Mais da música brasileira contemporânea

fino coletivo wado samba Continua em efervescência, apesar de fora da grande mídia, a música brasileira contemporânea. A renovação da questionada “marca” MPB prossegue forte sem precisar trazer os mesmo elementos que a consagraram. Ao contrário de nomes que seguiram a risca aquela sonoridade a base de violão, com arranjos no máximo indo ao universo da bossa-nova e letras na linha do Caetano ou Gilberto Gil, alguns novos nomes estão de fato dando uma nova cara à música brasileira. A principal característica dessa geração é que eles soltaram as amarras. Sem preconceitos, sem limitações, buscam criatividade nos diversos universos que os cercam. Vale pescar referências na própria MPB, mas vale também captar elementos do rock, da black music, do rap, da música eletrônica, do samba, do brega e até do axé e do arrocha. Melhor, tudo junto, num imenso caldeirão. Casar essas referências e transformar em algo único e com personalidade é a marca de novos nomes. Cabe um dedo de produtores jovens que ajudaram a formular essas novas sonoridades. Nomes que vão desde o consagrado internacionalmente Mário Caldato Jr, passando pelo finado Suba, Apollo Nove e chegando a nomes como Berna Capas, Kassin e Moreno Veloso. A lista só não é maior do que a de artistas. Pode incluir desde a Orquestra Imperial, que reúne em um lugar só alguns dos principais nomes dessa música contemporânea, de Amarante do Los Hermanos, Kassin, Rubinho Jacobina e Moreno Veloso às cantoras Nina Becker (que gravou um EP bacana com músicas de Nervoso – baixe aqui) e Thalma de Freitas. Vários destes com trabalhos solos reforçando suas produções. Outros nomes despontaram esse ano como o Fino Coletivo (baixe aqui), que retrabalham o samba com visão de século 21, o baiano radicado no Rio Quito Ribeiro, que como poucos soube se aproveitar do samba-reggae para criar sua música. A cada momento despontam novos artistas, produtores e compositores que reafirmam uma nova e contemporânea música brasileira.



Bahia também sintonizada
Na Bahia, cantoras como Mariela Santiago, Marcela Bellas e agora Márcia Castro também vem comprovando isso. A última, por exemplo, abre seu disco de estréia mostrando bem como unir referências que pareciam inconcebíveis juntas. Música de Tom Zé, arrrocha e a velha e pouco usada guitarra baiana em uma mesma canção. Tudo isso é reflexo também do espaço aberto pela crise da indústria. Ou seja, liberdade criativa. Se todos querem sobreviver, com as regras alteradas, o mercado das gravadoras não é mais quem diz o que deve ou não ser produzido. Valendo de tudo, cabe ousadia, criatividade e produção preocupada mais seu resultado artístico do que econômico.


Rock BA
O rock-pop baiano também vive um bom momento. Cascadura lotando shows semanalmente e se preparando para uma grande festa de 15 anos. Novas bandas bancando produções e novos discos e começando a chamar atenção fora do estado. A Vinil 69 prepara o disco de estréia com singles e participação no Festival Mundo, na Paraíba. Lá também toca a Matiz, que foi uma das 20 selecionadas do Gás Festival, ao lado da Formidável Família Musical. Esses acertam os últimos detalhes do disco de estréia, assim como a Starla e a Capitão Parafina.

Shows
Pode colocar na agenda, vem por aí Do Amor, Nação Zumbi, Garotos Podres, MV Bill e a grande cantora de jazz Madeleine Peyroux.

Download
Já caiu na rede músicas novas de Madonna, discos de Ben Harper, Stereophonics, Vanguart, Son Volt, Hard-Fi, Midnight Juggernauts e Happy Mondays.

Para quem gosta de música sem preconceitos.

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Veja as festas, shows, festivais e eventos de música que acontecem em Salvador, com artistas locais e de fora dos estilos mais diversos.