“Queremos colocar no mainstream, mas a gente precisa de um mainstream forte. Não é renegar o mainstream, é povoá-lo com coisa boa. E não essa coisa xiita e excludente de dizer “eu não vou sujar as minhas mãos nessa podridão”. Isso é o fim, porque outro cara faz cagada o resto da vida, sem ninguém para interferir. No Brasil as pessoas se tornaram franciscanas no meio independente: “não, não vou ganhar dinheiro”. Dinheiro é fundamental para ter qualidade, ter um puta show, não pode deixar de influenciar a coletividade, ser a trilha sonora da adolescência de certas pessoas. Você não pode ficar à margem da produção cultural, isso é dar armas para o nosso inimigo. A família do Jimi Hendrix fatura milhões, mas imagina se a gente tivesse um cara como o Hendrix à parte? É isso que tá acontecendo. A gente tem que ter jogo de cintura, senão vira um alvo fixo para o nosso inimigo, eles sabem quais são as nossas limitações porque elas são impostas por nós mesmos.”
Lobão em entrevista a Marcos Bragatto no Rock em Geral