Rock in Rio 2011

Rock in Rio 2011: o que de fato vale a pena assistir

Dentro da mistureba sem sentido que se transformou o Rock in Rio, a edição 2011 ainda tem o que mereça atenção. Vamos conferir o que vale a pena.

Que o rock deixou de ser o foco principal do Rock in Rio não é novidade nenhuma. O festival voltou ao Brasil este ano trazendo a característica de mesclar ritmos e gêneros que marcou muito o RIR quando circulou por Lisboa e outras cidades. É inegável, também, que com isso o festival acabou cedendo demais e perdeu muito de seu caráter de imperdível. Tem axé demais, pop demais e rock de menos, pior, pouca aposta em nomes mais novos, só restaram alguns medalhões. Mas tem muitas coisas interessantes para se ver por lá. Vamos conferir.

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Sexta-feira – 23 de setembro

Na noite de abertura, que vai ter de Claudia Leitte (sim, num festival de rock e ela prometeu homenagear Chico Science) a encontro de Titãs com Paralamas, Milton Nascimento e até Maria Gadú, imperdível mesmo vai ser de Elton John. Estrela e influência de quase tudo relacionado a música pop atual é daqueles shows que devem roubar a cena. Promessa de comoção com a enxurrada de hits que esse britânico produziu em seus mais de 40 anos de carreira. Ouvir um coro de 100 mil pessoas cantando ‘Tiny Dancer’, por exemplo, vale o festival inteiro. O evento, porém, não é só palco principal e alguns dos melhores nomes que vão passar pela Cidade do Rock estão no Palco Sunset. Na primeira noite um encontro que promete ser histórico é o que terá a Orkestra Rumpilezz e seu mestre Letieres Leite com a banda Móveis Coloniais de Acaju e a cantora Mariana Aydar. Outro que merece atenção é o que reúne duas bandas gringas bacanas: The Asteroids Galaxy Tour e The Gift.

Sábado – 24 de setembro

O palco principal na segunda noite está quase constrangedor de tão ruim, NXZero e Capital Inicial se merecem mesmo e poderiam fazer um show único, juntos e reduzir o sofrimento de quem vai estar por lá. Desculpem fãs, mas não dá pra aguentar esse chororô travestido de rock dessas bandas. Ainda assim a noite tem shows que prometem ser legais. A banda Snow Patrol pode ser uma boa surpresa e o Red Hot Chilli Peppers, mesmo já tendo passado sua melhor fase, ainda pode gerar bons momentos. Mais uma vez, porém, melhor é ir ao palco Sunset, ver encontros que prometem. Yuka, Cibelle, Karina Buhr e Amora Pêra pode ser legal, mas a já veterana Nação Zumbi com a revelação Tulipa Ruiz pode ser um daqueles encontros que marcam o festival. Outro deste porte é o que vai juntar Milton Nascimento com a cantora e contrabaixista norte americana Esperanza Spalding, um dos bons nomes revelados nos jazz nos últimos anos. Mas o que deve render mesmo nesta noite é o encontro do doidão Mike Patton e seu projeto Mondo Cane que vai se apresentar ao lado da Orquestra de Heliópolis.

Domingo – 23 de setembro

Esta é a noite mais rock’n’roll de fato do festival este ano. Não dá pra desprezar nunca o Motörhead e seu líder Lemmy. É pauleira na veia com certeza de diversão. Assim como deve render um show do Metallica, que já fez mais diferença no mundo da música, mas ainda dá um caldo. Não dá é pra levar a sério a banda Glória existir, imagine tocar num festival, mas ainda no Rock in Rio e pior, no palco principal. Tem ainda a banda de metal norte-americana Coheed and Cambria e Slipknot, aquela coisa só para fãs mesmo. Mais uma vez o palco Sunset merece atenção com mais encontros que prometem valer a pena a noite. BNegão e Matanza, dois nomes da cena carioca que vão mesclar rock com rap, dub. Curioso pra ver no que isso vai dar. E a noite é de rock pesado também nesse palco, já que tem ainda o encontro do Korzus, uma das mais importantes bandas brasileiras de trash-metal, com o The Metal Punk Allstars, projeto que reúne grandes nomes do heavy metal e punk: East Bay Ray (Dead Kennedys) na guitarra, Michael Graves (ex-Misfits, Marky Ramone’s Blitzkrieg) na voz, Gary Holt (Exodus) na guitarra e Marcel “Schmier” Schirmer (Destruction). Esta noite ainda vale um pulo na tenda eletrônica para conferir nomes como The Twelves e Killer on The Dancefloor.

