Essa onda comum hoje em dia de bandas que mesclam rock com batidas eletrônicas não é novidade. Nos final dos anos 80 e começo dos 90, muita gente já fazia isso, especialmente na cidade de Manchester, onde rolava uma cena que misturava ecstasy, acid house, indie rock e psicodelia. Se destacaram nomes como Stone Roses e Happy Mondays. Os primeiros cunharam uma obra-prima no disco de estréia, mas terminaram alguns anos depois. O Happy Mondays durou mais tempo, chegando até a tocar no Brasil. Depois de mais de uma década o grupo resolveu voltar ano passado com shows em festivais europeus e o lançamento de um single [que integrou a trilha do filme Gol!]. A banda agora está com um novo disco gravado, pronto para ser lançado. Com produção de Sunny Levine [especialista em hip hop] e Howie B [trabalhou U2 e Björk], além da participação do guitarrista Ry Cooder, o trabalho ainda não tem data para ser lançado, mas pode ser uma daquelas voltas para mostrar aos garotos como é que se faz rock para pista de dança.
Mestres no Brasil
Outro grupo fundamental para entender essa história de rock com eletrônica, e que deve incomodar ainda hoje os roqueiros mais radicais, é o New Order. A banda se mantém como um pilar de como fazer melodias deliciosas com guitarras, teclados, samples, perfeitas para dançar. Quem quiser conferir vai poder ver a banda ao vivo lá no Brasil em novembro [dia 11 em BH, 13 e 14 em Sampa e 16 no Rio].
Discos raros
A gravadora EMI está soltando no Brasil a série “É Tempo de Rock” com alguns discos raros do rock mundial dos anos 70 e 80. Não são os melhores da carreira das bandas, mas vale para os fãs. A lista inclui “The Idiot”, primeiro solo de Iggy Pop, de 1977; um David Bowie de 1980, “Scary Monsters”; “Manifesto, do Roxy Music, de 1979; “A Trick of the Tail”, do Genesis, de 1976; “Little Creatures” do Talking Heads, de 1985, além de “Trouble” do Whitesnake, de 1978.
Animação rock
As novas gerações talvez não conheçam, mas o cartunista Angeli foi um dos responsáveis por modelar o que era ser roqueiro nos anos 80. Através de seus personagens e da revista Chiclete com Banana ele contava histórias em quadrinhos e mostrava o comportamento daquela juventude. Dos vários universos criados por ele, um dos mais interessantes era o dos amigos Wood e Stock, dois roqueiros barrigudos e carecas de meia-idade que viviam da nostalgia do rock dos anos 70. Pois a tirinha em quadrinhos virou um filme de animação. “Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock ‘n’ Roll”, que chega aos cinemas ainda este ano, traz ainda a personagem Rê Bordosa, na voz de Rita Lee.
Rock pra gringo?
O Cansei de ser Sexy ganhou elogios na imprensa estrangeira e continua saudado na imprensa tupiniquim como a sensação para gringo ver. A banda, no entanto, não é a única do circuito independente brasuca a tocar lá fora. Fora os nomes de sempre, como os pernambucanos que batem ponto na Europa, bandas como Autoramas, e Phonopop se apresentaram recentemente na Inglaterra e em Portugal.