Nesta edição da sessão que reúne álbuns essenciais na vida e carreira de artistas recebemos o músico Martin Mendonça. Importante guitarrista do rock baiano, já tendo tocado com Cascadura e ainda hoje com Pitty, Martin é também cantor, compositor, produtor e responsável pelo selo Praia dos Artistas, além de integrante do projeto Agridoce. Ele fez um apanhado de discos marcantes em sua vida, que incluem uma maioria de trabalhos de rock, especialmente internacional, mas também com algumas surpresas de música brasileira e até de outros cantos do mundo. De Frank Zappa a Gilberto Gil, de Sepultura a Bob Marley. Confira os dez álbuns que mudaram a vida de Martin Mendonça.
Give My Regards to Broad Street – Paul McCartney (1984)
“Meu primeiro disco. Ganhei o vinil de meu tio Paulo numa de suas visitas a Salvador, escolhi pela capa, hahaha. Sei q é um disco irregular mas, além de possuir algumas faixas lindas, tem um valor afetivo forte.”
Refavela – Gilberto Gil (1977)
“Pura inspiração. Gil é meu artista brasileiro favorito e acho esse disco uma perfeição. Letras, arranjos, timbres, tocadas, tudo é um primor.”
Sheik Yerbouti – Frank Zappa (1979)
“Longe de ser meu disco preferido de Zappa esse marcou demais por ser meu primeiro contato com esse artista fantástico. Tem alguns grandes momentos, “Baby Snakes” e “I Have Been in You” são minhas faixas favoritas.”
A Reality Tour – David Bowie (2010)
“Logo que comecei a tocar com Pitty morei alguns meses no estúdio em construção de Duda Machado. Ele tinha esse álbum em DVD e assisti dezenas de vezes. O repertório é matador e o entrosamento da banda é impressionante.”
Entre – Cascadura (1999)
“Lembro do impacto q esse álbum teve nos músicos da cena de Salvador. Ficamos muito impressionados com a capacidade de Fábio de compor melodias cativantes e letras com tamanha profundidade. Foi um salto gigantesco do primeiro, e igualmente ótimo, disco.”
Chaos AD – Sepultura (1993)
“Ver uma banda brasileira subir ao topo do pódio do metal mundial foi uma sensação indescritível. Inspirou e inspira gerações. Um discão que acabou ofuscado pelo estrondoso sucesso do ótimo Roots.”
Exodus – Bob Marley (1977)
“Não tem uma música mais ou menos, uma aula de groove, entrosamento e arranjos matadores.”
Master of Reality – Black Sabbath (1971)
“O rock pesado nunca mais foi o mesmo depois desse disco. Timbres super saturados, tempos quebrados, afinações baixas, tudo que veio a compor a estética do metal contemporâneo saiu daí. Ainda soa super moderno apesar de ter sido gravado em 1971.”
Love and Death – Ebo Taylor (2010)
“Na Gana dos anos 70 a guitarra de Ebo Taylor ajudou a construir a sonoridade do afrobeat. Esse disco de 2010 é pura inspiração e foi meu primeiro contato com o artista. Impossível permanecer de baixo astral depois de escutar, é um remédio.”
Curtains – John Frusciante (2004)
“Difícil escolher um dos discos solo de Frusciante, todos me marcaram demais e serviram de inspiração e incentivo pra me jogar nesse negócio de compor, principalmente letras. Esse é uma excelente porta de entrada pela beleza e delicadeza das composições e pelo som lindo e orgânico que ele conseguiu tirar de todos os instrumentos e vozes.”