Banda Theatro de Séraphin fala em entrevista sobre novo disco, ‘No Fim de Maio’, lançado de forma independente.
A série de entrevistas básicas com artistas falando sobre os lançamentos de seus novos discos tinha parado, mas voltamos com um disco ainda do ano passado para fechar os lançamentos de 2011. Em 2012 também terão suas entrevistas, aguardem. Nesta edição conversamos com a banda Theatro de Séraphin. Criado em 2004, o grupo traz veteranos do rock baiano, como Artur Ribeiro, voz e guitarra (ex-Treblinka e Cravo Negro); Marcos Rodrigues, baixo (ex-Via Sacra); Cândido Nariga Soto Jr., guitarra (ex-Cascadura) e J.W. Dantas, bateria. Este é o segundo disco e nessa nova entrevista da série, o grupo fala mais sobre o disco, a carreira, o mercado e como se sentem fora do que é produzido na Bahia.
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O Que: ‘No Fim de Maio’
Formato: CD
Onde: no site theatrodeseraphin.com
Por quem: Independente
Preço: Gratuito
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– Gostaria que você contasse como foi a concepção do disco. Há um conceito nele?
Marcos Rodrigues: Não exatamente. O álbum ‘No fim de maio’ apenas radicaliza um conceito de banda. É uma continuidade do nosso processo, que sempre trabalhamos com harmonias dissonantes, tons menores, um certo cuidado com os arranjos e uma carga poética nas letras, vindo, sobretudo de Artur Ribeiro.
Artur Ribeiro: Com a parceria ja consolidada pelos quase 7 anos de banda, conseguimos nos ‘entender’ de forma natural com relação a arranjos e ‘cara’ das músicas. O conceito basico é que seria um CD mais leve em termos sonoros e traria essa carga de musicas que falassem do tempo, de mitologia, da velhice, da morte e como reagimos aos contratempos da existência.
– Como foi o processo de produção e gravação?
M.R.: Gravamos ao avivo nos estúdios WR, com produção de Apu Tude e fizemos os complementos depois (metais, sintetizadores, backing). Uma parte foi gravada no estúdio Em Transe, de Vandex.
A.R.: Há músicas como “Estrelas” onde a base foi inteiramente de estúdio. O que se ouve é a banda tocando ao vivo e o complemento foram uma guit solo de Candido e a voz.
– Quais foram as principais influências durante a criação e gravação do álbum?
M.R.: As de sempre. Leonard Cohen, Echo and The Bunnymen, Small Faces, Paul Weller, Joy Division, The Smiths, Chet Baker, Steely Dan.
A.R.: …e também The Stills e principalmente no meu caso, Wilco.
– Como você insere o disco e o trabalho da banda na música feita na Bahia?
M.R.: Difícil. Nos vemos totalmente à parte do que é feito aqui. Tanto na música de entretenimento quantos nos que se consideram alternativos.
A.R.: Buscamos fugir do som feito agora como moda. Creio que atingimos uma maturidade sonora capaz de nos posicionar de forma diferente no cenário, uma vez que buscamos um som que ‘tenha nossa cara’.
– Como ele está sendo lançado e como encontrá-lo?
M.R.: theatrodeseraphin.com (download gratuito) ou comprando o cd nos nossos show.
– Gostaria que fizesse um panorama da evolução musical da banda desde o inicio até este disco.
M.R.: É a mesma formação original. Seis anos de banda. Nos entendemos no palco apenas pelo olhar. Somos uma banda madura e fazendo o que acredita, sem concessões a modismos ou pressão de mercado. Estamos no nosso paraíso particular.
A.R.: E fazemos tudo por tesão mesmo.
– Porque em tempos de MP3 ainda lançar um álbum?
M.R.: Não lançamos um álbum físico. Está tudo na net. O CD foi apenas uma demanda promocional para o show de lançamento. Apenas 100 cópias.
– Quais sãos os planos de divulgação para este trabalho?
M.R.: Os que já estão em curso: redes sociais e um circuito de shows.