival Afropunk em novembro deste ano, como havíamos anunciado aqui. Porém, devido à pandemia do coronavírus, o evento teve que adiar sua chegada na América do Sul e as outras edições comemorativas de seus 15 anos. Quem estava ansioso, no entanto, vai poder acompanhar uma edição especial totalmente online entre os dias 23 e 25 deste mês de outubro, com transmissões a partir de Salvador, África do Sul, Estados Unidos, Nigéria, Londres e Botswana, entre outros lugares.
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– Festival Zona Mundi promove edição totalmente virtual.
Com curadoria de Larissa Luz e direção musical de Bruno Zambelli – diretor criativo do grupo musical ÀttooxxÁ, a edição baiana terá a própria Larissa Luz em show com Carlinhos Brown, além de Afrocidade com participação de Majur e Mahal Pita, ÀTTØØXXÁ recebendo Hiran, Duo B.A.V.I., Trapfunk & Alívio, Nêssa, Virus, Yan Cloud e Afrobapho.
Num passeio pela cultura negra contemporânea pelo planeta, o festival tem ainda como alguns dos destaques nomes como a caboverdiana Mayra Andrade, os norte-americanos Moses Sumney, Tobe Nwigwe e Yves Tumor, além da seminal banda indie The Veldt. Tem ainda o encontro de Zâmbia e Congo com Sampa the Great & Petite Noir, Jonah Mutono e Tawiah da Inglaterra, os malineses do Songhoy Blues, a pesada banda Duma do Quênia, Moonchild Sanelly, Ukhoikhoi e Bongeziwe Mabandla da África do Sul e a cantora nigeriana Tiwa Savage. (Veja abaixo todos os nomes e uma playlist com músicas das atrações do festival).
Além de rap, r&b, soul, pop, eletrônica, ritmos africanos e outras sonoridades mais tradicionalmente vinculadas à cultura negra, o festival também reúne uma série de bandas e artistas vinculados à diversidade do mundo do rock, que deram, inclusive, origem ao festival. Tem desde os sons pesados das bandas Arka’n Asrafokoro, do Togo, e Duma, do Quênia, passando pelo hardcore da novaiorquina Rebelmatic e pelo punk TCIYF da África do Sul, e chegando na neo-psicodelia da Blac Rabbit e no shoegaze da veterana The Veldt.
Veja as atrações do Afropunk 2020:
Afrobapho (Bahia – Brasil)/ Afrocidade feat. Majur e Mahal Pita (Bahia – Brasil)/ Ari Lennox (Estados Unidos)/ Arka’n Asrafokor (Togo)/ Asiatica (Estados Unidos)/ ÀTTØØXXÁ ft. Hiran (Bahia – Brasil)/ Balimaya Project (Mali)/ Black Haüs (Estados Unidos)/ Blac Rabbit (Estados Unidos)/ Blinky Bill (Quênia)/ Bongeziwe Mabandla (África do Sul)/ Bootsy Collins (Estados Unidos)/ Common (Estados Unidos)/ Dj Poizon Ivy (Quênia/ Estados Unidos)/ DJ Ruckus (Estados Unidos)/ Dua Saleh (Sudão/ Estados Unidos)/ Duckwrth (Estados Unidos)/ Duo B.A.V.I. (Bahia – Brasil)/ Duma (Quênia)/ Durand Bernarr (Estados Unidos)/ Ecko Bazz (Uganda)/ Elaine (África do Sul)/ Gqom Busiswa/ Jahmed (Estados Unidos)/ Johnny Cradle (África do Sul)/ Jonah Mutono (Inglaterra)/ KIRBY (Estados Unidos)/ Larissa Luz + Carlinhos Brown (Bahia – Brasil)/ Loshh/ Lous and the Yakuza (Congo-Bélgica)/ Masego (Jamaica-Estados Unidos)/ Mayra Andrade (Cabo Verde)/ MC Yallah (Quênia)/ Mereba (Estados Unidos)/ Meshell N’Degeocello (Estados Unidos)/ Moonchild Sanelly (África do Sul)/ Moonga K. (Zâmbia/ África do Sul)/ Moses Sumney (Estados Unidos)/ Muneyu/ Muzi (África do Sul)/ Nêssa (Bahia – Brasil)/ Rebelmatic (Estados Unidos)/ Sampa the Great & Petite Noir (Zâmbia/ Congo)/ Serpentwithfeet (Estados Unidos)/ Smino (Estados Unidos)/ Solo Ntsizwa Ka Mthimikhulu (África do Sul)/ Songhoy Blues (Mali)/ T.Nava (Estados Unidos)/ Tawiah (Inglaterra)/ TCIYF (África do Sul)/ The Veldt (Estados Unidos)/ Theon Cross (Inglaterra)/ Tiana Major9 (Inglaterra)/ Tiwa Savage (Nigéria)/ Tobe Nwigwe (Estados Unidos)/ Tomi Agape (Inglaterra)/ Trapfunk & Alívio (Bahia – Brasil)/ Ukhoikhoi (África do Sul)/ Virus (Bahia – Brasil)/ Yan Cloud (Bahia – Brasil)/ Yves Tumor (Estados Unidos).
Conheça mais sobre o festival Afropunk
Com o tema “Planet Afropunk – O Povo Negro é o Passado, o Presente e o Futuro”, a edição do festival deste ano será 100% gratuita, com o público podendo se cadastrar no site oficial www.planetafropunk.com. Outra informação para os menos informados é que foco não é apenas na música, mas na cultura negra em diversas linguagens, com espaço para culinária, artes gráficas, moda, negócios, ativismo, além de palestras com importantes nomes vinculado ao mundo negro.
Os participantes do festival poderão ainda fazer doações em dinheiro para organizações como Black Futures Lab, Color of Change, Movement for Black Lives, Equal Justice Initiative, Fair Count e The Bail Project, entre outros. Na divulgação, o festival fez uma espécie de manifesto conclamando o público para integrar a proposta do festival: “Agora, mais do que nunca, precisamos da resiliência e criatividade de nossa comunidade para manter nossa cultura viva e próspera. Ao criar o PLANET AFROPUNK, projetamos um espaço seguro para nossa comunidade celebrar e inspirar, chorar e gritar, e para curar e motivar uns aos outros. A abordagem do AFROPUNK ao ativismo e à luta contra a opressão sempre foi celebrar a música, arte e cultura negra – e, em última análise, a alegria negra. A comunidade AFROPUNK é global, e nós construímos este planeta para se conectar perfeitamente. Em todo o mundo estamos nos conectando na mesmice e na diferença para descobrir a alegria em nossa negritude, mas também nos artistas e autores visuais e musicais. E é isso que o AFROPUNK permite”.
Confirme presença pelo www.planetafropunk.com para as transmissões ao vivo o festival com conteúdo exclusivo no Facebook Live de 23 a 25 de outubro.