Em tempos de sucessos meteóricos, fenômenos avassaladores, hypes mundiais, difícil saber diferenciar o que é inflacionado pela mídia a cabo de interesses puramente comerciais e o que tem seu valor de fato. Não dá para engolir tudo, mas também não se pode desvalorizar algo simplesmente porque é novo e com uma mega estrutura por trás. É ter sensibilidade para diferenciar o joio do trigo. A nova banda catapultada por um hype instantâneo são os ingleses da Artic Monkeys. Super falada pela imprensa antes mesmo de ter disco lançado (se você pensou em Strokes não é mera coincidência), hiper cotado nos programas de busca de MP3, a banda acaba de lançar seu primeiro disco “Whatever people say I am, that’s what I’m not”. Resultado?
O álbum está prestes a bater o recorde de disco de estréia mais vendido em todos os tempos na Inglaterra. Sim, todos os tempos. Superaram até os Beatles, Michael Jackson… Em apenas um dia foram cem mil cópias vendidas, mais do que todos os outros discos do Top 20 britânico juntos. Na primeira semana ultrapassou as 360 mil cópias e bateu o recorde anterior de 2001 que era do grupo Popstars, algo como um Rouge/ Broz inglês. Se continuar vendendo dessa forma o álbum deve chegar ao final do ano com a marca de um milhão de cópias ao longo de 2006 e pode ser tornar o álbum de estréia a alcançar tal marca com maior rapidez. Isso tudo mesmo como disco disponível na Internet desde outubro. Os dois singles lançados pelo grupo também já alcançaram o disputado chart inglês. O hype é tanto que numa recente pesquisa do semanário New Music Express, a banda teve seu disco eleito como o quinto maior álbum inglês de todos os tempos. Pode ser marketing, pode ser atitude. O fato é que apesar de tanto buxixo os integrantes do grupo vem demonstrado uma postura de fugir dos holofotes. Nessa semana, o quarteto recusou uma oferta de participar do Brit Awards por não gostarem de aparecer na televisão. O evento é transmitido para todo planeta. Se a banda é boa ou não, ouça e tire suas próprias conclusões.