Ainda Carnaval

Crédito: Ag. Fred Pontes
Carnaval estranho e interessante. O maior acerto foi a antecipação dos “desfiles” de blocos e trios. Com isso os chamados independentes ganharam horários melhores e o povão pode se divertir mais facilmente. Com isso parece que a violência ficou mais concentrada na passagem dos blocos. O que prova cada vez mais que eles só funcionam para proteger uns poucos que podem pagar e só servem para dar mais dinheiro para empresários. Mas falando de música. Mais uma vez foi um acerto colocar FatBoy Slim na noite de encerramento do Carnaval. Um bloco lotado de gringos e turistas, o público entre curioso e receptivo nas ruas e os DJs já entendendo melhor o que é e como funciona a festa ali em cima do trio. A música eletrônica combina muito com o carnaval baiano. Com um set bem parecido com o do ano passado, o inglês FatBoy já se tornou uma estrela da festa e atuou bem como anfitrião para a dupla Layo & Bushwacka que estreou tentando mostrar um lado menos pop do que a massa estava esperando. Assim mesmo, se deram bem. DJ Marky parecia bem sintonizado com o público e também acertou no repertório. Na verdade, o clima era de festa total e pouca gente parava para ver quem era quem. Certo que o momento mais memorável da notie foi quando foi tocado “Seven Nation Army”, do White Stripes, que a massa entoou como a torcida italiana fazia na Copa. As TVs devem ter perdido o momento, mas a equipe de produção de FatBoy que filmava a apresentação deve ter registrado para o DVD que ele vai lançar com a turnê no Brasil. Memorável.

Rock no circuito
Para quem não gosta do velho esquema do axé, as opções aumentaram durante a festa. Além do Palco do Rock em Piatã, tinha rap e música eletrônica na Praça Castro Alves. Menor do que estava programado (quem viu a programação da Prefeitura pôde ver que a idéia era trazer nomes do calibre do Racionais MC´s, DJ Dolores e Z´África Brasil), mas uma ótima idéia. Mais ainda foi meter rock num trio elétrico, como fez na quinta o Cascadura, abrindo a festa momesca largando Strokes, Raconteurs e as próprias músicas para os foliões. Assim como foi uma boa opção o Palco Transamérica instalado no circuito de Ondina.

Nas bancas
Engraçado as novas edições das duas principais revistas de música e cultura pop do páis, Bizz e Rolling Stone. Capas e matérias principais com o mesmo tema: Coldplay. Folheando mais coinscidências, destaque para a (nova sensação?) Orquestra Imperial, com a mesma idéia de dissecar os integrantes. Enquanto isso chega este mês às bancas a nova OutraCoisa, que traz o novo CD da banda curitibana Faichecleres, “A Calçada da Fama”.

Los Canos no Japão
Karasu Killer Records fica do outro lado do planeta. Mais exatamente no Japão. Trata-se de um selo que lança bandas de todo canto do mundo, inclusive brasileiras. A novidade deste mês é que eles estão colocando no mercado japonês o novo disco dos baianos da Los Canos.

Gringos
Depois de Ben Harper, Matysiahu, FatBoy Slim, fica a pergunta: Qual será a próxima atração gringa de relevância em Salvador? Façam suas apostas e produtores, semana que vem, confiram aqui o que está vindo lá para o Brasil e vocês podem trazer para cá.

  1. Na TV passou sim o momento que tocou Seven Nation Army, mas, ao contrário do que você disse, o público que foi mostrado parecia era BEM desanimado. Essa mesma impressão também foi sentida quando o mesmo bloco passou com os funkeiros.
    O Cascadura no trio foi MUITO BOM, mesmo que não houvesse tanta gente acompanhando. No inicio o trio estava com aquela equalização padrão que você praticamente só ouve bumbo e voz, mas depois ficou tudo ok. E ouvir Beatles, Rolling Stones, Raconteurs, Strokes e outras tantas coisas legais que rolaram em pleno circuito do carnaval foi muito divertido.

  2. rapaz, não há como negar que o carnaval deste ano foi diferente. imagina só o rock abrindo a folia…

    outra, recife bombou, mas este z’áfrica brasil é chato pacas!

    o nome de david bowie cresce como atração pra este ano, tomara que os produtores que vc clama, luciano, me leia aqui tb.

    e as coincidências das revistas só tendem a aumentar de agora pra diante, visto a quantidade de novas publicações do ramo que estão nadando no país.

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