Quinta-feira – 29 de setembro

Uma noite que o palco principal recebe um dos nomes mais interessantes dessa edição do festival, o grande Stevie Wonder, um dos grandes nomes da música mundial. Mas tem também novidade boa, caso da cantora Janelle Monáe, boa surpresa que já passou pelo Brasil abrindo para Amy Winehouse. Jamiroquai pode ser divertido, mas Ke$ha não dá não. Passe longe. Pode chegar tarde neste dia, porque a primeira atração vai ser só saudosismo, estão vendendo como Legião Urbana, mas sem Renato Russo é como Queen sem Fred Mercury, banda cover. No palco Sunset alguns encontros devem ser bacanas, como o dos cantores, compositores Marcelo Jeneci e Curumin, ou até o Baile do Simonal, que terá como convidados Diogo Nogueira e Davi Moraes. O melhor da noite, no entanto, deve ser o show do Afrika Bambaataa, nome fundamental na história do funk e hip hop, que recebe a cantora Paula Lima. Quem fecha a noite neste palco é a cantora Joss Stone. Tá bom, né?

Sexta-feira – 30 de setembro de 2011

Uma noite que tem num mesmo palco Jota Quest e Ivete Sangalo parece mais Festival de Verão. Logo nada que faça você precisar sair de casa. Não dá. Marcelo D2 é bacana até, mas não precisa encarar 100 mil pessoas para ver um show dele. Lenny Kravitz também é bacaninha, se focar nos hits pode ser um show legal. Mas Shakira só com fones no ouvido mesmo. Difícil esse dia, mas mais uma vez o Palco Sunset, na verdade ele está bem melhor que o principal, traz nomes interessantes e salva o dia. Que tal o encontro do kuduro modernete do Buraka Som Sistema com o som da dupla eletrônica Mixhell? Ou o veterano João Donato com a jovem cantora Céu? A mistura do reggae do Cidade Negra, o samba de Martinho da Vila e o rap de Emicida pode também ser uma boa surpresa. Assim como a junção do Monobloco com Macaco e Pepeu Gomes.

Sábado – 1 de outubro

A expressão ‘coxinha’ é bem bobinha, mas parece se encaixar bem nesse dia do Rock in Rio. Frejat, Maná, Skank, Maroon 5 e Coldplay juntos não anima não. Assim mesmo pode render bons momentos, especialmente se o Skank fizer um show demolidor com seus infinitos hits ou em alguns momentos dos principais sucessos do Coldplay e Marron 5, mas nada que você não possa curtir nos melhores momentos pela TV sem precisar se arrepender. Com certeza tem um show melhor em sua cidade nesse dia, pode apostar. Ai vem o Palco Sunset mostrar que nem tudo está perdido. Duas das melhores bandas brasileiras das duas últimas décadas se encontram: Cidadão Instigado e Júpiter Maçã, cada um com uma loucura e seu rock psicolédico. Reforçando o clima do palco princpal Tiê e Jorge Drexler e Zeca Baleiro e Lokua Kanza não devem render muito. Em compensação um show com Erasmo Carlos e Arnaldo Antunes pode ser algo bem legal de se assistir.

Domingo – 2 de outubro

Afe, conseguiram, juntar Detonautas e Evanescence num mesmo palco. Alguém, milhões na verdade, vai pagar muito pecados. System of a Down e Guns N’ Roses podem até render algo, mas duvido que muita coisa. Pitty vai sobrar nesse dia. O palco 2 vai ter alguns bons encontros como Mutantes e Tom Zé, Titãs e Xutos & Pontapés e Marcelo Camelo e The Growlers. A tenda eletrônica tem apresentações que merecem uma conferida, como o Boss in Drama, Hercules & Love Affair e Dimitri From Paris.

