Para sintonizar o dial

Ainda está longe das rádios (também) admitirem que perderam o rumo da história e começarem a absorver as novas formas de se fazer, vender e difundir música. Trabalhar com nichos, apontar tendências, descobrir novidades são alguns dos caminhos para elas. As rádios online já fazem isso de forma bem mais adequada, até porque a tecnologia joga a favor delas. O pouco que existe nas rádios baianas com novos pensamentos está na nova rádio Educadora FM, que passou a apostar firme em artistas baianos, de estilos diversos, e alguns programas específicos perdidos pelo dial. Algumas outras ainda estão tateando no escuro e tentando encontrar caminhos, mas a maioria continua no mesmíssimo formato, ultrapassado e que deve falir junto com a indústria que as manteve durante anos. Até porque são empresas e visam o lucro, a desculpa de sempre. Não adianta apenas fazer programas com gêneros diferentes, isso existe há tempos. Seria melhor não se conformar com um público único, até porque existem nichos dentro de nichos. “Adulto acima de 30 anos, classe AB”, por exemplo, é um segmento muito amplo para se adequar apenas a um formato. As novas gerações, que estão crescendo sem ouvir rádio, possuem um leque de variedade no que ouvem ainda maior. Somente hits e flashbacks não resolvem. É a mesma aposta que as gravadoras vêm fazendo e os resultados são pífios. Mas há alguma luz. Se o rock, mesmo sem uma emissora específica, já havia conquistado seu território com alguns programas, algumas rádios estão apostando também em outros gêneros, vislumbrando atingir os tais nichos e segmentando horários de sua programação. Na própria Educadora FM estrearam nas últimas semanas um programa voltado para a música africana – com espaço oferecido desde os sons mais tribais até os mais modernos – outro direcionado ao universo do Hip Hop, com entrevistas e informações sobre o cenário de rap local. Já a Rádio Metrópole criou um programa voltado totalmente para a música eletrônica, um nicho que já é enorme em Salvador e que vai muito além dos “poperô” que todo mundo conhece. Ah! E a rádio digital deve chegar ao país em 2008, o que pode abrir ainda mais as possibilidades.

Aposta certeira
A cantora Céu apostou as fichas no começo da carreira no exterior. Ganhou destaque na Europa e Estados Unidos, vendendo bem seu disco e fazendo turnês. No Brasil lançou de forma independente e ganhou atenção nos meios menos viciados do mercado. Finalmente, uma grande gravadora abriu os olhos e passou a investir na garota. Só a partir daí, teve música nas rádios, outra em trilha de novela. Mas a garota se manteve com os pés no chão. Pouca mídia, foco na música e um sucesso crescente, mas bem dosado, que pode render uma carreira duradoura e de qualidade. Os resultados apareceram. Mesmo não sendo um nome massivo, tem shows lotados, inclusive em Salvador, onde volta a tocar no começo de 2008. Acaba de ter também uma indicação no Grammy, ao lado de Gilberto Gil e Bebel Gilberto. Para quem acha que a música brasileira não tem novidades é mais um nome.

Boombahia
Salvador fechou com chave de ouro o ano de festivais independentes no país com o BoomBahia. Bons shows, ótimo público, altíssimo astral e a certeza de que os tempos são outros. Vejam coberturas e vídeos pela internet ainda essa semana aqui. Uma próxima edição já tem data marcada para julho de 2008.

  1. é luciano mais segndo a accr você falou que o palco do rock é polemico e eles se doeram com isso, eles dizem que vcoe faiz parte de um nicho, e sobre o lance da curadoria, que vc falou que so agora eles tem crediblidade, que p vc, 14 anos de trabalho da accr com rock local não dizem nada, os cara te escaldaram… isso tudo pq cascadura disse que o boon bahia é um festivl de verdade…

  2. Céu é mesmo daquelas que vão fazer carreira longa.
    Acho que hoje ela tem a mesma moral que a Marisa Monte no começo de carreira, claro que os tempos são outros e a carreira dela se desenvolverá de forma diferente.

  3. Clube do Rock. Se o nome já é ridículo, imagine o que eles fazem lá dentro. Já disse antes e repito: não faço questão de pertencer a nenhum clube que me aceite como sócio.

  4. q bobagem. se a banda é queridinha e toca no carnaval é bom. se toca naquele festival q rola no carnaval de recife e olinda é bom. aqui só a panela presta é porisso q o rock de salvador não dar em nada

  5. então, que explicação impressionante. se nação zumbi tocar em recife durante o carnaval, então é um evento carnavalesco… ai deixa de ser “rock”. mas, qual o problema de ser um evento carnavalesco? carnaval é bom, desde que, como uma manifestação popular, contemple o povo, de forma democrática. o problema do carnaval de salvador não é o carnaval em si, mas a sua organização, que é problemática. O palco do rock não é carnaval, como sugere breno. ele se distancia completamente do evento, e esse é um dos seus problemas. essa é a grande problemática da mentalidade soteropolitana. metaleiros de um lado, axezeiros do outro, e os que se picam. o carnaval de salvador prega uma diversidade que não existe, não como recife, que tem realmente de tudo, pra todos os gostos.

  6. Que explicação impressionante. Descobriu a polvora. Estava falando do Palco do Rock , que se auto-intula um verdadeiro (ou o) Festival de Rock em Salvador. Vcs veem com outros assuntos que não são objeto do meu comentario. Banda de rock tocar no meio (no meio) no carnaval da Bahia acontece faz tempo, algumas poucas vezes deu certo e ninguem pode proibir . Mas querer dizer que o palco do rock é um festival de rock , na acepção do termo , é um erro .Melhor seria fazer este festival, que tem seus meritos, em outra epoca do ano . O gigantismo do carnaval baiano engole e caricaturiza o palco do rock , alem de joga-lo num gueto. Por isso acho que o palco do rock, localizado em local distante , em pleno maior carnaval do mundo não funciona. Isso é tão dificil assim de entender?

  7. breno, eu também falei do palco do rock, e quem descobriu a polvora primeiro foi tu, quando disse que o palco do rock é carnaval, por fazer parte da programação do carnaval. isso é lógico. eu só não entendo duas coisas que você disse: qual o problema em ser um evento do carnaval e por que você disse que não é um festival de rock? eu acho que fazer parte do carnaval não é o problema do palco do rock, mesmo assim, é um festival de rock sim.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Para quem gosta de música sem preconceitos.

O el Cabong tem foco na produção musical da Bahia e do Brasil e um olhar para o mundo, com matérias, entrevistas, notícias, videoclipes, cobertura de shows e festivais.

Veja as festas, shows, festivais e eventos de música que acontecem em Salvador, com artistas locais e de fora dos estilos mais diversos.