Existem bandas que podem demorar ou nem chegar ao estrelato, mas elas deixam sua contribuição à música que pelo menos alguns afortunados mais ligados aproveitam. Não dá para saber o futuro dos matogrossensses da Vanguart, mas eles já estão deixando sua marca. Oriundos de uma cidade com pouca tradição para rock, eles já contribuíram com o belo EP lançado de forma independente e mais do que isso, uma das melhores canções do ano e porque não do rock nacional dos anos 00. Exagero? Tente ouvir “Semáforo” e ficar indiferente. Melhor, procure no You Tube e veja a reação das pessoas a ouvir uma música que não toca em rádio, não aparece na MTV, não tem clipe e nem saiu em um disco oficial. Todo mundo canta junto aos gritos. Um exemplo foram os shows que o grupo acaba de fazer pelo Nordeste na turnê Banda Antes da MTV, que passou batida por Salvador. A capacidade em fazer um rock leve, meio folk, com influências de Beatles, Radiohead e Coldplay fez a Vanguart chamar atenção. A banda está finalizando a gravação do primeiro CD, só não sabem ainda se lançam por uma gravadora grande, que já apresentou uma proposta, ou por um pool de pequenos selos independentes, que fez outra. Enquanto isso a banda toca em festivais Brasil afora e planeja uma vinda a Salvador em janeiro. Desde já ouçam “Semáforo” para cantar junto quando eles estiverem por aqui.
Coisas lindas sujas
Enquanto Pete Doherty ganha manchetes na mídia por seu envolvimento com drogas e a polícia, outros ex-integrantes do Libertines mostram que continuam em atividade fazendo bom rock´n´roll com guitarras sujas e boas melodias, de onde talvez sai o nome do grupo. Para quem não sabe, assim que dissolveram o Libertines em 2004, o cantor e guitarrista Carl Barat e o baterista Gary Powell montaram outra banda, a Dirty Pretty Things. O disco de estréia, “Waterloo to Anywhere”, saiu lá fora em maio e traz a mesma competência que era vista na antiga banda. Um rock vigoroso, divertido, dançante e cheio de energia. Como o Libertines fazia. Apesar de separados, a dupla Barat/ Doherty, porém, vai reaparecer depois de dois anos. Na verdade, eles nem se viram, mas ambos gravaram em separado vozes para uma mesma música [“Janie Jones”, do The Clash] que entrará num disco em homenagem a Joe Strummer, vocalista da histórica banda londrina. Doherty vai ganhar outra chance também com sua banda, Babyshambles. A gravadora Parlophone está conversando com o músico sobre a possibilidade de lançar seu segundo disco. A mídia inglesa dá como certo o acerto e que o contrato envolve um milhão de libras, algo próximo a cinco milhões de reais.
Salvador é viável
Atenção empresários baianos. Tentem ver além do que o cérebro permite e aproveitem os shows internacionais que estão chovendo no país. Tudo bem não apostar em bandas totalmente desconhecidas, mas grupos como Black Eyed Peas e New Order atrairiam fácil um bom público para qualquer desses espaços onde têm rolado shows de música pop na cidade. Sendo que nem sempre os cachês são altíssimos. Público eles têm, basta saber trabalhar. A cidade está clamando por isso. Exemplos: New Order em Brasília, Black Eyed Peas em Recife e Belo Horizonte recebendo um festival com essas mesmas duas bandas, nos moldes do Festival de Verão.
Um dia quem sabe
O Tim Festival, para decepção de quem esperava ver Patty Smith ou Beastie Boys perto de casa, não vai ter sua prometida versão em Salvador. Em compensação, duas novas capitais, BH e Vitória (sim, acreditem) entram na idéia de promover o festival fora do eixo Rio-São Paulo. Bom, a proposta dos produtores do Tim é variar e levar os shows para cidade diferentes a cada ano. Se não vai rolar em Salvador agora, quem sabe no ano que vem?
Mande mails
Cabe ao público também fazer seu papel. O Claro que é Rock quase não acontece por aqui no ano passado devido a pouca visão dos responsáveis pelas telefonias no estado. Sorte que deu certo e lotou a Concha Acústica com uma banda praticamente desconhecida. A sugestão é encher também a caixa de e-mails de produtores e responsáveis por empresas pedindo para que Salvador entre no circuito. Vamos lá.