O saldo não é grandes coisas, vamos esperar o Planeta Terra e o SWU fecharem sua programação para ver se vale a pena, porque o Rock in Rio está bem perdível.

  1. “System of a Down e Guns N’ Roses podem até render algo, mas duvido que muita coisa.”
    se ta de brincadera? otario. falou merda o post INTEIRO

  2. Já eu concordo com 99% do que o Luciano falou.
    O palco Sunset tá MUITO melhor.
    Do palco Mundo eu só faria questão de ver o Chili Peppers e Stevie Wonder.
    Aliás, pela tv vi a Nação Zumbi com Tulipa e achei bem fraco. Pra mim não rolou.
    Já os pimentas fizeram um show correto, mas nada de mais. Nem de menos.
    Agora, o Metallica que eu era fã na minha adolescência APAVOROU! Foi o melhor, disparado, até agora.
    System of Down é banda de minino buchudo e essa banda que o Axl tá tocando eu nem considero o Guns.
    Guns sem Slash é como Stones sem Richards, ou seja, sem alma.

  3. se vale ou não a pena assistir algo no Rock in Rio? confesso que mesmo com tantas críticas com a programação do palco príncipal ficaria feliz de ver algo aqui em Salvador, Red Hot chili Peppers, Metallica, Slipknot, System of a Down, Guns com ou sem Slash, já que aqui em Salvador nunca tem nada

    1. valeria ter aqui varias dessas coisas, sem duvida alguma. problema que é o maior festival do pais e o que presta no palco principal é quase exceção

  4. Pois é, com a grana e o nome a disposição…
    Vi uma entrevista do Medina(o dono) e ele disse que as atrações são baseadas em pesquisas de mercado.
    Que nem vc fosse abrir um comércio ou lançar uma marca de biscoito.
    Tá explicado.

  5. Luciano, gostei de sua resposta ao comentário do Juca. Educação é tudo!

    Tulipa+Nação foi fraco mesmo. Não teve química. rs

    Tô querendo ver (pela tv, né) Cidadão+Jupiter Maçã e Camelo+The Growlers. Acho que vão dar um bom caldo!

    1. um encontro que pode ser foda é o de Tom Zé e Mutantes, mesmo não sendo Mutantes de fato, mas vai ter musicas da banda com um mutante eum quase mutante. Cidadão e Jupiter promete outro momento magico. Acho que o RIR in Rio deixa essa liçao pra os outros festivais, poderia fazer esses encontros, ja que poucos nomes novos surgem com grande publico que juntem nomes de medio publico

  6. O Rock in Rio, tirando a influência mercadológica da marca, está muito xoxo nesse retorno ao Brasil. Mas, até agora, posso citar o que vi e me agradou no festival: Ed Motta + Andreas Kisser + Rui Veloso, Moveis + Rumpilezz e Milton Nascimento + Esperanza. Todos do Palco Sunset. Minhas expectativas para salvar o Palco Mundo é System Of a Down, Janelle Monae e Jamiroquai. Voltando ao Palco Sunset fexpectativas para Joss Stone, Curumim + Marcelo Jeneci, Céu + João Donato e Zeca Baleiro + Lokua Kanza. Enfim, muita grana investida, poucas atrações interessantes e muito mais do mesmo. Poderia ao menos ter contrato MUSE, Of Montreal, Portishead, Bjork…Pois acho que o festival não precisa carregar a obrigação de contratar várias bandas de metal para compor seu line. A atitude está exatamente em misturar qualidade sonora e ritmos (com a exceção de alguns que não deveriam está tocando no festival).

    P.S. Jota Quest e Detonautas nem de graça. Repreende!!

  7. SHAKIRA SÓ COM FONE DE OUVIDO, NÃO ENTENDI? EXPLICA. A MULHER VENDEU MAIS DISCOS DO QUE TODOS ESTES OUTROS QUE VC FALOU QUE ERA BOM, SEU OTÁRIO, VAI SE FUDER VIADO.

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